domingo, 10 de julho de 2016

ESTAMPARIA DO BOLHÃO, FÁBRICA DO JACINTO

6.18 - Fábrica de Estamparia do Bolhão


O til está colocado sobre o O - 1900


Vista aérea – anos 30 séc. passado - além das Ruas Formosa, Sá da Bandeira, Alexandre Braga e Fernandes Tomás, vêm-se, em cima à direita, os escombros da Estamparia do Bolhão e, à sua esquerda, a Fundição do Bolhão, que foi destruída aquando da abertura da Ruas de Sá da Bandeira entre Fernandes Tomás e Rua de Gonçalo Cristóvão.


À esquerda a Rua de Fernandes Tomás com caixas para envio de mercadoria da fábrica – á direita a memória a D. Pedro V e o Mercado do Bolhão em construção – foto Alvão


Mercado do Bolhão em construção – Vê-se a Memória a D. Pedro V – foi erigida, em 9 de Julho de 1862, pelos sócios e operários das Estamparia e Fundição do Bolhão em memória das visitas deste rei em 22/11/1860 e 28/8/1861. Foi retirada em 1914 aquando das obras do novo mercado – está actualmente no cemitério do Prado do Repouso junto do jazigo dos bombeiros falecidos.


“Nas vésperas do Natal de 1861, pouco mais de um mês após a prematura morte de D. Pedro V, com apenas 24 anos de idade e seis de reinado, os proprietários e artistas de duas importantes fábricas portuenses - a Fundição do Bolhão, fundada em 1847 por José Vitorino Damásio, Joaquim Ribeiro de Faria Guimarães e Joaquim António da Silva Guimarães, este último também o proprietário da outra fábrica, a Estamparia do Bolhão, fundada em 1850, e ambas então instaladas na Rua de Fernandes Tomás, em frente da antiga Praça do Bolhão - tomaram a iniciativa de erguer um monumento de homenagem ao recém-falecido monarca, nas proximidades das instalações dos seus estabelecimentos industriais. Para além de corroborarem o desejo de perpetuar a memória do tão desafortunado príncipe, e a verdadeira afeição que de um modo geral os portuenses lhe dedicavam, os proprietários das duas fábricas pretendiam manifestar também o seu reconhecimento pela visita com que, recentemente, o monarca os tinha honrado, testemunhando o seu apoio às forças do trabalho, assim como o seu interesse pelo desenvolvimento industrial da cidade e do país.O monumento em memória de D. Pedro V, que, de imediato, começou a ser construído, era essencialmente constituído por uma coluna toscana, monolítica, de granito, sem grandes subtilezas arquitectónicas, mas que representou, no entanto, a primeira manifestação deste tipo erguida em homenagem ao ilustrado monarca. 
Construído com base numa única e enorme pedra de granito, não deixa de apresentar algum interesse referir que para a condução desta, da respectiva pedreira em Águas Santas até ao local de implantação do monumento - numa distância de apenas dois quilómetros - foram necessários catorze dias e utilizadas vinte juntas de bois e quarenta trabalhadores, o que nos elucida sobre a então existente falta de aplicação de meios mecânicos, a qual já não se justificava no terceiro quartel do século XIX. A coluna que compunha o monumento, assim como o respectivo pedestal, assentava sobre dois degraus, defendidos por uma simples mas graciosa grade de ferro fundido. O monumento apresentava uma altura de 7,52 metros, desde a base até ao extremo superior da estrela de sete raios que o encimava. Iniciada a sua construção a 23 de Dezembro de 1861, foi concluída e inaugurada em 9 de Julho do ano seguinte, precisamente no mesmo dia em que na então Praça de D. Pedro - actual Praça da Liberdade - se lançava a primeira pedra da estátua equestre do "Primeiro Campeão" das liberdades pátrias, como na época o duque de Bragança ainda era designado.Implantado próximo das duas referidas fábricas, numa meia-lua sobranceira à dupla rampa que então estabelecia a comunicação entre os arruamentos que circundavam o antigo mercado do Bolhão e a Rua de Fernandes Tomás - podendo, aliás, ser visto em algumas das fotografias e postais ilustrados da época -, o monumento em homenagem a D. Pedro V ostentava em cada uma das suas quatro faces várias inscrições. Na face do lado norte estava gravada uma oitava, da autoria de um engenheiro, poeta nas horas vagas, e que segundo algumas vozes críticas, entre as quais a de Guerra Junqueiro, "fazia versos com a brita que lhe sobrava das estradas". De facto, embora sem grandes pretensões nem apuramento poético, os versos em causa constituíam essencialmente um testemunho sincero dos promotores daquela iniciativa: "Ao rei D. Pedro quinto - memorando - /da indústria e artes protector