sábado, 4 de agosto de 2018

DO PORTO E DOS PORTUENSES II


11.2 - Do Porto e dos Portuenses II, Francisco de Sá Carneiro define o Porto, Fotografias, filmes, vídeos e comentários obre o Porto



Algumas armas do Porto na fachada da Câmara Municipal

ARMAS DO PORTO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Alguns documentários
Porto. Ver a Sé – António Eduardo Soares

Arquitectura da Avenida dos Aliados - António Eduardo Soares

Belíssimo documentário sobra a cidade do Porto – Manuel Oliveira - 1956

Porto, Azulejos no granito – António Eduardo Soares

Porto em Alta definição


Possuímos um exemplar da 2ª edição desta obra, de 1945, editada pela Livraria PROGREDIOR, que foi prefaciada pelo notável historiador portuense Doutor Artur de Magalhães Basto e, no final, uma crítica de Tomaz Modessan, escrita em 10 de Março de 1789.
Trata-se de uma obra absolutamente incontornável para a História e conhecimento da nossa cidade no Século XVIII. Dando sempre a prioridade ao texto do autor, iremos transmitir os excertos deste livro que acharmos mais relevantes. Sempre que nos pareça de interesse acrescentaremos comentários que a nossa memória tenha retido, esperando que, se algum erro ou omissão cometermos, os nossos caros leitores nos corrijam ou completem.
Inseriremos gravuras e fotos de muitas procedências tentando sempre informar as suas fontes. Poderá, porém, acontecer que algumas careçam da devida indicação, por nós não encontradas. Desde já pedimos desculpa e agradecemos que nos informem, afim de repormos o erro ou omissão.
A nossa principal recolha foi feita em O Tripeiro, a célebre e notável revista de “repositório de notícias portucalenses” que lemos, com o maior gosto e interesse, durante dezenas de anos. Também recorremos à nossa biblioteca temática à internet e a vários excelentes blogues, em especial ao PORTO DESAPARECIDO, sobre o Porto, que felizmente existem e têm muita categoria.
Neste trabalho quisemos descrever, na medida das nossas possibilidades, a evolução dos locais, costumes, etc. e a descrição de factos que foram acontecendo até aos nossos dias.
O próprio ARC, na sua página inicial, expõe notavelmente o conteúdo da sua extraordinária obra:


FIM DO BLOGUE

Foi uma longa e trabalhosa pesquisa sobre o referido livro e tempos posteriores que apresentamos, com o maior gosto e proveito, aos apaixonados pela nossa cidade do Porto.
Com este lançamento damos por terminado este trabalho, na esperança que os nossos queridos leitores tenham apreciado e aprendido algo sobre o nosso querido Porto.
Nós, não só aprendemos muito, como também nos proporcionou um grande gosto ao fazê-lo.
Não é uma despedida, pois, se tivermos forças e saúde, tentaremos regressar com algo que será, evidentemente, sobre o Porto. 
Agradecemos aos nossos milhares de leitores, de Portugal e de quase todo o mundo, o interesse mostrado, muito especialmente àqueles que nos corrigiram, comentaram ou louvaram este nosso trabalho

terça-feira, 31 de julho de 2018

Do Porto e dos Portuenses I


11.1 - Do Porto e dos Portuenses I, situação do Porto, Gravura do Porto em 1789, Caracter e costumes do Porto, Iguais na felicidade e na desgraça, Alto Douro


