segunda-feira, 28 de agosto de 2017

REVOLTA DOS MARCENEIROS

8.1.12 – Revolta dos Marceneiros 


In O Tripeiro, Série V, Ano II


Antiga serra de marceneiro com pedal.


Mesa costura – séc. XVIII – Museu de Lamego


Mobília séc. XIX


Canapé séc. XIX

Após os primeiros 20 anos, do séc. XIX, de grandes crises em Portugal, Invasões Francesas e graves lutas políticas com os ingleses, a Revolução de 1820 veio trazer alguma esperança aos mesteirais portuenses, pelo que houve que recomeçar a investir e melhorar os seus produtos. Mas as lutas liberais vieram repor a instabilidade. Já depois do cerco, aqueles sentindo-se gravemente prejudicados pelas importações de manufacturas que já cá se fabricavam, decidiram tentar impor certas restrições às importações. Por coincidência encontrava-se no Rio Douro um barco Hamburguês com móveis caros para descarga. Em 25 de Abril de 1836, não tendo chegado a acordo com o Governador Civil sobre a proibição da descarga destes móveis, alguns amotinados, sobretudo marceneiros, depois seguidos de muito mais povo, resolveram atacar os barcos e destruir a mercadoria estrangeira, sobretudo os móveis. 
Dirigiram-se à alfândega no propósito de continuar a sua sanha, mas o director e alguns empregados resistiram-lhe e entretanto chegou a guarda que os impediu de entrar.
Seguidamente atacaram um armazém no Largo de S. Domingos, pertencente à alfândega. Não satisfeitos, dispersaram pelas Ruas dos Clérigos e de Santo António, ameaçando ainda outras lojas que vendiam produtos estrangeiros.


      Marcenaria - 1568


Artur de Magalhães Basto descreve esta revolta com muita propriedade:



Foto de José Fernando Guimarães - 2017

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

CERCO DO PORTO XIII

8.1.11 – Cerco do Porto - Morte de D. Pedro IV e seu testamento, D. Pedro IV deixa seu coração ao Porto, Coração de D. Pedro IV na Igreja da Lapa, Novas armas do Porto por D. Maria II, Exposição e veteranos do Cerco do Porto


Estátua de D. Pedro IV – Foto do início do séc. XX

Foi seu escultor Célestin Anatole Calmels. Fundida em Bruxelas, custou cerca de 30 contos de reis. Mandada fazer em 1862 para comemorar os trinta anos do desembarque no Mindelo, foi inaugurada em 19 de Outubro de 1866. O pedestal foi feito pelo canteiro Joaquim Antunes dos Santos. D. Pedro segura na mão direita a Carta Constitucional de 1826 e na esquerda as rédeas do cavalo.
Uma charada muito antiga do Porto é: Qual é a pata direita do cavalo de D. Pedro?


Medalha comemorativa da inauguração da estátua de D. Pedro IV - 1867 

Não podíamos terminar este capítulo sobre o Cerco do Porto sem referir a vontade expressa por D. Pedro IV à rainha D. Amélia, sua esposa, de deixar o seu coração à cidade do Porto.


D. Pedro IV após a sua morte – desenho de Dias da Costa – in Pintrest.pt 

Em O Tripeiro, Série VII, Ano XVIII, nº. 7-8, o Senhor Professor Doutor Francisco Ribeiro da Silva escreve: “ O Rei-Soldado, pouco depois de levantado o sítio e da victória definitiva do Liberalismo, faleceu precocemente no Palácio de Queluz, às duas horas e meia da tarde do dia 24 de Setembro de 1834. Na véspera do triste apagamento, dia 23 pelas quatro horas da manhã, sentindo-se desfalecer, dirigiu-se aos brasileiros, manifestando-lhes a sua dedicação e aproveitando para ditar algumas últimas vontades. Entre elas, destaca-se a de deixar o seu” coração à heróica cidade do Porto, theatro da minha verdadeira glória…””.


Fotografia do pergaminho do auto da entrega do coração de Dom Pedro IV à cidade do Porto – in Monumentos Desaparecidos



No pedestal encontram-se dois altos-relevos representando, um o desembarque no Mindelo e a entrega da Bandeira a Tomaz de Mello Breyner, o outro a entrega do coração de D. Pedro IV ao Porto, que se encontra na Igreja da Lapa.