subido; /Qu'as vaidade do solio descurando, /Teve um throno d'amor na pátria erguido; /Que as fábricas em frente vizitando /Da estampa e fundição salvou do olvido... / Artistas, a quem deu favor e alento, /Consagram este humilde monumento!...".Na face do lado sul apresentava esta outra inscrição: "Teve princípio em 23 de Dezembro de 1861. Concluiu-se em 9 de Julho de 1862". Na face do lado poente: "Visitou a fábrica da fundição em 22 de Novembro de 1860". E na face do lado nascente: "Visitou a fábrica de estamparia em 28 de Agosto de 1861".Tal como o personagem a quem tinha sido dedicado, o monumento da Rua de Fernandes Tomás conheceu um fim relativamente trágico. A aprovação do "Anteprojecto do Novo Mercado do Bolhão", em 25 de Agosto de 1910, e o consequente projecto de prolongamento da Rua de Sá da Bandeira, entre as Ruas Formosa e de Fernandes Tomás, assim como o impulso conferido a estas iniciativas a partir de 1914 pela primeira câmara eleita após a implantação da República, vieram pôr em causa a manutenção no seu local original do monumento em honra de D. Pedro V.Na sessão da Câmara Municipal do Porto de 16 de Julho de 1914, o vereador Elísio de Melo solicitou autorização para contactar os proprietários da Estamparia e da Fundição do Bolhão, no sentido de se acordar um novo local para onde deveria ser transferido o monumento. Na sessão seguinte, realizada uma semana mais tarde, o mesmo vereador informou a autarquia que os referidos industriais pretendiam que o monumento fosse colocado no centro do pátio da Biblioteca Pública, e que lhes fosse permitido colocar, nas fachadas das respectivas fábricas, uma placa explicativa daquela alteração. Após alguma discussão, ficou resolvido que a autarquia tomasse a seu cargo a conservação do monumento, colocando-o num local considerado conveniente, em virtude da inexistência de espaços disponíveis próximos do sítio onde se encontrava.Uma vez retirado do local original, o monumento foi colocado junto ao muro do Cemitério do Prado do Repouso, no Largo do Padre Baltasar Guedes, onde permaneceu durante vários anos, sem que os responsáveis autárquicos tivessem encontrado o tal local adequado para o reimplantar. A "solução" estava, no entanto, praticamente encontrada. Embora ainda hoje ninguém saiba dizer quando, por que razão, ou quem o determinou, o monumento acabou por ser colocado no interior do Cemitério do Prado do Repouso, a poucos metros do local onde tinha sido praticamente abandonado, logo a seguir à entrada do cemitério pelo referido Largo do Padre Baltasar Guedes, mas agora com o objectivo de homenagear... os Bombeiros Municipais.Para além de ter sido deslocado do seu local primitivo, o monumento a D. Pedro V que os intrépidos industriais portuenses lhe dedicaram foi completamente mutilado. Todas as inscrições existentes nas quatro faces do pedestal foram arrancadas, no fuste da respectiva coluna foi enxertado um simulacro de busto em homenagem a um conhecido bombeiro, a estrela que o encimava foi substituída por uma espécie de urna de granito, donde emerge um facho de bronze, e no pedestal foi colocada uma placa de mármore onde se pode ler: "Ossário dos Bombeiros Municipais"!Estamos de acordo que, não sendo propriamente uma obra-prima, o monumento que simbolicamente os industriais e os "artistas" portuenses dedicaram a D. Pedro V apresentava uma certa harmonia e era relativamente esbelto. Mas, como já foi sublinhado, constituía acima de tudo uma autêntica e sincera manifestação de homenagem ao ilustrado príncipe, que foi Rei de Portugal - aliás, um dos mais queridos monarcas portugueses -, e que, por inúmeras vezes, demonstrou o maior apreço pela cidade do Porto e pelos seus habitantes, o qual deveria ter sido respeitado. Por tudo isto, e embora posteriormente tenha sido erigida uma outra estátua a D. Pedro V, na Praça da Batalha, o monumento ao "Bem-Amado" não merecia ter conhecido aquele destino. Ainda se está a tempo de reparar esta malfeitoria, recuperando-o na sua traça original e colocando-o num outro local mais compatível com o seu significado. E, obviamente, encontrar uma outra solução para homenagear os soldados da paz, pois o "enxerto" que foi feito no fuste da coluna também não os dignifica. Será que alguém se irá preocupar com isto?”  In Público 5/9/1999


Estamparia do Bolhão – fábrica e venda ao público - repare-se que, no início dos anos 20, já previa o estacionamento de automóveis para os clientes. Uma visão do futuro!