Gravura de H. Dunkalf – 1736



Mapa de Portugal Antigo e Moderno – Pinho Leal – 1762




Agostinho Rebelo da Costa - 1789


1960




Naufrágio do vapor Porto
Em 28/3/1852 o vapor Porto saiu da barra com destino a Lisboa. Apesar da ameaça de mau tempo seguiu a sua rota até que, nesse dia à noite era tal o temporal que o capitão decidiu regressar e rumar a Vigo. No dia seguinte, ao raiar da aurora foi avisado, de terra, para se fazer ao largo, pois o mar havia piorado. Porém, os passageiros em grande angústia, e contra a vontade do capitão, obrigaram-no a rumar à barra do Porto e não seguir para Vigo. Tal foi a sua insistência que este cedeu, autorizado pelo piloto-mor. O barco foi encalhar na rocha do Touro (11) onde permaneceu até à noite. Ouviam-se em terra os gritos e pedidos de socorro dos passageiros e tripulantes, porém nada podia ser feito para os salvar dado não haver quaisquer meios de salvamento. Foi então que Ricardo Clamouse Brown e António Ribeiro da Costa e Almeida saltaram para uma catraia e saíram para o mar. Porém, este estava de tal forma violento que os arrastou para a praia. Um arrais, Manuel Francisco Moreira Júnior ainda se conseguiu aproximar e segurar uma corda atirada pelo Porto. Mas era tal a força do mar e dos passageiros a puxá-la que o capitão deu ordem de a cortar para salvar a vida dos pilotos. Por fim uma enorme onda levantou o barco e atirou contra a pedra da Laje, tendo-se o barco partido a meio. Salvaram-se apenas sete dos sessenta e um tripulantes e passageiros, entre os quais algumas crianças. A administração da empresa do navio foi muito culpada e condenada, pois sabia que este estava em péssimo estado de navegabilidade.
O naufrágio do vapor Porto foi um tremendo abalo para a gente os habitantes da cidade, pois nele pereceram personalidades muito conhecidas, entre eles, José Allen, irmão do Visconde de Vilar d’Allen, e suas duas filhas, o Cônsul de França, o pai de Ana Plácido, amante de Camilo, e outros. 




Douro no Outono


Agostinho Rebelo da Costa – 1789

O Porto visto do ar – uma maravilha – Luis Costa – Novembro 2015
https://www.youtube.com/embed/77B6Uh4cH1A




terça-feira, 24 de julho de 2018

MULHERES ILUSTRES EM VIRTUDES, EM SABEDORIA E OUTRAS RARAS QUALIDADES

10.8 -  MULHERES ILUSTRES EM VIRTUDES, EM SABEDORIA E OUTRAS RARAS QUALIDADES, D. Bernarda Ferreira de Lacerda, D. Luiza Marescoti, Venerável Berengária, Filipa Martins.





“D. Bernarda Ferreira de Lacerda, ilustre dama portuense, poetisa muito laureada no seu tempo, autora de poemas «Espanha Libertada» e «Soledades do Buçaco», patrocinou, junto de Filipe II, a vinda dos Carmelitas para o Porto, em 1616. Logo no ano seguinte vieram os frades. Ao local começou a chamar-se o Carmo, abrangendo no todo ou em parte, a actual Praça Gomes Teixeira, antes Praça da Universidade, antes Praça dos Voluntários da Rainha. Hoje o topónimo está reduzido à Rua e Travessa do Carmo.” ("Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas)
ARC refere-se ao convento fundado em Goa, mas nada diz sobre a sua influência junto do rei para a vinda dos Carmelitas para Portugal, em especial para o Porto. 

Em O Tripeiro Série VII, ano XXIII, Maria Odete Leão de Araújo Leão escreve:
“Bernarda Ferreira de Lacerda nasceu no Porto em 1593 e foi baptizada na Sé Catedral, aos 24 dias do mês de Outubro de 1593, conforme o assento do seu baptismo exarado no livro de Baptismos da Sé do Porto de 1589/98, fl. 107 v. … Jaz com seu marido num mausoléu do lado de Evangelho, na Capela de S. José, no Convento de Nossa Senhora dos Remédios das Carmelitas Descalças”. 


No seu mausoléu, em Lisboa, existe o seguinte lacónico epitáfio:




Venerável Berengária


Convento de Santa Clara e campo da feira - 1895


A Abadessa Berengária é efectivamente uma figura histórica, tendo estado à frente do convento de 1384 a 1406. Embora o milagre que lhe é atribuído, seja uma lenda, a narrativa é de cunho edificante, ao valorizar virtudes indispensáveis à vida em comunidade, como a dedicação ao trabalho, a oração e, sobretudo, a obediência - em 1625, frei Luís dos Anjos já recolheu esta lenda no seu Jardim de Portugal, remetendo-a a uma versão anterior, em latim. No Convento de Santa Clara ela é evocada numa tábua, por escrito, e numa tela, ambas da segunda parte de Seiscentos.


