quinta-feira, 31 de março de 2016

DESCREVE-SE A ALFÂNDEGA VELHA I

6.5.1 - Descreve-se a Alfandega Velha - I


Como é sabido houve uma grave disputa entre D. Afonso IV e o Bispo do Porto sobre onde ficava o limite do Couto do Porto, se no Rio da Vila, se no Rio Frio. Antes de este diferendo ter sido sanado, D. Afonso III criou uma alfândega na margem esquerda:



Com a finalidade de se decidir se o Couto do Porto, cedido por Dª. Teresa, que referia ir até ao “Canal Maior”, terminava no Rio da Vila ou no Rio Frio, em Miragaia, D. Afonso IV mandou fazer inquirições, em 1348, de que encarregou o tabelião régio da cidade, André Domingues.
Este concluiu que o Couto do Porto terminava no Rio da Vila (B), pelo que o pequeno espaço entre este e o Rio Frio era pertença do rei (REGUENGO). Esta conclusão era importantíssima, pois as casas que já mandara construir, desde 1325, nesse espaço eram legais e entre elas constava a Alfândega Velha. Podia consequentemente, tirar ao Bispo os importantes rendimentos obrigando a que as mercadorias ali fossem descarregadas e pagas as respectivas taxas.
Mas não ficou por aqui a contenda. 
Em 1354 o caso vai a tribunal e sobe ao Papa Inocêncio VI, em Avignon, que leva a serem escolhidos 5 juízes para decidir o pleito. 
Estes decidem que o rei ficaria com as casas e armazém que tinha construído, mas teria de pagar um foro ao Bispo.
Muitos dos historiadores do Porto consideram que o inquérito está ferido de parcialidade a favor do rei, e que o limite ia mesmo até ao Rio Frio.
O Dr. Armindo de Sousa na História do Porto, dirigida por Luis Oliveira Ramos, não concorda com estes e entende que “Canal Maior” era mesmo o Rio da Vila.


Maqueta da Casa da Alfândega Velha

Em 1325 o rei D. Afonso IV mandou construir neste local o "almazém" régio, contra a vontade do bispo, então senhor do burgo. Assim nasceu a Alfândega do Porto, para onde eram encaminhadas todas as mercadorias que aportavam à cidade, a fim de ser cobrado o respectivo imposto. O edifício primitivo era constituído por duas altas torres e um pátio central. Logo no século XV, D. João I mandou construir um corpo avançado.
O edifício da velha Alfândega está intimamente ligado à figura do Infante D. Henrique que, segundo a tradição, teria nascido neste local, em 1394. A origem portuense do Infante D. Henrique é conhecida através do cronista Fernão Lopes. No Arquivo Histórico Municipal do Porto existe o documento com as despesas efectuadas durante as festas do seu baptizado, em 1394.
Em 1677 e 1787 a Alfândega Velha sofreu profundas alterações.
Uma inscrição de 1677 assinala esta obra.


...

Texto de A.R.C.


Foto de A Vida em Fotos

Muitas vezes a quantidade de mercadoria era tal que era depositada em conventos, especialmente no de S. Domingos, casas e espaços amplos alugados.


Pesquisa do subsolo da Casa do Infante


Foto de A Vida em Fotos



Mosaicos romanos

A Casa do Infante é, contudo, bem mais do que essa nova ala e, diga-se, guarda vestígios de uma história bem mais antiga do que a dela. Porque, quando se avançou com o seu restauro e se procederam às respectivas escavações arqueológicas, a casa revelou que antes de ser do Infante ou alfândega, muito antes sequer de haver reis portugueses naquele local, fora habitação de um cidadão romano suficientemente abastado para ter ali uma espécie de palacete. As réplicas dos vestígios dos pavimentos romanos em mosaico são apenas um dos resultados dessas escavações, hoje visíveis numa visita à casa, que, apesar da sua discrição, ainda acolheu, em 2013, cerca de 40 mil visitantes. metade dos quais estrangeiros.


Lajeado do século XVII - foto de 1958


Durante o reinado de Dom Fernando I este edifício albergou a Casa da Moeda, a qual se manteve em actividade até 1587, sendo finalmente extinta por alvará de 1607 e reactivada em 1688.

