2.3.1 - Bairro da Sé - V
Carros de bois esperando a sua vez de carregamento.
Segundo a Toponímia Portuense de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas “a Nova Rua de S. João, como primeiro se chamou ( e ainda na Planta redonda de Balck, em 1813, tem esta designação), começou a abrir-se em 1765, mas logo surgiram grandes dificuldades e consequentes pleitos por motivo das expropriações, principalmente levantadas pelos senhorios dos prédios enfiteuticos. Resolveu-as El-Rei D. José, em 1769, determinando por alvará régio um processo sumário para tal fim...Ainda em 1784 se cuidava dos alinhamentos da rua. O Padre Agostinho Rebelo da Costa refere-se-lhe já na sua Descrição Topográfica e Histórica da cidade do Porto, em 1789. O nome de S. João foi-lhe dado, cremos, em homenagem a João de Almada. Era, como todos sabem a rua de maior comércio no séc. XIX”
Gravura de J. Holland (1838) – Inicialmente chamada R. Formosa ou Fermosa por D. João I, R. Nova, R. Nova de S. Nicolau (em 1788), R. Nova dos Ingleses (até 1883), Rua dos Ingleses (até 1890), actual R. do Infante D. Henrique. Deixou de ser Rua dos Ingleses em 1890 como reacção de toda a cidade contra a nação inglesa pelo Ultimato. Nesta gravura pode ver-se: a saída do Viático para assistir a um doente, e o povo ajoelhado; o Paço Episcopal ainda não totalmente recuperado das destruições provocadas pelos miguelistas durante o Cerco do Porto; a Sé ainda com o relógio entre as torres; uma das capelas laterais da Igreja de S. Francisco e o lado Sul do Convento.
Eugénio Andreia da Cunha Freitas escreve: “ Entre os anos 1395 e 1405, mandou El-Rei D. João I, o de Boa Memória, abrir uma nova artéria, para enobrecimento da cidade a que tanto queria, e onde nascera seu filho Infante D. Henrique. Rua Formosa lhe chamou o monarca, “a minha Rua Formosa”… pouco depois começou a denominar-se Rua Nova, tirando o topónimo a outra Rua Nova que de então para cá se passou a chamar Rua Escura. Conservou por muito tempo as duas designações: Rua Formosa (ainda em 1468) e Rua Nova já em 1418… Concentrando-se em volta da Feitoria Inglesa, iniciada em 1785, o principal comércio portuense, realizado então com negociantes britânicos, passou a rua a denominar-se Rua Nova dos Ingleses, designação que tinha já em 1794, depois só Rua dos Ingleses.”
R. Nova dos Ingleses – foto do Barão de Forreester
Rua Nova dos Ingleses – gravura do Barão de Forrester - Antes da construção do Palácio da Bolsa os negócios com estrangeiros, especialmente ingleses, eram realizados a céu aberto.
Do site da Associação Comercial do Porto retirámos o seguinte trecho: “Ao longo de três gerações, grandes nomes da arquitectura, da pintura, da escultura e das artes decorativas contribuíram para a criação de um espólio e um património único no Palácio da Bolsa, verdadeira jóia do estilo neoclássico do séc. XIX, do Arq. Joaquim da Costa Lima ao Arq. Marques da Silva, do Pintor António Ramalho, a Veloso Salgado, António Carneiro ou Medina, de Soares dos Reis a Teixeira Lopes.”
Esta foto mostra o pedestal do monumento ao Infante D. Henrique, mas ainda sem todas as peças em bronze, pelo que deve ser de 1900 ou do ano anterior
"O espaço de 506 m2 que fora claustro do convento a céu aberto, é hoje o magnífico Pátio das Nações, um hino às relações comerciais, enunciado em tempos de euforia livre-cambista. Em cada uma das quatro faces do Pátio elevam-se seis colunas pompeanas em ferro fundido, destinadas a aliviar as paredes da carga enorme representada pela vasta cúpula metálica, da autoria de Tomás Soller, que recobre todo o átrio. Na base côncava da armação apresentam-se, além do escudo nacional, mais dezanove brasões heráldicos, executados por Luigi Manini, respeitantes aos países com os quais Portugal mantinha as mais estreitas relações de amizade e de comércio.