Convento, Igreja e Claustro de Santa Clara em Vila do Conde


Do património edificado ao longo dos séculos, restam a bela igreja gótica, a imponente área residencial (noutros tempos chamada “dormitórios novos”), que é setecentista, os arcos do antigo claustro com o seu chafariz e o extenso aqueduto, em parte destruído. Sobre este aqueduto referimo-nos à descrição do irlandês James Murphy, em 1789, na sua viagem de Dublin para o Porto, que ao passar perto de Vila do Conde nos diz: ” …surgiu-nos pela frente Vila do Conde. O capitão encaminhou-se, então, em direcção a um alinhamento de arcos, restos de um antigo aqueduto. O movimento da embarcação não nos permitiu contá-los, mas o capitão assegurou-nos que eram em número de mais de trezentos e a sua afirmação não nos pareceu de modo algum exagerada, a avaliar, pelo que vimos, da sua extensão.” Pelo descrito o aqueduto já não seria utilizado nos fins do século XVIII. Na Igreja encontram-se alguns túmulos importantes : o de D. Beatriz, filha de São Nuno Álvares Pereira, o dos Condes de Cantanhede e os dos Fundadores do mosteiro.

Vídeos sobre o Convento e Igreja de Santa Clara de Vila do Conde -exterior

interior


Convento Corpus Christi - Gaia - desenho Pinho das Silva

quarta-feira, 18 de julho de 2018

DOS HOMENS ILUSTRES EM LETRAS E ARMAS VII

10.7 - Dos Homens ilustres em letras e armas VII, Teodoro de Sousa Maldonado II - Arquitecto e desenhador do séc. XVIII, Quartel de Santo Ovídio, Antigo Governo Civil, Porta do Sol, Planta Geográfica da entrada do Douro.

Quartel de Santo Ovídio desenho do arq. Ronaldo Oudinot - 1793



O Quartel de Santo Ovídio foi construído por Aviso Régio de 20 de Fevereiro de 1790 da Rainha D. Maria I para albergar o 2º Regimento de Infantaria do Porto, que fora criado em 1762 e instalado nos celeiros da Cordoaria. O autor do projecto do Quartel foi o Tenente-Coronel Engenheiro do Reino, Reinaldo Oudinot. As obras, com algumas alterações e direcção de Teodoro de Sousa Maldonado, arrastaram-se até 1805-1806. Em 1809 serviu de aquartelamento temporário e posteriormente de prisão às tropas francesas, do General Soult da 2ª Invasão. Deste quartel saiu a Revolução do 31 de Janeiro de 1891, às 4 h. da manhã.


Foi mandado construir a 21 de Junho de 1792, num terreno que ficava no lugar dos Carvalhos do Monte, local deixado livre pela demolição de uma parcela da Muralha Fernandina, entre a Batalha e o Postigo do Sol. O projecto foi de Reinaldo Oudinot, alterado, após a sua morte pelo Arq. Teodoro de Sousa Maldonado, e destinava-se a asilo de desvalidos e rapazes abandonados, retirando-os das ruas. Exteriormente, merece destaque o corpo central da fachada, com uma varanda corrida ao nível do andar nobre, de onde se abrem três largas janelas e se recorta um sóbrio frontão triangular, o qual tem inserido a granito as armas reais. O edifício teve várias utilizações. Antes de 1832 no andar térreo funcionaram as prisões de recrutas e criminosos militares de Calceta e nos restantes pisos foram instaladas as secretarias e repartições pertencentes à guarnição do Porto. Também aí residiam alguns oficiais solteiros da guarda real da polícia. Na zona norte do edifício esteve instalado o Quartel General da região norte. Anos mais tarde, o edifício foi convertido em sede da repartição da fazenda, pagadoria militar, quartel general, estação telegráfica eléctrica, e governo civil. Na impossibilidade de expansão e principalmente na dificuldade técnica de acrescentar um 3° andar foi mandado demolir o arco da Porta do Sol, estendendo-se para este lado o acrescento que se lhe fez em 1875.



Planta geográfica da barra da cidade do Porto – Teodoro de Sousa Maldonado - Oficina de António Alvares Ribeiro, 1789 – site da Biblioteca Nacional de Portugal.


Capela-Farol de S. Miguel o Anjo – o rochedo da Cruz de Ferro está indicada com o nº. 19 - pormenor do mapa de Teodoro de Sousa Maldonado. 


Capela de Santa Catarina em Lordelo do Ouro – pormenor do mapa do Porto de Teodoro de Susa Maldonado

A.R.C. descreve assim a planta geográfica:


muito mais perigosa, sendo o dito cabedelo…



Texto de Bernardo Xavier Coutinho