“A Casa da Moeda do Porto - 1ª Fase (1369 a 1590): Entre 1369 e 1371 o rei D. Fernando esteve envolvido em guerras com Castela. Para fazer face às despesas da guerra, foi mandada cunhar muita moeda, quer no Porto, quer em Miranda do Douro, bem como em Zamora, Corunha, Tui, Quiroga e Valência. E é, como já foi referido, possível identificar pela primeira vez os locais de amoedação, porque as moedas exibem letras.
As moedas cunhadas no Porto apresentam um P. 
Como a cunhagem estava directamente relacionada com a necessidade de fazer os pagamentos de guerra, quando o conflito acabou (em 1371) acabaram as cunhagens, só permanecendo, numa base de continuidade no Porto.
O rei D. Fernando concede uma carta de privilégios aos oficiais e moedeiros da Casa da Moeda do
Porto, em 1370.
“Em 1370, D. Fernando concede ao Alcaide, moedeiros e oficiais da Casa da Moeda do Porto, carta de Privilégio e isenção de várias taxas e tributos, municipais e régios, concedendo, mais ainda, um foro especial em actos civis e criminais. Estes mesmos privilégios e abusos ocasionaram ao longo dos séculos seguintes, inúmeras queixas e processos por parte do Município, obrigando a sucessivas intervenções régias. A imagem que prevalece sempre é a dos moedeiros como um grupo privilegiado constituído como uma classe à parte vivendo num bairro próprio.”
Esta carta é depois confirmada pelo rei D. João I, em 1385, e revela o estatuto privilegiado que, de facto, gozavam os oficiais e moedeiros que até formaram uma corporação à parte e viviam no seu próprio quarteirão.
O regimento da Casa da Moeda concedido em 1391, pelo rei D. João I, permite conhecer a organização interna e o funcionamento da Casa da Moeda, cuja localização se conhece desde 1390.Porto - 2ª Fase (1688 a 17221):
Voltando à história da Casa da Moeda no Porto. Esta destaca-se pela sua importância, quer na quantidade de moeda emitida, quer pelo facto de ter emitido, numa base de continuidade, durante muito tempo. A sua extinção oficial consta de um decreto assinado por Filipe III, em 1607. Isto é, cunhou-se moeda no Porto desde 1369 (desde o reinado de D. Fernando) século XIV, até ao final do século XVI, só acabando a sua actividade, porque Espanha e Portugal se fundiram em 1580 num só reino.
Dela se sabem muitas coisas:
- a localização: perto do rio, na parte baixa da cidade, junto à Alfândega;
- os nomes e as funções de um grande número de oficiais, alguns oriundos das mais importantes famílias da cidade.
Durante o reinado dos Filipes, até 1640, Lisboa passa a ser a única Casa da Moeda a cunhar moeda”. Site da FACM

Mário Bruno Carvalho Pastor - U. do Minho

segunda-feira, 28 de março de 2016

NÚMERO DE NAVIOS PORTUGUESES E ESTRANGEIROS

6.4 - Número de navios Nacionais e Estrangeiros



Vista da Cidade do Porto da Torre da Marca até à Fontaínhas 
Gravura de Manoel Marques de Aguilar – 1791


Portugal Antigo e Moderno - 1877


Barcos no Rio Douro junto da Ribeira - gravura de I. G. Martini - 1835

“Em 1859, entraram e saíram do Porto 2056 navios; a marinha portuguesa está representada nesta cifra por um pouco menos de 2/3. Neste mesmo ano, os objectos de importação representavam 38.197:812 francos e os de exportação 44.648:504 ditos. A alfândega rendeu 270.000 francos, Só a exportação de vinhos do Porto figura nesta cifra por 17.000 francos. As outras mercadorias que se exportam são azeite, passas, laranjas, limões, sumagre, etc. A alfândega do Porto tem 317 empregados. Gaia e Porto tem 320 fábricas, empregando 4500 obreiros. Os depósitos de Gaia não contam menos de 80.000 pipas de vinho. O conteúdo duma pipa regula pelo de duas barricas e meia de bordeaux.” Olivier Merson – 1859


Bascos rabelos com pipas de vinho para o Porto


Barcos junto ao Cais de Gaia - Photo Guedes - 1910


Padeiras de Avintes – foto Emílio Biel - 1900

Segundo “O Periódico dos Pobres” no segundo semestre de 1856 “deram entrada no registo de Quebrantões (Gaia) 15864 barcos de Pé de Moura para baixo e 2547 para cima, com 45.543 pessoas, incluindo as padeiras de Avintes”. 