    Foto de José Pedro Durão


Chaves do mausoléu onde se encontra o coração de D. Pedro IV – in Porto 24 



Arquivo da Câmara Municipal do Porto

“A autenticidade do coração de D. Pedro IV nunca esteve em causa, mas foi longo e conturbado o percurso que levou o órgão doado à cidade e até ao monumento onde está desde 1837, na Igreja da Lapa, Porto.
“Depois da morte de D. Pedro, em Setembro de 1834, a sua mulher, D. Amélia, fez encerrar o coração num escrínio (uma espécie de vaso, ou guarda-jóias) com 2 tampas e entregou-o ao ajudante de campo do rei que veio de Lisboa para o Porto num navio”, descreve o historiador Ribeiro da Silva, mesário da Ordem da Lapa.
O coração chegou ao Porto em Fevereiro de 1835, quase 5 meses após a morte do monarca, foi “em procissão da Ribeira para a Lapa” e “toda a cidade esteve presente”, acrescenta.
“D. Pedro ofereceu o coração ao Porto porque viveu aqui durante os meses do Cerco do Porto [entre Julho de 1832 e Agosto de 1833] e houve entre ele e a população uma cumplicidade enorme”, assegura o professor.
“Foi um gesto único na história de Portugal”, destaca o historiador, para quem não se tratou de amor à primeira vista: “No início a cidade não aderiu em massa, mas depois o rei deu provas de grande abnegação e grande heroicidade e o povo simpatizou imenso com ele”, justifica.
O coração chegou à Lapa numa urna de madeira de mogno, dentro da qual estava um estojo (o original foi a única peça substituída, mas mantém-se na igreja) e, lá dentro, um vaso de prata dourada com 2 tampas.
“Uma era uma espécie de adorno e a outra, presa com parafusos, dava acesso ao coração, inserido em líquidos conservantes desde a primeira hora”, descreve o mesário.
Na altura, “os professores da escola médico-cirúrgica entenderam que o coração ficaria melhor conservado num recipiente de vidro, por se tratar de um material mais estanque do que a prata.
Dois anos para decidir local
Seguiram-se “2 anos de espera” para a Câmara e a Irmandade da Lapa “chegarem a acordo sobre sítio onde devia ficar o monumento”, período durante o qual o coração “ficou na capela-mor à guarda de uma sentinela, porque havia receios que fosse roubado”, acrescenta.
Foi edificado “do lado do evangelho por um arquitecto da Câmara que tentou representar o Brasil e Portugal, as armas da Casa de Bragança e as armas militares. O granito é todo do Porto, foi escolhido o mais fino. É um ex-líbris da cidade e da igreja”, descreve Ribeiro da Silva.
O coração foi doado à cidade e não à Igreja da Lapa, motivo pelo qual foi necessário que a filha de D. Pedro, D. Maria II, resolvesse o dilema sobre o local onde devia ficar o legado, relata.
“Quando veio para o Porto, D. Pedro ficou no Palácio dos Carrancas (onde está hoje o Museu Soares dos Reis), mas era um sítio muito exposto. Teve de recolher para um mais protegido. Ficou a morar na Rua de Cedofeita, mais ou menos no local onde está hoje a esquadra da PSP”, acrescenta.
A igreja próxima era a da Lapa e o seu fundador “era um brasileiro”. “Pelo menos à missa semanal vinha. Tenho visto escritos de que vinha à missa todos os dias aqui. Daí que D. Maria II quisesse que o coração ficasse aqui”, explica o historiador.
Para Ribeiro da Silva, o coração “significou uma coisa importantíssima: o amor pela liberdade”.
O relato na imprensa da época
Segundo o relato do jornal portuense “O Artilheiro”, de 14 de Fevereiro de 1837, reproduzido pela revista O Tripeiro, a cerimónia religiosa da “chegada do Augusto Coração” à Igreja da Lapa cumpriu-se a 12 de Fevereiro daquele ano. O coração, sem os mais “remotos sintomas de corrupção”, já havia sido mudado do vaso onde tinha sido transportado para um vaso maior de vidro e que “depois foi encerrado na Urna de Prata que actualmente existe”.
Antes de ser encerrada no mausoléu esculpido em pedra “retirada das magníficas pedreiras dos arrabaldes da cidade, onde se erigiam as Baterias da linha da sua defesa”, o “vidro com o Imperial Coração” esteve exposta no centro da igreja, num altar fúnebre em que era possível ler o seguinte verso: “Coração que bateste em tal peito./Onde morto acharás egual largueza?/No Porto disse o herói…oh gran fineza!/ardor sublime! feito nunca feito!”
Foi o presidente da Câmara, Luciano Simões de Carvalho, que após as cerimónias colocou a urna com o coração no interior do mausoléu, enquanto a artilharia fazia “soar uma salva real de vinte e um tiros de peça, alternando 3 descargas de fuzilaria da tropa ali estacionada, acabando de dobrar os sinos em todas as igrejas da cidade”. In Porto 24 de 11/3/2013


E assim se fez: o coração foi depositado na capela-mor da igreja da Lapa, num sarcófago cuja chave está na gaveta da secretária do presidente da Câmara.


