2.3.1 - Bairro da Sé - III
Arco - Porta de Vandoma - desenho de Jorge Gonçalves Coelho
“Segundo Bernardo Xavier Coutinho, esta foi a imagem de Nossa Senhora mais venerada entre todas as mais tradicionais da cidade. Nas comemorações do Ano Jubilar de Nossa Senhora da Conceição, em 1954, Nossa Senhora de Vandoma foi instituída por D. António Ferreira Gomes como padroeira da cidade.” Germano Silva, JN de 17 de Janeiro de 2012
Arco de Vandoma - Desenho de Joaquim Villanova – 1833 -vista interior
Esta porta-arco foi demolida em 16/8/1855 por ordem da C.M.P.
Brasão do Porto com Nossa Senhora de Vandoma
Calçada de Vandoma - antes das obras de 1936/1940 – as casas da direita e a da esquerda foram demolidas
Obras no local em que esteve a Porta de Vandoma – ainda se vêem, à direita, casas do interior da porta. Serão obras de 1936/40?
Restos da muralha românica próximo do local onde esteve a Porta-Arco de Vandoma.
Na casa da Rua de D. Hugo, 5 “conserva-se a mais longa sequência de ocupação humana que até ao presente foi documentada na cidade do Porto. Em apenas três metros de profundidade destacam-se 20 camadas arqueológicas, integrando ruínas arquitectónicas e espólio dos sécs. IV e III a. c. até à actualidade. Aqui foram pela primeira vez identificados com segurança vestígios do castro proto-histórico que esteve na origem do centro urbano, bem como das ocupações romana-alti-medieval que lhe sucederam. Os restos de habitações e arruamentos da baixa idade média permitem reconstituir alguns traços do urbanismo antigo desta área, interessante pela proximidade da cerca muralhada, registando-se ainda interessantes vestígios das épocas moderna e contemporânea.” Texto da C.M.P.
Rua dos Mercadores - Photo Guedes - 1900
Esta casa pertenceu à família dos Condes de Miranda, Marqueses de Arronches e Duques da Lafões. “Pertenceu ao 1º. Duque de Lafões D. Pedro, filho de um filho ilegítimo de D. Pedro II, que este perfilhou, nascido em 10/1/1718 e falecido em 1761” - Horácio Marçal em O Tripeiro, Série VI, Ano IX.
O primeiro teatro do Porto foi construído nas cavalariças do solar dos Duques de Lafões, perto da Sé, e inaugurado em 15 Agosto de 1760, data esta que é controversa (Horácio Marçal aponta para e data de 15 de Maio de 1762). Na sua inauguração foi levada à cena uma ópera lírica para homenagear o casamento de D. Maria I com D. Pedro. Este teatro foi desenhado por João Glama Stroeberle. Embora haja grandes divergências a verdade é que existiu um teatro no Largo do Corpo da Guarda. Rebelo Bonito em O Tripeiro Série VI, Ano III afirma que: “ Em 28 de Fevereiro de 1797 realizou-se o último espectáculo neste teatro. A sala teve depois destino pouco nobre: foi sucessivamente quartel de guardas de segurança pública, quartel de guarda barreiras e depósito de “calcetas” ou vadios coagidos pelas autoridades a trabalhos de pavimentação de ruas e caminhos, levando corrente amarrada à cinta e artelho do pé direito para não fugirem.”
Desenho retirado do site do ESAP
A Avenida da Ponte já estava prevista desde que a Ponte Luis I se construiu em 1886. Muitos projectos foram feitos a partir dos anos 10 do séc. passado. Gaudêncio Pacheco apresentou, em 1913, um extraordinário estudo para a zona central que previa aberturas de avenidas desde a ponte à Batalha, Praça Almeida Garrett e Rua Mouzinho da Silveira, que teria sequencia até à Igreja dos Clérigos. Posteriormente muitos outros estudos e projectos não tiveram concretização. Quantas mais gerações passarão sem o Porto sarar esta chaga?
Rua do Corpo da Guarda - antes do começo das obras de destruição
Largo do Corpo da Guarda – início da demolição para a construção da Avenida da Ponte
Obras de abertura da Avenida da ponte – anos 40 séc. XX
Eis a chaga!