Barco de pesca e outro de transporte de veraneantes que iam do Porto para a Cantareira.


Veleiro entrando na Barra


Custo da entrada dos barcos no Douro em 1708 – Camilo Castelo Branco 


Cais das Pedras – 1900 – à esquerda barcaças com carvão


Barcos ancorados na Barcos ancorados na Ribeira - 1910 - esta foto demonstra o grande movimento que existia no Porto.


Na Cantareira – possivelmente esperando ordem de entrada – c. 1900


Barco com as velas rotas fruto, possivelmente, de alguma tempestade - anos 40 séc. XX


Bacalhoeiro nos anos da II Guerra Mundial – tem escrito "Foz do Douro Portugal" para não ser atacado, pois éramos um país neutral.


Barcos de guerra no Douro - da esquerda para direita, o NRP Espadarte, o NRP Golfinho e NRP Delfim, vendo-se o NRP Douro, amarrado ao cais do Terreiro.- 1946


Primeiro navio hospital Gil Eannes


Segundo navio hospital Gil Eannes

"No século XX existiram duas embarcações de bandeira portuguesa com a designação de Gil Eannes e a função de navio-hospital, ambas tendo prestado apoio às atividades de pesca do bacalhau, nas águas da Terra Nova, no Grande Banco e na Gronelândia. A sua função justificava-se uma vez que as embarcações pesqueiras portuguesas encontravam-se rotineiramente isoladas por vários meses naquelas águas.
O primeiro navio a receber este nome foi o Lahneck, um navio do Império Alemão aprendido na sequência da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial (1916), então transformado em cruzador auxiliar da Marinha Portuguesa. Posteriormente, em 1927 zarpou pela primeira vez para a Terra Nova, após ter sido adaptado para navio hospital em estaleiros nos Países Baixos.
Em 1955 foi substituído por uma nova embarcação, homónima, construída de raiz nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Ao longo de sua existência, serviu ainda como navio-capitania, navio-correio, navio-rebocador e quebra-gelos, assegurando o abastecimento de mantimentos, redes, material de pesca, combustível, água e isco aos barcos de pesca do bacalhau.
Após 1963 passou a efetuar viagens de comércio como navio frigorífico e de passageiros entre as campanhas de pesca, tendo efetuado a sua última viagem à Terra Nova em 1973, ano em que também fez uma viagem diplomática ao Brasil com o então recém-nomeado embaixador de Portugal em Brasília José Hermano Saraiva.
Após esta última viagem perdeu as suas funções, ficando acostado no porto de Lisboa até ser vendido como sucata para abate em 1977.
Diante deste fim inglório para a embarcação, a escassos dias da sua destruição, e graças a um apelo feito por José Hermano Saraiva num dos seus programas, a comunidade vianense mobilizou-se para o resgatar, concebendo um projeto para ser exposto no porto de mar de Viana do Castelo, como tributo ao passado marítimo da cidade, tornando-se numa das suas atrações turísticas.
Desse modo, em 1998 foi reabilitado nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com o apoio de várias instituições, empresas e cidadãos, e passando a ser gerido pela "Fundação Gil Eannes", criada para esse fim". In Wikipédia

História do primeiro navio navio Gil Eanes

Filme sobre o segundo navio Gil Eanes
http://videos.sapo.pt/jkNT3SUP56CSbVFpkht8


Navio Mercian, da empresa Ellerman Papayanni Lines, de Liverpool, no rio Douro, c.1957.