Chapéu comemortivo do centenário do Infante, Março de 1894, estampado no Bolhão


Estamparia do Bolhão – Incêndio de 16 de Julho de 1924


Interior da fábrica após o incêndio


Muito antigo, pois está escrito com U - Do blogue Do Porto e não só



6.19 – Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto


“O processo de transformação do sistema de produção doméstico no sistema fabril, no Porto, como noutras regiões, foi acompanhado por uma simultânea deslocação espacial dos centros de concentração da actividade industrial. No imaginário de qualquer portuense ou mesmo português, o Porto, seria, no final do século passado, uma enorme fábrica de fiação e tecidos de algodão. De facto. a partir de meados do século e nomeadamente através dos inquéritos industriais de 1845 e 1852, está bem documentada a importância da indústria têxtil algodoeira na cidade, ainda que organizada em moldes artesanais e representada por um enorme número de oficinas caseiras de tecelões com poucos ou nenhuns operários, independentes ou gravitando em tomo dos chamados "fabricantes", na maior parte dos casos, comerciantes que geriam as encomendas. O trabalho ao domicílio, as fiandeiras e tecedeiras domésticas, espalhadas pelas áreas rurais periféricas, quer da cidade quer dos concelhos limítrofes, com especial destaque para Bouças, atingiam também uma dimensão extraordinária e contribuíam em larga escala para a produção total de têxteis. A grande indústria, a fábrica organizada em moldes capitalistas, com uma divisão técnica e social do trabalho mais desenvolvida. surge apenas com algum significado no final de oitocentos, embora o processo se tivesse vindo a desenrolar desde meados do século. Foi um processo mais ou menos lento e discreto de reorganização do sistema produtivo, mais do que uma mudança ou substituição brusca de um modo de produção por outro. O sistema fabril vai manter e utilizar o trabalho doméstico, retirando ao artesão em definitivo o controle sobre os meios de produção, mas não o deixando desaparecer de facto'. A par das alterações na organização da produção e na divisão técnica do trabalho, assiste-se a uma deslocação geográfica dos estabelecimentos fabris do centro para a periferia da cidade, em função naturalmente dos vales de rios e ribeiros, fisicamente entre a cidade propriamente dita e as áreas rurais onde se mantinha e proliferava o sistema doméstico. Uma das áreas onde estes processos se desenrolaram de forma particularmente importante foi precisamente no que constituiria no início do século XIX a periferia ocidental da cidade, correspondente a parte das freguesias de Cedofeita e de Massarelos, cuja anexação ao território municipal se dera apenas nos últimos anos de setecentos. O Porto, que só praticamente na segunda metade do século XVIII se expandira para fora da muralha fernandina, sobre o Campo das Hortas, estava em 1800 longe de atingir lugares como Vilar, a Pena ou o Priorado, centros de concentração de artesãos têxteis.
Na Póvoa de Vilar, existira anteriormente a grande fábrica de Clamouse Browne, que viria a ser destruída e incendiada pelos franceses e em Vilar, ainda hoje temos um dos maiores e mais antigos bairros operários da cidade. Do Porto a Cedofeita havia campos, grandes quintas, em geral foreiras da Colegiada de Cedofeita. É precisamente sobre a área correspondente às partes sul da freguesia de Cedofeita e norte da de Massarelos, num raio de sensivelmente 500 metros em torno da actual Praça da Galiza que recairá o presente estudo, e sobre ela se centrará a visita de estudo. Trata-se de uma área de fronteira, cuja ocupação e densificação se inicia na segunda metade do século passado, associada ao processo de industrialização ligado à maquinofactura e ao aparecimento da grande indústria e que viria a permanecer sem alterações até à actualidade. Só muito recentemente, praticamente na década de oitenta, se inicia o processo da sua modificação profunda, associado por seu turno a uma nova fase de expansão da cidade, agora mais funcional do que demográfica, dominada pela crescente importância do eixo da Boavista enquanto centro de serviços alternativo à Baixa. A estrutura urbana ficou porém definitivamente condicionada pela planta oitocentista e conhecer a história desta área é perceber melhor a evolução actual da própria cidade. Quanto à indústria e em particular a têxtil algodoeira, também a sua história e os seus trajectos espaciais encontram nesta área um caso paradigmático das suas vicissitudes. Aqui existiu a maior fábrica setecentista, destruída pelos franceses - a de Clamouse Browne e aqui surgiu a primeira fiação a vapor na que é seguramente a mais antiga fábrica de fiação e tecidos da cidade, actualmente ainda em actividade - a Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto, S.A., com as suas mais remotas origens também no século XVII. Texto de Maria Madalena Magalhães - 1992


Declaração no jornal O Nacional de 6/7/1850 – foto da História do Porto de Luis Oliveira Ramos 
Á data da sua  saída, Jacinto já havia encomendado as primeiras máquinas a vapor do Porto.

