sexta-feira, 12 de outubro de 2012

BAIRROS DA CIDADE - XIV

 
2.3.3 - Bairro de Santo Ildefonso - I
 

Praça D. Pedro – Sec. XIX - Ao fundo os edifícios da Câmara com a estátua do Porto no frontão. Ao centro a estátua de D. Pedro IV e á direita o Convento dos Irmãos do Oratório de S. Filipe de Neri, mais conhecido por Congregados. Esta praça teve através dos tempos vários nomes e estava fora da Porta dos Carros e da muralha Fernandina. Chamou-se Casal de Paio de Novais e Fonte da Arca (durante o século XV); Praça da Natividade (depois de 1682, nome da fonte lá construída); Campo das Hortas (até 1711); Praça Nova das Hortas (depois de 1711); Praça da Constituição (1820); Praça D. Pedro (1833), Praça da República (Outubro de 1910) e finalmente Praça da Liberdade (27 de Outubro de 1910).
 
 
 Estátua de D. Pedro IV – Foto do início do sec. XX - Foi seu escultor Célestin Anatole Calmels. Fundida em Bruxelas, custou cerca de 30 contos de reis. Mandada fazer em 1862 para comemorar os trinta anos do desembarque no Mindelo, foi inaugurada em 19 de Outubro de 1866. D. Pedro segura na mão direita a Carta Constitucional de 1826. Uma adivinha muito antiga do Porto é: Qual é a pata direita do cavalo do D. Pedro? Responda quem souber!
 
Rua de D. Pedro - Destruída em 1915 para a construção da Avenida dos Aliados - à esquerda o Hotel Francfort

 
Convento de Nossa Senhora da Consolação dos Cónegos de S. João Evangelista ou Loios – D. Violante Afonso mandou construir em terreno seu, para sua sepultura, uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Consolação. Em 1490 o Bispo do Porto D. João de Azevedo, tendo vontade de construir um mosteiro para a Congregação de S. João Evangelista, recebeu os terrenos, por doação, e aí construiu o Mosteiro e Igreja de Santa Maria da Consolação ou de Santo Elói, fundado em 6 de Novembro de 1491. Em 1794 os frades foram autorizados a demolir a muralha que dava para a Praça Nova das Hortas e a construir um majestoso edifício com a frontaria para esta praça. Em 1833, por decreto de D. Pedro IV, foram os seus bens confiscados, não estando ainda terminadas as obras. A igreja e o mosteiro, virados para a Praça dos Loios, foram destruídos por estarem em estado ruinoso, em 1833. Esta gravura foi feita em plenas lutas liberais e várias das personagens parecem ser militares ou da Guarda Municipal. As pirâmides parecem ser material militar para a artilharia.
Nesta foto já se não vê a Fonte da Natividade, pois D. Pedro IV a mandou destruir logo que chegou ao Porto, em 1832, para alargar a praça.
 
 
Mais tarde foi adquirido por Manuel Cardoso dos Santos, brasileiro de torna viagem, que o comprou por oitenta contos de reis com obrigação de concluir o palácio segundo o antigo projecto, tendo sido terminado, em 8 de Junho de 1853, pela sua viúva. Daí, segundo Horácio Marçal, dever-se-ia chamar Palácio da Cardosa e não das Cardosas. Este grandioso edifício tem na sua totalidade 117 janelas e 39 portas. Em 1970 este prédio ainda pertencia aos descendentes da mesma família. Hoje está lá o Hotel Intercontinental.


Porta dos Carros, na muralha Fernandina, construída em 1521. Á direita o Convento de S. Bento de Avé Maria, Igreja dos Congregados, e à esquerda traseiras do Convento dos Lóios. 
 
 
 
Convento e Igreja dos Congregados antes de 1916. A Rua do Bonjardim ainda começa aqui. Vêem-se as escadas exteriores da igreja, que tinham sido alteradas quando da construção da Rua Nova de Santo António em 1785.
 

Igreja dos Congregados na actualidade. De notar os azulejos de Jorge Colaço. Já não existem as escadas exteriores; teriam sido destruídas quando da abertura da Rua de Sá da Bandeira em 1916?
 

Obras de construção dos túneis e estação de S. Bento no local onde esteve o Convento de S. Bento de Avé Maria. As obras da Estação de S. Bento foram iniciadas em 9 de Novembro de 1903.

Construção do túnel D. Carlos I, terminado em 1893. O ramal ligava Campanhã ao local onde esteve o destruído Convento de S. Bento de Avé Maria. Foto Alvão
 

Praça Almeida Garrett – fim séc. XIX – Foto Emílio Biel
 
 
Chegada do primeiro comboio à futura estação de S. Bento em Novembro de 1896 - Foto Alvão
 
 
Estação de S. Bento - a primeira pedra foi lançada por D. Carlos e D. Amélia em 22 de Outubro de 1900 e inaugurada em 5 de Outubro de 1916.
 
Sobre esta zona da cidade trataremos com mais pormenor em lugar próprio
 
 
 
 
 


3 comentários:

  1. O meu muito obrigado por partilharem todo o conhecimento que nos permite saber mais, e até compreender melhor, a bela cidade do Porto!

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  2. O meu muito obrigado por partilharem todo o conhecimento que nos permite saber mais, e até compreender melhor, a bela cidade do Porto!

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  3. Nós é que agradecemos os incentivos que recebemos para continuar o trabalho.
    Maria José e Rui Cunha

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