Navio Escola Sagres I – 1858-1898


Navio Escola Sagres II - 1924 - 1962


Navio Escola Sagres III - após 1962


Lemes do Navio Escola Sagres

História dos três navios escola Sagres – blogue Restos de Colecção

Visita ao navio escola Sagres III - vídeo

sexta-feira, 25 de março de 2016

ADENDA AO LANÇAMENTO - MATOSINHOS, LEIXÕES, LEÇA DA PALMEIRA - IV DE 10/3/2016

6.3.12 - Adenda a Matosinhos, Leixões, Leça da Palmeira, Rio Leça - IV de 16/3/2016

Sentimo-nos muito honrados e felizes por termos leitores que nos seguem com a maior atenção e interesse. 
Recebemos hoje um mail de um nosso habitual leitor, José Fiacre, portuense, que nos enviou um extraordinário estudo sobre as pontes de Leça e que entendemos dever publicar, pois completa aquilo que já publicamos.
Aqui vai o texto integral da explicação que nos enviou por mail:

Como já vos disse o vosso blogue é para mim uma referência diária, já que, muito do tempo que venho tendo no gozo da minha aposentação, vou-o passando pesquisando sobre a cidade do Porto onde nasci e sempre vivi.
Influenciado pelo vosso brilhante trabalho, ultimamente tenho-me embrenhado nas imediações do porto de Leixões. Resultante das minhas pesquisas, tento, para uso exclusivamente de uso pessoal, condensar aquelas pesquisas num trabalho escrito de consulta própria. 
Por isso e dada a consideração que o vosso trabalho me merece envio-vos em ficheiro anexo, uma parte sobre aquela zona de Matosinhos.
Como se compreende, sempre que tal me é possível e do meu conhecimento faço, no trabalho, a devida referência às fontes. Caso vejam interesse nalgum facto ainda não mencionado por vós têm toda a liberdade de o usar não necessitando de qualquer referência à minha pessoa. 
Como irão verificar a problemática das pontes sobre o rio Leça é o alvo da minha atenção.
A descrição sobre as dimensões da ponte dos 19 arcos e a sua configuração ajudam a perceber algumas fotografias da época.
Por outro lado a narrativa sobre os antecedentes da ponte Tavares é interessante e pouco conhecida, bem como a localização do primitivo forte da Senhora das Neves. 
Interessante e pouco conhecido o facto, de inicialmente a estátua de Passos Manuel na Alameda, estar de costas para o mar, pelo que segue, também,pequeno texto sobre esse assunto.
Aproveito esta oportunidade para agradecer a cópia da entrevista que deram ao JN, já que me foi possível conhecer mais um pouco de vós. 
Agradeço e dou-vos os parabéns pelo vosso blogue que é uma referência na blogosfera. 
Deve ter constituído para muitos uma surpresa, ficarem a saber quantas horas despendem nas vossas pesquisas o que, para mim não o é, pois, sei o quanto uma pesquisa com critério implica.
Com os meus melhores cumprimentos, sou...

