9.24 - Alberto Pimentel (1849/1925) - grande escritor do Porto - V, S. João no Porto, Cascatas de S. João, Fogueiras e cantares de S. João, O S. João da Lapa - de Cedofeita e do Bonfim, Germano Silva e o S. João de 1834
O S. João em 1878
O S. João era a oportunidade dos poetas
fazerem quadras, ligadas, em grande parte, ao amor e ao casamento. São
conhecidas as quadras, cantadas, que referem as festas nos locais acima, tais
como:
- Donde vindes S. João
Com a capa de
estrelinhas?
- Venho de ver as
fogueiras
Do largo das Fontaínhas
Orvalhadas, orvalhadas,
orvalhadas…
E viva o rancho das
mulheres casadas.
Na noite de S. João
É bem tolo quem se deita
Todos vão às orvalhadas
Aos campos de Cedofeita.
Orvalheiras, orvalheiras,
orvalheiras…
E viva o rancho das
mulheres solteiras.
Fui ao S. João à Lapa
Da Lapa fui ao Bonfim;
Estava tudo embandeirado
Com bandeiras de cetim.
Orvalhudas, orvalhudas,
orvalhudas…
E viva o rancho das
mulheres viúvas.
Ilustração publicada no semanário humorístico O Sorvete, do Porto, em 1879 (Desenho de Sebastião Sanhudo)
Observando este desenho de há 137 anos, verificamos que, em vários aspetos, a tradição ainda é o que era. Em cima, veem-se muitos balões, muitos foguetes (atualmente usa-se mais fogo de artifício) e a chegada de uma família burguesa ao que parece ser um arraial. A meia altura, deve estar uma cascata (vê-se mal, mas é o que parece, à esquerda do centro), uma fogueira saltada por um folião e um bailarico. Em baixo, à esquerda, salta a rolha de uma garrafa de vinho do Porto (agora bebe-se sobretudo cerveja), garrafa esta que está cruzada com uma sombrinha (guarda-chuva não é, certamente, mas sim uma sombrinha, pois no São João não costuma chover) e com um objeto que não sei identificar. Vê-se ainda uma caleche, cuja representação não sei o que pretende significar, e um bêbado cambaleando.
O que não se vê, neste São João do séc. XIX, são alhos porros, que os martelinhos de plástico vieram substituir nos nossos tempos. Para mim, é uma grande surpresa não ver um só alho porro nesta ilustração. Será que a tradição do uso do alho porro no São João do Porto afinal não é assim tão antiga? - Do blogue A Matéria do Tempo
Observando este desenho de há 137 anos, verificamos que, em vários aspetos, a tradição ainda é o que era. Em cima, veem-se muitos balões, muitos foguetes (atualmente usa-se mais fogo de artifício) e a chegada de uma família burguesa ao que parece ser um arraial. A meia altura, deve estar uma cascata (vê-se mal, mas é o que parece, à esquerda do centro), uma fogueira saltada por um folião e um bailarico. Em baixo, à esquerda, salta a rolha de uma garrafa de vinho do Porto (agora bebe-se sobretudo cerveja), garrafa esta que está cruzada com uma sombrinha (guarda-chuva não é, certamente, mas sim uma sombrinha, pois no São João não costuma chover) e com um objeto que não sei identificar. Vê-se ainda uma caleche, cuja representação não sei o que pretende significar, e um bêbado cambaleando.
O que não se vê, neste São João do séc. XIX, são alhos porros, que os martelinhos de plástico vieram substituir nos nossos tempos. Para mim, é uma grande surpresa não ver um só alho porro nesta ilustração. Será que a tradição do uso do alho porro no São João do Porto afinal não é assim tão antiga? - Do blogue A Matéria do Tempo
Arco de triunfo na Rua de Santo António – 1908
1960
Rusgas do S. João – foto Francisco Viana – 1957 – reparem na publicidade antiga da Praça da Liberdade.
1948
Palácio de Cristal em 1940
Nesta alameda festejava-se o S. João antes da construção do hospital.
Sem comentários:
Enviar um comentário