As quatro cantoneiras que dividem estas pinturas, comemoram datas relevantes para a actividade mercantil desta praça.
Merece também atenção o pavimento desta enorme quadra. Revestido de mosaico cerâmico, desenhado por Tomás Soller, a sua ornamentação, com predomínio de motivos geométricos, inspira-se nos modelos greco-romanos descobertos em Pompeia. O “floor” da Bolsa de Valores do Porto, fundada pela Associação Comercial do Porto, funcionou neste local até meados da década de 90 do século XX." - De Interacções do Futuro
As quatro cantoneiras que dividem estas pinturas, comemoram datas relevantes para a actividade mercantil desta praça.
Merece também atenção o pavimento desta enorme quadra. Revestido de mosaico cerâmico, desenhado por Tomás Soller, a sua ornamentação, com predomínio de motivos geométricos, inspira-se nos modelos greco-romanos descobertos em Pompeia. O “floor” da Bolsa de Valores do Porto, fundada pela Associação Comercial do Porto, funcionou neste local até meados da década de 90 do século XX." - De Interacções do Futuro
Salão Nobre da Associação Comercial do Porto. Começado a construir em 15 de Sertembro de 1862, sob o projecto de Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa, só em 1880 ficou concluído, aquando de uma sessão comemorativa do terceiro Centenário de Camões. As formas decorativas são em estuque e madeira e todo o amarelo é folha de ouro. É o salão usado para recepções, concertos e actos importantes.
Escadaria - Foto arakea.com
Monumento ao Infante D. Henrique do escultor Tomás Costa – inaugurada em Outubro de 1900 pelo Rei D. Carlos I e D. Amélia – do blog Porto Cidade Invicta
Mercado Ferreira Borges – foto de André Pregitzer – Porto Património Cultural da Humanidade de Manuel Dias
O mercado Ferreira Borges foi construído entre 1885 e 1888. Foi projectado pelo Eng.º João Carlos Machado, utilizando o ferro fundido e o vidro, tal como o Palácio de Cristal.
O Mercado Ferreira Borges foi construído pela Companhia Aliança (Fundição de Massarelos) pelo valor de 70.900.000 reis. Esta empresa foi fundada em 1852. Em 1983, dado o seu estado muito degradado, foi totalmente recuperado. Destinava-se a substituir o mercado da Ribeira, mas os comerciantes e o público não aceitaram a mudança, pelo que ficou muito tempo abandonado. Já no séc. XX a CMP pensou adaptá-lo a museu ou local de exposições e festas. Também esta hipótese se não concretizou. Dos anos 50 a 70 do século passado foi o principal mercado de fruta da cidade. Actualmente a CMP alugou-o a uma empresa de divertimentos e eventos. O seu nome pretende homenagear José Ferreira Borges, um dos principais revolucionários de 24 de Agosto de 1820. Mais tarde redigiu o Código Comercial Português e foi um dos fundadores da Associação Comercial do Porto.
Fundição de Massarelos – desenho de F. Lopes - ficava nos terrenos onde hoje está o Museu do Carro eléctrico, o terreno à sua esquerda até à estação de serviço da Repsol.
LEGENDA DO ANÚNCIO: Máquinas e geradores de vapor – Máquinas hidraulicas – Máquinas agrícolas e industriais – Construções civis - escadas pontes e passarelas – marquizes e quaisquer coberturas metálicas – Projectos de todas as construções – Fundições de ferro e de bronze e de outras ligas de metais – Fundição especial para cabos – candieiros em geral – Abastecimento de águas e respectivos acessórios – Projectos para estas instalações.
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