Pontes no Rio Leça

Desde do reinado de D. Afonso V existia a chamada ponte dos 19 arcos toda em pedra a unir as margens esquerda e direita do rio Leça, próximo da foz do rio. Por aqui nasceria o porto de Leixões. 
Esta ponte estava lançada entre as duas margens, sensivelmente onde estão hoje as ruas do Conde Alto Mearim em Matosinhos e Óscar Silva em Leça da Palmeira. 
O tabuleiro da ponte descia ligeiramente de Leça para Matosinhos, em rampa mal perceptível, e perto da margem sul flectia um pouco para a direita, numa pequena curva. 
“As dimensões da ponte são [em metros]: 
Comprimento total: 121,50 
Idem, da curva até à margem sul: 26,20 
Largura junto da margem norte: 4,00 
Idem, a meio da ponte: 4,22 
Idem, junto da margem sul: 4,20
Cumpre analisar, finalmente, as duas meias-laranjas abertas no tabuleiro, sem dúvida os pormenores mais curiosos deste monumento. Compõem-se de dois corpos ligeiramente ovais, de fundo lageado, que apoiados, cada um, no seu talhamar cilíndrico, avançam fora do piso da ponte, formando varandas para o lado de montante. 
Tais construções destinavam-se a facilitar o cruzamento de carros, descongestionando a via. Ainda se utilizavam como miradouros ou caramanchões, para o que serviam os bancos de pedra que lhes correm a toda a volta. 
A primeira meia-laranja encontra-se mesmo na curva que o tabuleiro faz, à distância de 26,20m da margem sul (Matosinhos) e de 95,30m da margem norte (Leça da Palmeira). Adiante 25,30m fica a outra meia-laranja, a 70m da margem norte e a 51,50m da margem sul. O uso destes corpos salientes - feitos para dar passagem aos carros, cavalos, e peões que se enfrentavam na ponte - divulgou-se a partir do século XVII”. Com a devida vénia ao blogue “aportanobre”
Cerca de 1 km a montante desta ponte existiu uma outra chamada “Ponte Tavares”.
Os veraneantes em Leça da Palmeira em seus momentos de lazer costumavam, em barcos a remos, ir em passeio até à Ponte Tavares após passarem por baixo do 5º arco da Ponte de Pedra.
Junto da ponte Tavares, o Leça formava dois braços de rio; o rio Doce, do lado de Leça da Palmeira e o rio Salgado, do lado de Matosinhos. Estes dois braços do rio só voltavam a unir-se a jusante da ponte de Pedra. 
Os Brito e Cunha, da Casa do Ribeirinho, eram senhores de grandes extensões de terrenos em Matosinhos, nomeadamente nas cercanias da sua casa. 
Entre os dois braços do rio Leça, o doce e o salgado possuíam terrenos que antes tinham sido salinas e se denominava “Campo das Marinhas”. 
Este topónimo, “Campo das Marinhas”, sobreviverá até meados do século XX quando esta ilha, entre os dois braços (o “doce” e o “salgado”) do Leça, desapareceu com a construção da Doca nº 2 do Porto de Leixões.
Algumas daquelas salinas, em tempos, foram adaptadas para a criação de peixes.
Supõe-se que nas décadas de 30 e 40 do século XIX, se estabeleceu um litígio entre João Eduardo de Brito e Cunha e suas tias (Joana e Ana Brito e Cunha), a propósito da divisão daquela propriedade e da sua forma de exploração.
Existe um documento não datado, que refere que António Bernardo Brito e Cunha, irmão de João Eduardo Brito e Cunha, havia destruído uma ponte de pedra, chamada “Ponte de Brito”, que ligava as Azenhas, propriedade das tias, ao Campo das Marinhas e, que, esta propriedade havia passado de juncal para marinhas de sal.
Terminada a exploração salineira no estuário do Leça, em 1866, a ilha dos Brito e Cunha sobreviverá ainda durante quase um século sob a designação do seu tradicional e multissecular topónimo: Campo das Marinhas. Durante esse espaço de tempo o local serviu para outros fins. Foi o campo de tiro do Real Club Caçadores de Matozinhos. 


Bairro Piscatório do Rio Salgado em Matosinhos-Ed. Photo Guedes


Em 1908 a Ponte Tavares

O braço do rio que se vê na foto anterior é o salgado que, por correr a uma quota inferior, sofria a influência das marés.


Na foz do rio Leça a ponte de 19 arcos com Leça no horizonte 


Ponte dos 19 arcos e Escola Régia de Leça da Palmeira


Escola em Leça da Palmeira à saída da Ponte de Pedra


Ponte de 19 Arcos com Leça à esquerda 


Ponte de Pedra e a Alameda de Leça que “roubou” 1 arco à ponte


Ponte dos Arcos em cheia do rio Leça com Matosinhos em fundo
Na foto acima a Alameda de Matosinhos desenvolvia-se à direita da mesma.


Outra foto da foz do rio Leça e da Ponte de 19 Arcos 


Ponte de 19 Arcos, na foz do rio Leça com Leça em fundo-Ed. Foto Beleza-Porto 


À esquerda o que restou da Ponte dos Arcos com viaduto ao fundo
Na foto à esquerda está Leça da Palmeira.

Em 1886 seria construída uma ponte sobre o rio Leça, chamada a Ponte de Pau, a mando da Companhia dos Carris de Ferro do Porto, ligando a Rua de Roberto Ivens (Juncai de Baixo), em Matosinhos, ao Largo do Amado, em Leça da Palmeira. 

Ponte de Pau
Na foto acima pode ver-se ao fundo a Ponte de Pedra e à direita um pouco da Alameda de Matosinhos.
ponte foi alvo de um incêndio em 1899. Em 1922 foi abatido completamente, o que dela restava. 
Mais para montante existia entre aquelas duas pontes, a Ponte Metálica ou Ponte do Eléctrico, que servia também peões e que se situava sensivelmente onde está hoje a Ponte Móvel.


