domingo, 29 de maio de 2016

FAZENDAS QUE VÊEM DO ALTO DOURO - III

6.9.3 – Fazendas que vêem do Alto Douro - III


Por esse Douro acima - fotos


veja a espantosa qualidade desta gravura do séc. XIX


Prensas de lagar muito antigas

Em 1876, 60 homens, 60 mulheres e 12 rapazes vindimavam 100 pipas em 10 dias… Hoje quantas colheriam?


Roga - 1940

Já tratámos das rogas no passado lançamento. Havia muitas rogas que vinham para o Douro só com a finalidade de serem contratadas para as vindimas.

A festa das vindimas no Douro – Muito interessante -  filme Pathé

Fotos das vindímas no Douro do Séc. XIX


Século XIX - foto Emílio Biel


Vindimas modernas - os cestos já foram substituídos por baldes de plástico. Acabaram os cesteiros.




Preparando-se para levar cestos vindimos – foto Emílio Biel



«Para ordenar e animar o pessoal, os carregadores formavam em fila indiana, simples ou dupla: à frente seguia a trempe dos tocadores; a seguir, estendiam-se os carregadores; no fim, a fechar o bando, ou ao lado, vinha o feitor dos homens, de pau na mão.» Etnografia em imagens



Descanso da pisa das uvas – foto Emílio Biel


Na hora do descanso um grupo de tocadores anima os colegas com música.


Carregando cesto para o lagar acompanhado com o seu bombo – foto Alvão

Uma das mais interessantes características das vindimas do Douro é a festa, a música e a alegria que as acompanha. São habitualmente jovens, rapazes e raparigas, que as animam. Para muitos é a ocasião de conhecer os namorados.


Distribuindo a comida aos vindimeiros


Peneirando a graínha

Douro antigo – maravilhosas fotos de Emílio Biel (1838/1915)

quinta-feira, 26 de maio de 2016

FAZENDAS QUE VÊEM DO ALTO DOURO II

6.9.2 – Fazendas que vêem do Alto Douro - II



Vindima - foto Emílio Biel

Sendo o Douro em grande parte acidentado muitas da vinhas tinham de ter a construção de muros, ficando em socalcos. Esta construção ficava muito onerosa.Cada socalco poderia levar 1, 2 ou mais filas de bacelos.
Conforme o tipo de terreno, qualidade de plantio etc. cada milheiro ficaria, no fim do séc. XIX, entre 450$000reis e 500$000reis, o que era um altíssimo custo. Nos locais mais planos a plantação era muito mais barata.
Este trabalho era, habitualmente, feito por galegos. Estes também faziam os trabalhos mais pesados e violentos.


Podadores -foto Emílio Biel

Eram os peritos da terra que faziam a poda.


Cava da vinha
Era feita depois da poda, seguindo-se-lhe a erguida e a redra.


Sulfatando - foto Emílio Biel


Douro – 1975 - do blogue Appphotographia


In O Tripeiro – volume 7

Cantos de trabalho
https://www.youtube.com/watch?v=-cShTnRAXwk





ESTUDO SOBRE A FILOXERA – CONCEIÇÃO ANDRADE MARTINS
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223042079C5pJM6qm9Aw66HJ7.pdf

Cultura da vinha
https://clubevinhosportugueses.wordpress.com/2014/09/28/doc-douro-cultura-da-vinha-2/


“Mãe, a heroína sem dar fé disso!” (Padre Américo). – Uma mulher trabalhava todo o dia e ainda tinha que fazer o “comer” para a família, enquanto os homens ao fim da tarde descansavam em alegre cavaqueira até ser noite. Não havia iluminação eléctrica pelo que recolhiam cedo e se levantavam antes do Sol nascer. 



