8.1.11 – Cerco do Porto - Baterias do Pasteleiro e da quinta de Salabert, Bateria do Pinhal, Saldanha vence absolutistas no Pinhal, Destruição da quinta de Agramonte, Testemunha de uma velha do tempo do cerco, Tropas miguelistas em Rio Tinto
Anterior Quinta Salabert, nesta foto já Casa dos Andersen, no Campo Alegre, e actualmente Jardim Botânico.
Foi então que um “desertor” inimigo…
In O Tripeiro, Volume 3
Cemitério de Agramonte
“A 2 de Agosto de 1832, por motivos de ordem estratégica D. Pedro deu ordem de queimar e arrasar a importante casa de campo, muros e árvores da bela quinta de Agramonte. Uma das mais formosas e produtivas dos subúrbios do Porto. Rendia 400$000 reis anuais livre de todas as despesas. Pertencia à tripeira família Pinho e Sousa. O seu proprietário, capitão Joaquim de Pinho e Sousa, herói da Guerra Peninsular, liberal convicto e sincero, tinha falecido em 1831, quando emigrado em Paris. A viúva morrerá em Agosto de 1833, um ano depois da destruição da quinta. Era filha de um italiano de Génova, notável ceramista e fundador da Fábrica de Loiça da Santo António da Piedade. D. Pedro foi pessoalmente levar-lhe a notícia e apresentar-lhe as suas desculpas, e assegurar-lhe que seria a primeira a ser indemnizada pelo seu justo valor «logo que as circunstâncias o permitissem». Afinal parece que tal nunca sucedeu, apesar de repetidos requerimentos do tutor dos menores. Quatro anos depois do Cerco ainda o governo local dava ordens para lá ir buscar pedra “sem conta, nem avaliação e menos pagamento”. Continuou um monte inculto até ser expropriado, em 1855, por uma quantia “miserável” para ser aproveitado para cemitério. Esta família Pinho e Sousa é um caso da guerra civil. A família desapareceu em meados do século XIX por falta de representação varonil. O irmão José Leandro, também militar, foi morto por uma bala legitimista; as mais importantes propriedades da família foram sequestradas em 1828 pelos miguelistas: o grande prédio no Descampado de Miragaia, junto à Fonte da Colher, sua residência citadina e onde Joaquim nascera, foi arruinado pelos rebeldes por estar exposto ao mais terrível fogo do inimigo; a sua casa solarenga em Carcavelos, S. Tiago de Riba d’Ul, foi mandada arrasar completamente em 1828 por ordem de D. Miguel. Também tinha propriedades em Lavra e Perafita.
Joaquim assentou praça aos 14 anos. Fez a guerra peninsular e em 5 de Março de 1820 pediu a reforma porque não lhe concederam a mudança para o Porto quando o seu pai morreu. A 24 de Agosto do mesmo ano apresentou-se a Fernandes Tomás para defender a revolta liberal. Em 1826 foi nomeado comandante da guarnição de Vila da Feira. Em 1828 “foi ao Porto e foi do pequeno número de oficiais que acompanhou o exército fiel por terra até à Corunha onde embarcou para França onde morreu”. In blogue Ruas do Porto
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In O Tripeiro, Volume 2