Ponte do Eléctrico c. 1890
Legenda:
1. Ponte do Eléctrico 
2. Quartel dos Bombeiros de Matosinhos-Leça e dos Socorros a Náufragos
3. Capela (demolida em 1890) da Nossa Senhora da Apresentação à saída da Ponte de Pedra
4. Ponte dos 19 Arcos 
5. Igreja de Leça


Carro eléctrico atravessando o rio Leça - Ed. Alberto Ferreira-Batalha-Porto 
A foto anterior tem por fundo Leça da Palmeira.


Ponte do eléctrico
A foto anterior tem por fundo Matosinhos


Vista sobre Leça da Palmeira - Ed. Photo Guedes 
Na foto anterior, ao fundo, adivinha-se a Igreja de Leça e mais à direita a Capela de Santana.
Pela Ponte de Ferro transitou a pedra para construção do molhe norte do porto de Leixões.


Ponte de Ferro ou Ponte do Comboio em 1900 
Na foto acima pode ver-se o pormenor de, ao fundo, ainda ser visível o Senhor do Padrão.


Ponte do Comboio no centro do postal

Na foto acima vê-se à esquerda o famoso Restaurante Ariz, no local onde hoje está o restaurante “Bem- Arranjadinho” e bem à direita, na outra margem, a praia de Matosinhos. 
O eléctrico preparava-se para entrar na “Sala de Visitas” e a poucos metros da curva passava em frente ao Hotel Estefânia situado na Rua Vareiro, depois de ter passado pelo Hotel Central situado no Largo Fonte Seca. 


Estação do Caminho- de- Ferro no local de gravura anterior
A Estação do Caminho-de –Ferro está à esquerda da gravura anterior tendo ao lado o Hotel Leixões.


Sala de Visitas- Ed. Alberto Ferreira –Praça da Batalha-Porto


Hotel Estefânia no fim do século XIX 

No edifício acima pode ver-se que as paredes têm um ângulo de 45º e, isso deve-se, ao facto de terem sido os alicerces duma fortaleza do século XVII, que aqui existiu e que se chamava de Nossa Senhora das Neves e que foi abandonada aquando da construção do Forte de Leça. 
O actual forte herdou o nome da anterior fortaleza, de Forte de Nossa Senhora das Neves e foi levantado sob a Dinastia Filipina, em 1638 ou 1639.


O local da foto anterior na Avenida Antunes Guimarães-Fonte: “Google Maps”
Na foto acima pode ver-se que as edificações estão numa cota superior à da rua. 


Fachada do Hotel Estefânia em 1895


Forte de Nossa Senhora das Neves-Fonte: “Wikipédia”


Forte de Leça em 1900


O comboio passando junto ao Forte Nossa Senhora das Neves, em Leça da Palmeira 
Por outra ponte sobre o rio Leça, se desenvolveu mais tarde a linha férrea Boavista –Leça e Póvoa do Varzim.

Passos Manuel na Alameda de Matosinhos

Ficou conhecida como Revolução de Setembro o movimento de insurreição que se deu em Lisboa a 9 de setembro de 1836, no Terreiro do Paço, depois de desembarcarem os deputados portuenses, liderados por Passos Manuel, cujo nome de baptismo era Manuel da Silva Passos, irmão de um político importante da época, Passos José, cujo nome de baptismo era José da Silva Passos, ambos naturais de Bouças. 
Passos José viria a ser presidente da Câmara do Porto.


Estátua de Passos Manuel inicialmente na Alameda em Matosinhos-Ed. Photo Guedes
Na foto acima vemos a estátua de Passos Manuel, virada para Guifões, como quiseram os seus amigos e contemporâneos, na chamada Alameda de Matosinhos com a Ponte de Pau em fundo.


Foto tirada da Alameda Leça para a Alameda de Matosinhos
Acima na foto no bordo direito, na outra margem do rio Leça, está a estátua de Passos Manuel na Alameda de Matosinhos.
A ponte dos 19 Arcos aparece à esquerda da foto.


Foto de Passos Manuel na Alameda de Matosinhos–Ed. A. Vieira
Na foto acima o jardim da Alameda já tem bancos oferecidos pelo Conde Alto Mearim.


Estátua de Passos Manuel actualmente-Fonte: “Google Maps”
Na foto acima a estátua encontra-se numa rotunda da Avenida da República confluente com a Avenida Serpa Pinto e Rua Roberto Ivens e veio para aqui aquando da construção da doca nº 1 do Porto de Leixões.