Quinta do Noval - hoje



Quinta dos Poços - Valdigem

Quinta dos Poços – uma quinta com 300 anos de História
http://www.youtube.com/watch?v=N_SJINrEPkc

domingo, 22 de maio de 2016

FAZENDAS QUE VÊEM DO ALTO DOURO - I

6.9.1 – Fazendas que vêm do Alto Douro


Castro de Cidadelhe – Mesão Frio

“Muito antes de qualquer presidente, rei ou imperador, o Douro era uma terra sem governo, habitada por povos primitivos, que foram os primeiros a deixar os seus vestígios na região. As pinturas rupestres do Vale do Côa inserem-se no período Paleolítico superior, há cerca de 20 mil anos. A presença da uva na região remonta há 4 mil anos (século XX a.C.), tendo sido encontradas grainhas carbonizadas, em estações arqueológicas da região. Muitos dos castros existentes na região, como o Castro de Cidadelhe, em Mesão Frio, datam dessa época.
Com a chegada dos romanos, no século I d.C., a agricultura intensificou-se na região, algo possibilitado pela rede de estradas e pelas numerosas pontes que o Império construiu. A uva começou a adquirir uma elevada importância, existindo vilas agrárias dedicadas exclusivamente à produção de vinho, algo que patente na estação arqueológica do Alto da Fonte do Milho, no Peso da Régua.
A partir do século V as terras durienses foram ocupadas por suevos e visigodos, que acabaram por se unir e cristianizar. Seguiram-se os muçulmanos, depois do século VIII. Após a implantação do reino português, a 5 de outubro de 1143, pelo Tratado de Zamora, iniciou-se a construção da Sé de Lamego, sob a proteção de D. Afonso Henriques (1109-1185), o primeiro rei português, responsável pela independência deste país.
Durante a Baixa Idade Média, nos séculos XII e XIII, a Ordem de Cister instala-se na região, construindo mosteiros como o de São Pedro das Águias, em Tabuaço, que contribuiu para o desenvolvimento agrícola da região, criando diversas granjas nas encostas do Douro.
Com a prosperidade comercial e económica da região, instalada desde o século XIII, a produção do vinho continuou a desenvolver-se, graças ao seu transporte para o Porto, através do rio Douro, com um leito alargado, depois da demolição dos canais de pesca, a mando do rei D. Manuel I (1469-1521) . Das descobertas marítimas (séculos XV e XVI), resultou um aumento da circulação no rio, uma vez que as viagens requeriam grandes quantidades de vinhos fortes para saciar os marinheiros…


…Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), mais conhecido por Marquês de Pombal, viria a mudar a situação económica da região, ao criar a primeira região vitícola regulamentada do mundo, demarcando o Douro Vinhateiro (1757-1761), através da colocação de grandes marcos de granito, no terreno, com a palavra “Feitoria”. O Secretário de Estado do Reino criou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (CGAVAD) em 1756, vindo a obter a exclusividade na venda do vinho do Porto”. Dourovalley.eu



Dois dos 335 marcos pombalinos que delimitava a região demarcado do Douro, no baixo Corgo. A descoberta e preservação destes marcos foi crucial para a classificação desta região como Património da Humanidade pela UNESCO – tem a data de 1758.

A. R. C.

Rio Douro – Mapa do seu percurso com muitas quintas – aguarela de David Eley – este mapa torna-se extremamente rico se for aumentado e visitadas as quintas e personalidades que ele apresenta.



Mapas da região demarcada do Douro


A qualidade do vinho do Douro varia consoante várias circunstâncias; o tipo do terreno e a temperatura. 

Porto: um vinho com história - IVDP 

Chula de Barqueiros 
https://www.youtube.com/watch?v=zv0iqQChETw


Alfaias tradicionais do Douro


Entre 1852 e 1854 chegou ao Douro a terrível doença do oídio, a que já nos referimos no nosso lançamento de 18/9/2015. 
O Barão de Forrester escreveu, em 13/9/1854, ao Jornal O Comércio uma carta sobre esta praga, que vamos transcrever, retirado do estudo de Norman R. Bennett:





Baga de sabugueiro


Uma viagem ao Douro na companhia do Barão de Forrester - extraordinário documento que refere passagens das 12 cartas do Barão de Forrester, que já referimos  quando tratámos desde Rio Douro I (31/8/2015) até Rio Douro XII (10/10/2015)