Em 1837 D. Maria II determinou que: "as armas sejam esquarteladas com as do reino e tenham ao centro, num escudete de púrpura o coração de oiro de D. Pedro, sobrepojadas por uma coroa de duque, tendo por timbre o "Dragão negro das antigas Armas dos senhores Reis destes reinos", e junte aos seus títulos o de Invicta."

Vídeos sobre o coração de D. Pedro na Lapa

https://www.youtube.com/watch?v=EUicOto3r7k






Paço Episcopal danificado por fogo de artilharia da Serra do Pilar durante o cerco do Porto – gravura de 1839


Exposição de Amália da Silva Chaves, no início do século XX. - um salão com peças, fardas e desenhos alusivos ao Cerco do Porto.


Veteranos do cerco do Porto em 29/7/1883


Porto na hora azul – maravilhosa foto de Manuel Varzim – Abril de 2017

O Porto e o seu passado – documentário da RTP por José Hermano Saraiva 

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

CERCO DO PORTO XII

8.1.11 – Cerco do Porto - Almirante Napier, Batalha do Cabo de S. Vicente, Traição dos marinheiros miguelistas, Duque da Terceira chega a Lisboa, Anos horríveis de 1834 a 36, O Cerco do Porto- documento de um Portuense


Almirante Charles James Napier – chegou ao Porto, com reforços, no dia 1/6/1833



Batalha do Cabo de S. Vicente – Napier foi o comandante da frota liberal – 5/7/1833


Portugal antigo e Moderno


Combate do HMS Recruit contra os franceses, comandado pelo General Napier


António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha – Marquês de Vila Flor - Duque da Terceira

Após a tomada de Olhão e de Tavira e da derrota da esquadra miguelista, as forças militares lideradas pelo duque da Terceira dirigem-se para Lisboa onde entram sem encontrar oposição.


A notícia é dada pela Crónica Constitucional de Lisboa e pela Crónica Constitucional do Porto, no Suplemento ao nº 174 da Crónica Constitucional do Porto, 26 de Julho de 1833, edição de 6ª feita:
PARTE OFFICIAL.
Illmº e Exmº Sr. – Cabe-me a fortuna de ter de anunciar a V. Excª a grande noticia da entrada das Tropas da Rainha em Lisboa; a qual teve lugar esta manhãa depois de uma Acção, em que o Duque da Terceira desbaratou as tropas inimigas, comandadas pelo Telles Jordão, na margem esquerda do Tejo. (…)
Bordo da Nau Almirante, na entrada do Téjo, 24 de Julho de 1833 = 2 horas da tarde.
Illmº e Exmº Sr. Candido José Xavier
Duque de Palmella.


Portugal Antigo e Moderno


História do Cerco do Porto, desde D. João VI à morte de D. Pedro IV, escrito por um portuense - DOCUMENTO MUITO IMPORTANTE

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

CERCO DO PORTO XI

8.1.11 – Cerco do Porto - Bateria Miguelista de Castro, O 4 de Março, Pai com 4 filhos na defesa do Porto, Saldanha liberta o Porto


Bateria miguelista do Castro – Foz do Douro


In O Tripeiro, Volume 1


Linhas de defesa do Porto na zona do Bonfim ao Freixo, e da Serra do Pilar a Avintes, do lado de Gaia

Saldanha escreve ainda:

O Tripeiro, Volume 3

O Cerco do Porto – Joel Cleto

terça-feira, 1 de agosto de 2017

CERCO DO PORTO X

8.1.11 – Cerco do Porto - Lutas entre miguelistas e liberais, Baterias do Monte dos Congregados, do Covelo, S. Brás, Aguardente, Ramada Alta, Medalhas, Quinta do Covelo, Conto de Teófilo Braga sobre o Cerco


Luta entre miguelistas e liberais numa bateria de defesa

Mas voltemos aos liberais: Se bem que as tropas comandadas pelo Rei Soldado, desembarcadas a 8 de Julho de 1832, na Arnosa de Pampelido, tivessem vindo para o Porto pela antiga estrada de Vila do Conde, mais a norte (hoje Carvalhido, Monte dos Burgos, Cedofeita), quando as tropas miguelistas fecharam o cerco da cidade, foi nos limites da freguesia de Aldoar que estabeleceram um dos seus fortes, exactamente o Forte da Ervilha. Era uma fortificação rodeada por muros de sebes e estevas, reforçados com parapeitos à prova de bala. No interior do forte as linhas eram guarnecidas por palissadas, tendo na sua frente poços com cerca de dois metros de profundidade por três de largura. Considerava-se um forte inexpugnável. Foi palco de muitos e violentos combates, especialmente em 24 de Janeiro de 1833, quando as tropas liberais, sob o comando de Solignac, o ocuparam.


