6.24.20 - Artes e Ofícios
No Porto é vendido um tipo de pão com cerca de 50 gramas a que o povo chamava molete, termo que ainda se usava há uns 50 anos. Diz a história que, em 1809, o exército francês ocupou o Colégio da Formiga, em Ermesinde/Valongo. Como lhe servissem o pão habitual daquela zona, a regueifa, o General Moulet deu ordens aos padeiros que fosse serviço ao exército um pão individual, mais pequeno, que o povo apelidou de molete. A falta de trigo e o transporte foram as razões desta alteração, que, por se mostrar útil e prática, se manteve até aos nossos dias. Na localidade, os padeiros já sabiam que todos os dias o pão tinha que estar pronto à mesma hora e quando colocavam as cestas nas carroças que iam para o Porto dizia-se: Lá vai o pão pr'ó Molete!
In O Tripeiro, Série V, Ano VI
Quando vinham de Valongo para o Porto traziam, por vezes, os jumentos à arreata, mas no regresso iam sobre o dorso do animal, tão cómodos que muitas vezes adormeciam no trajecto e só acordavam às portas de suas casas. Os jumentos já sabiam o caminho e não se enganavam.
Foto de Emílio Biel
Padeiros de Valongo – Os padeiros de Valongo traziam o pão para o Porto, que era vendido na Praça do Pão, actual Guilherme Gomes Fernandes.
Evidentemente que no Porto também se cozia o pão, mas a qualidade era inferior, bem como o preço.
“Regueifa! Quem quer regueifa?
Quem quer regueifa comprar?
Apregoa a “valongueira”
De alvos dentes a brilhar.
Regueifa de alva farinha,
Das moendas do Ferreira,
Regueifa, pão de rainha,
Coada em fina peneira.
Pão branco, cheirando a povo,
Pão de hóstia consagrado,
Pão de fartura e renovo, E Valongo semeado,
E em Valongo amassado,
Pão por Deus abençoado!” (Lavandeira, 1993)
Os padeiros de Valongo saíam de madrugada e costumavam juntar-se na Cruz das Regateiras (em frente ao Hospital do Conde de Ferreira) para descansar, beberem numa fonte ali existente e partirem para os diversos lugares de venda. O pão mais típico e apreciado era, e ainda é, a regueifa. Ao fim da tarde voltavam a reunir-se no mesmo local para seguirem todos juntos de forma a defenderem-se de possíveis assaltos, pois já lá chegavam de noite.
Usavam um chapéu preto de abas largas e copa baixa no interior do qual para amortecimento do peso das canastras, metiam a respectiva rodilha.
“Padeiras de nome – a Bitela, a Jacó, a Sá e as Cacelheiras – fabricam-na em suas próprias casas e depois, por volta das quatro horas da madrugada, era a broa (sic) levada em canastras por experimentadas criadas para os barcos que a elas pertenciam e que faziam paragem no caneiro de Avintes, para chegarem à Ribeira às primeiras horas da manhã.
Esta saborosa broa, um pouco mais cara que a vulgar, de milho, era distribuída pelas mercearias, casas de pasto e particulares, às terças, quintas e sábados e encontrava-se também à venda, nos dias de feira, nos antigos e desaparecidos mercados do Bolhão e do Anjo, a qual era vendida, salvo erro a pataco o quilo.” O Tripeiro, série V, Ano VI – Manuel Pedro
Padeira – tipo de canastra das padeiras que vendiam pão de porta a porta - 1966
Pastor em Canelas (Peso da Régua) – foto de Pires de Castro – anos 50 do séc. XX
Guardando o rebanho – Silva Porto - 1893
Pastor e queijeira - vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=K-NwCne1jEc
Pescadores na Cantareira
Bateira no Douro - 1900
Pescado da Foz do Douro - 1900
Foto de João
Ramoa – 1954
Pedreiros medievais
Ferramenta de pedreiro
Marcas de pedreiro no postigo do carvão - em muitas obras de pedra cada pescador fazia a sua marca para poder provar que era o autor e receber de acordo com o trabalho feito.
Pedreira de S. Gens - foi desta pedreira que saiu a utilizada para a construção do Porto de Leixões.
1888
Ribeira - 1942
Ribeira
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