2.13.13 - Quinta de Ramalde
Capela de S. Roque
“A Casa de Ramalde foi solar da família Leite desde a primeira metade do século XVI. Nessa época, o edifício era bastante simples, tendo sido parcialmente integrado na nova construção projectada por Nasoni já no século XVIII, ou mais concretamente numa data próxima daquela que se encontrou na capela anexa - 1746. De entre os elementos que Nasoni terá incorporado, destaca-se a torre, que se mantém ao centro da nova construção setecentista. Esta e a ampla escadaria da fachada retomam modelos já ensaiados na Quinta do Chantre, uma das obras mais significativas de Nasoni no contexto da arquitectura nobre rural portuense (SMITH, 1966, p. 143).
Saliente-se, no entanto, que muito embora Robert Smith atribua a reconstrução da Casa de Ramalde a Nicolau Nasoni não existem, até à data, referências documentais que comprovem esta ideia; ainda que a mesma seja relativamente bem aceite pela generalidade dos investigadores (FERREIRA ALVES, p. 310)…
A capela contém no seu interior o túmulo de João Leite Pereira, também atribuído a Nasoni. Todo o conjunto é delimitado por um amplo muro, que integra o solar, a capela, uma área de terrenos agrícolas e um jardim de gosto barroco.
A Casa de Ramalde é também conhecida como Casa Queimada, devido ao grande incêndio sofrido aquando das invasões francesas. Em 1870 o então proprietário empreendeu esforços para recuperar o solar e a capela, que seriam reconvertidos em Museu Nacional de Literatura, em 1968. Este último encerrou a sua actividade em 1988, tendo sido o edifício entregue ao então IPPC. Actualmente acolhe a Direcção Regional do Porto do IPPAR”.
Rosário Carvalho – site do IGESPAR
Ainda conhecemos os proprietários nos anos 40, D. Fernando Ferrão de Tavares e Távora e sua mulher D. Maria da Conceição Silva da Fonseca Meneses Cyrne de Bourbon Leite Pereira, casados na Capela de S. Roque, nesta própria quinta em 15/5/1905.
Quando, em 1809, os franceses entraram no Porto incendiaram a casa e a quinta, pelo que o povo de Ramalde lhe chama ainda a Quinta Queimada e não Casa Queimada como acima se lê.
2.13.14 - Quinta de Serralves
O lugar de Serralves já é referido nas Memórias Paroquiais de 1758 da Freguesia de Lordelo. Tinha 6 vizinhos.
“Provavelmente desenhado por um dos viveiristas da cidade, e inspirado nos modelos victorianos de final de oitocentos, o jardim da Quinta do Lordelo desenvolvia-se nas traseiras da casa com canteiros de formas orgânicas enriquecidos por espécies ornamentais. Com uma área menor do que a presente, a propriedade seria sucessivamente ampliada pelo Conde de Vizela com a aquisição de terrenos adjacentes, num processo de compras que se prolongaria até aos anos 40, atingindo os actuais 18 hectares. A Quinta do Mata-Sete, também propriedade da família e herdada pelo irmão do Conde de Vizela, é integrada nesta ampliação por permuta com propriedades urbanas. Na altura da sua inclusão era já caracterizada por estruturas edificadas – pavilhão de caça, celeiro, lagar e casa dos caseiros. Após uma visita, em 1925, à Exposition Internationale de Arts Décoratifs et Industriels Modernes, em Paris, Carlos Alberto Cabral decide intervir na quinta, convidando o arquitecto Jacques Gréber a desenhar um novo jardim. O projecto, cujos desenhos datam de 1932, é caracterizado por um classicismo modernizado, suavemente Déco, influenciado pelos jardins franceses dos séculos XVI e XVII, integrando alguns elementos do jardim original, nomeadamente o lago, bem como estruturas agrícolas e de rega das propriedades entretanto em aquisição. Considerado em Portugal um dos primeiros exemplos da arte do jardim da primeira metade século XX, o jardim de Serralves projectado por Jacques Gréber terá sido o único construído nesse período por um privado, a partir de um projecto de arquitectura de paisagem.” Site de Serralves
Decoração interior de Jacques-Émile Tuhlmann – Paris – 1925 em diante
Secretária do Conde de Vizela
“A história da Casa de Serralves iniciou-se no início dos anos 20 do século XX depois de Carlos Alberto Cabral (1895-1968), 2º Conde de Vizela, ter herdado a quinta de veraneio da sua família. Homem culto e viajado, tinha uma atracção pela modernidade e pela vivência cosmopolita.