Legenda: Aprovado – Porto na Câmara - 25/6/1838– Quinta que foi dos Extintos Congregados

Prolongamento da rua da Alegria pela quinta dos Congregados, em 1838. Cruzando com a rua da Alegria, vê-se, à direita, a rua da Firmeza.
Durante o Cerco do Porto (1832-33), conforme o texto acima, esteve aqui instalada uma bateria de defesa (claramente assinalada na planta, do lado esquerdo do monte). 


Bateria de defesa do Porto no Monte dos Congregados – 1832/33


In O Tripeiro, Série VI, Ano XI


Projecto de prolongamento da rua de 27 de Janeiro (Constituição) para poente da rua da Rainha (Antero de Quental), 1843.
Nesta planta são visíveis três redutos do tempo do Cerco do Porto (1832-33): à direita, São Brás, nas proximidades do quartel do mesmo nome (encerrado há décadas);...



Bateria do Monte Pedral – esboço de João Baptista Ribeiro

...ao centro bateria da Glória, em Monte Pedral, aproximadamente no local do actual quartel do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto; à esquerda, o reduto de São Paulo, nas proximidades da actual rua de Chaimite.
Começada a abrir no início da década de 1840, a rua da Constituição teve o seu primeiro troço inaugurado em 1845, entre a praça do Marquês de Pombal e a hoje chamada rua de Antero de Quental.
Denominava-se então "rua de 27 de Janeiro", em honra do restabelecimento da Carta Constitucional de 1826 por António Bernardo da Costa Cabral, proclamada nesse dia de 1842, na cidade do Porto. Com a queda dos Cabrais, o derrube da Carta e a recuperação da Constituição de 1822, recebeu o nome de "rua da Constituição", designação que ostenta até aos dias de hoje.


O seu prolongamento foi lento e difícil, em virtude dos grandes declives e das características pedregosas do local, especialmente no troço ilustrado pela fotografia.
A extensão actual da Constituição só foi alcançada na década de 1980, aquando da conclusão do tramo entre a rua de Serpa Pinto e a rua de Oliveira Monteiro.


Reducto do Cobêllo


Quinta do Covelo

"Os principais danos sofridos pela casa e capela da quinta ocorreram em 16 de Setembro de 1832, na sequência das lutas entre liberais e absolutistas durante o Cerco do Porto. Foi precisamente naquele local estratégico que esteve situada parte da artilharia dos absolutistas que, ao transformar sem pudor a quinta numa autêntica fortaleza, vigiavam os movimentos dos civis de Paranhos para impedi-los de abastecer com alimentos a cidade cercada. Ora, nesse dia funesto para a quinta, os liberais avançaram para contrariar os propósitos dos absolutistas e arrasaram a dita quinta fortificada, desalojando o inimigo e incendiando-a (apesar de se sucederem outros combates pela posse da mesma)".


Paranhos teve uma importância crucial na vitória dos liberais. A Quinta do Covelo, também denominada da Bela Vista, foi um ponto estratégico, uma vez que dela se podia ter uma vista de grande parte da cidade. Por esse motivo, as tropas miguelistas instalaram nesta Quinta uma bateria de canhões. 
A nove de Abril desse mesmo ano, os liberais conseguem infiltrar-se na Quinta, tendo atacado os soldados absolutistas e tomado conta do reduto do Covelo. Esta foi sem dúvida uma importante vitória nesta luta que só terminou em 1834 com a vitória dos liberais.


Baterias de S. Brás, Aguardente, D. Pedro, D. Maria II e reduto do Covelo


“Chegados às traseiras da Quinta de Serralves, foi-nos referido que, na altura a mesma tinha o nome de Vale do Mata-Sete, sabe-se lá porquê! Aqui era o local do reduto da Flecha dos Mortos, onde ficou imortalizado José Estêvão, personalidade multifacetada de soldado, orador parlamentar, político, jornalista, professor e advogado... “Vejo-o na Flecha dos Mortos, nesse terrível reduto, cujo nome só por si é um pregão de heroísmo, vejo-o impávido e audaz, entre os seus vinte soldados, caídos a seu lado, mortos ou feridos, esperar de morrão aceso, ao pé da sua peça, a esposa heróica do artilheiro nessas núpcias de morte e de glória, que são as batalhas! - esperar ao pé dela a entrada dos inimigos na bateria, que já não podia defender, queimar com o morrão, num gesto violento e provocador as barbas do comandante da força, e retirar sob um chuveiro de balas para logo voltar com reforços e reaver, à arma branca, numa carga furiosa, a posição um momento perdida!” (do Discurso de Luís de Magalhães em Aveiro, por ocasião do Centenário de José Estêvão a 26 de Dezembro de 1909). In blogue gpmcaminhadas

Um conto do cerco do Porto – Teófilo Braga – a ler absolutamente