“Jacinto da Silva Pereira, natural de São Vicente de Pereira, de aprendiz na Fábrica de Bernardo de Clamouse Browne e Comp.", tornara-se foreiro da Colegiada em 1804, sendo-lhe emprazados três chãos para casas e quintais nos Passais de Baixo. Aqui construirá a sua primeira "fábrica", enquanto edifício expressamente destinado à produção de tecidos, separado fisicamente da casa onde viverá. 
Um facto distingue, à partida, a Fábrica do Jacinto: é a única que consta de todos os inquéritos industriais do século dezanove, manuscritos ou publicados, desde o Mapa de 1812 - Mappa Geral Estatístico que representa as Fabricas do Reino até ao Inquérito de 1892.


Visita de D. Manuel II à Fábrica, em 1908

"Em 1850, a fábrica dispunha já de dois estabelecimentos, um segundo contíguo ao primeiro, com frente para a rua da Torrinha e ali foi instalada uma máquina a vapor importada de Inglaterra, a primeira da indústria têxtil no Porto. 
Olhando para o Porto industrial de meados de oitocentos, retratado no inquérito de 1852, a Fábrica do Jacinto pode ser tomada sozinha como protótipo das principais tendências da época: é têxtil algodoeira, periférica, grande, recruta os seus operários preferentemente entre os menores e as mulheres e inicia um processo de integração vertical, introduzindo o segmento a montante da tecelagem, a fiação, com a aquisição de novas tecnologias (máquina a vapor).  
A Fábrica do Jacinto integrava em 1865 (nos dois estabelecimentos), fiação a vapor, tecelagem, tinturaria e acabamentos. "O algodão entra em bruto nos meus estabelecimentos e sae em tecido completo"29. Empregava 74 operários, na fiação (14 homens, 30 mulheres e 30 raparigas) e 680 na tecelagem e tinturaria (180 homens, 450 mulheres e 50 rapazes 30). A fiação produzia essencialmente fio para a tecelagem, vendia parte para fora e exportava "pouco" (sic) para o estrangeiro; os tecidos destinavam-se ao país e ao estrangeiro e os preços de venda estariam condicionados pelas oscilações internacionais do preço do algodão em rama. 
Embora sofrendo alguns revezes, entre os quais dois grandes incêndios que vão quase destruir totalmente a unidade da rua da Torrinha, a Fábrica do Jacinto vai continuar o seu percurso de expansão económica e física. Ainda antes do final do século, vai dar-se a expansão para a rua da Piedade, iniciando-se em 1895 a aquisição de terrenos, onde se viria a implantar a grande unidade fabril que se manteve em laboração praticamente durante cem anos, ocupando na quase totalidade o quarteirão delimitado pelas ruas de 
D.ManuelI1, Vilar e Piedade, à Praça da Galiza, onde actualmente se estão a construir os edifícios da MOTA-GALIZA. 
Data de 28 de Outubro de 1886 a constituição de uma Parceria de Responsabilidade Limitada, denominada "Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto", com sede na rua da Torrinha, na cidade do Porto, associando-se o então gerente da primitiva fábrica, denominada "Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto", com sede na rua da Torrinha, na cidade do Porto, descendente e herdeiro do fundador, a uma outra família, da rua da Piedade, com tradições na tecelagem manual, os irmãos Marinhos, que a partir de então assumirão o controle técnico da fábrica. Em termos jurídicos, a Parceria converter-se-á, mais tarde numa Sociedade por Quotas, a qual será transformada em S.A.R.L., em 1955. No mesmo ano, será encerrada a Fábrica da Torrinha, mais tarde destruída e ocupada pelo grande conjunto do Centro Comercial da Torrinha. Esta unidade permanecera em actividade até 1955, data em que foi desactivada e vendido o alvará de parte dos seus fusos à Sociedade Teixeira de Melo e Filhos, L.da, a qual foi autorizada a transferi-los para o lugar de Baldante, freguesia de Ronfe, concelho de Guimarães, no vale do Ave. 
Entre 1961 e 1964, a Fábrica de Fiação e Tecidos do Jacinto, S.A.R.L., compra, na Maia, a Quinta da Ribeira, onde em 1966, a Câmara Municipal vai autorizar a instalação de uma Fábrica que, terá começado a laborar em 1973 e é hoje a única unidade da Sociedade, substituindo a da rua da Piedade. Ainda em 1973, é adquirido outro estabelecimento, a COTEL, Companhia Têxtil do Leça, S.A.R.L., em Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, destinado a tinturaria”. Maria Madalena Magalhães Instituto de Geografia – FLUP – 1992 

Nesta fase fabricava meias e peúgas, mas poucos anos depois fechou.


Também existiu, nesta área a Fábrica do Campo Alegre, na rua do mesmo nome. Vemos a chegada de uma nova caldeira com o nome da empresa.

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