Em 1923, no mesmo ano em que recebeu a herança, comprou em Biarritz, França, na zona do Plateau do Phare, uma moradia chamada Villa Velleda e terá apreciado de perto a arquitectura moderna e a moda art déco, tendências que acabariam por influenciar a construção do novo edifício na antiga casa de férias. Visitou em 1925, na companhia do arquitecto José Marques da Silva, a Exposition Internationale de Arts Décoratifs et Industriels Modernes em Paris, cuja modernidade o fascina e no qual contacta com o famoso decorador Jacques-Émile Ruhlmann e seus colaboradores. O projecto e a construção da nova casa iniciaram-se nesse ano e foram objecto de várias alterações e intervenções mas com excepção da capela de finais do século XIX, o projecto resultou numa residência construída de raiz. A autoria da Casa poderá ser atribuída, com algum cuidado, a Charles Siclis, cuja participação se revelou decisiva na concepção global do projecto, e a José Marques da Silva que o desenvolveu, alterou e executou. O próprio Carlos Alberto Cabral, Jacques-Émile Ruhlmann, e mais tarde de Alfred Porteneuve, seu sobrinho e arquitecto, intervieram no projecto. Considerada a obra arte déco mais notável de Portugal, ainda que terminada muito depois de o estilo ter tido o seu período áureo, este edifício ultrapassa largamente o edificado no contexto da arquitectura portuguesa da época, ainda dominada pelo gosto oitocentista e pelas orientações beaux-arts e pontuada, raramente, por incursões pela arte nova.
Concluído o edifício em 1944, com um atraso considerável provocado pela Guerra Civil Espanhola e pela 2ª Guerra Mundial, o Conde ocuparia definitivamente a casa em 1944. Habitá-la-ia contudo por pouco tempo. Devido a dificuldades financeiras vendeu a propriedade em 1957, a Delfim Ferreira, conde de Riba d´Ave. O negócio previa uma restrição: a propriedade não podia ser objecto de qualquer transformação. Até aos anos 80 o espaço permaneceria inacessível ao público até que, em 1986, o Estado representado por Teresa Patrício Gouveia, então Secretária de Estado da Cultura, adquire a quinta aos herdeiros de Delfim Ferreira permitindo a sua abertura à cidade”. Site da Fundação de Serralves
Em 1923, no mesmo ano em que recebeu a herança, comprou em Biarritz, França, na zona do Plateau do Phare, uma moradia chamada Villa Velleda e terá apreciado de perto a arquitectura moderna e a moda art déco, tendências que acabariam por influenciar a construção do novo edifício na antiga casa de férias. Visitou em 1925, na companhia do arquitecto José Marques da Silva, a Exposition Internationale de Arts Décoratifs et Industriels Modernes em Paris, cuja modernidade o fascina e no qual contacta com o famoso decorador Jacques-Émile Ruhlmann e seus colaboradores. O projecto e a construção da nova casa iniciaram-se nesse ano e foram objecto de várias alterações e intervenções mas com excepção da capela de finais do século XIX, o projecto resultou numa residência construída de raiz. A autoria da Casa poderá ser atribuída, com algum cuidado, a Charles Siclis, cuja participação se revelou decisiva na concepção global do projecto, e a José Marques da Silva que o desenvolveu, alterou e executou. O próprio Carlos Alberto Cabral, Jacques-Émile Ruhlmann, e mais tarde de Alfred Porteneuve, seu sobrinho e arquitecto, intervieram no projecto. Considerada a obra arte déco mais notável de Portugal, ainda que terminada muito depois de o estilo ter tido o seu período áureo, este edifício ultrapassa largamente o edificado no contexto da arquitectura portuguesa da época, ainda dominada pelo gosto oitocentista e pelas orientações beaux-arts e pontuada, raramente, por incursões pela arte nova.
Concluído o edifício em 1944, com um atraso considerável provocado pela Guerra Civil Espanhola e pela 2ª Guerra Mundial, o Conde ocuparia definitivamente a casa em 1944. Habitá-la-ia contudo por pouco tempo. Devido a dificuldades financeiras vendeu a propriedade em 1957, a Delfim Ferreira, conde de Riba d´Ave. O negócio previa uma restrição: a propriedade não podia ser objecto de qualquer transformação. Até aos anos 80 o espaço permaneceria inacessível ao público até que, em 1986, o Estado representado por Teresa Patrício Gouveia, então Secretária de Estado da Cultura, adquire a quinta aos herdeiros de Delfim Ferreira permitindo a sua abertura à cidade”. Site da Fundação de Serralves
“O Estado adquiriu, em Dezembro de 1986, a Quinta de Serralves. Nessa data, e até à criação da Fundação de Serralves em 1989, foi constituída uma Comissão Instaladora composta por Jorge Araújo, Teresa Andresen e Fernando Pernes, tendo a Casa e o Parque de Serralves sido abertos ao público a 29 de Maio de 1987. A criação da Fundação, através do Decreto-Lei 240-A/89, de 27 de Julho, assinalou o início de uma parceria inovadora entre o Estado e a sociedade civil, representada por cerca de 51 entidades, oriundas dos sectores público e privado. Actualmente o número de Fundadores ascende a 181, entre empresas e particulares, o que evidencia uma crescente e contínua adesão ao projecto de Serralves." Na prossecução dos seus fins estatutários, em Março de 1991 é assinado o contrato com o arquitecto Álvaro Siza para a elaboração do projecto de arquitectura do Museu. A construção do então designado "Museu Nacional de Arte Contemporânea” foi financiada por fundos comunitários e fundos do PIDDAC". Site da Fundação de Serralves
You Tube – Vídeos sobre a Quinta de Serralves
No local onde existiram os Ferros Velhos e a Rua do Correio (hoje Rua do Conde de Vizela), o Conde Vizela construiu este grande quarteirão - Arquitecto Marques da Silva