quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ARTES E OFÍCIOS - XX

6.24.20 - Artes e Ofícios



No Porto é vendido um tipo de pão com cerca de 50 gramas a que o povo chamava molete, termo que ainda se usava há uns 50 anos. Diz a história que, em 1809, o exército francês ocupou o Colégio da Formiga, em Ermesinde/Valongo. Como lhe servissem o pão habitual daquela zona, a regueifa, o General Moulet deu ordens aos padeiros que fosse serviço ao exército um pão individual, mais pequeno, que o povo apelidou de molete. A falta de trigo e o transporte foram as razões desta alteração, que, por se mostrar útil e prática, se manteve até aos nossos dias. Na localidade, os padeiros já sabiam que todos os dias o pão tinha que estar pronto à mesma hora e quando colocavam as cestas nas carroças que iam para o Porto dizia-se: Lá vai o pão pr'ó Molete!




In O Tripeiro, Série V, Ano VI

Quando vinham de Valongo para o Porto traziam, por vezes, os jumentos à arreata, mas no regresso iam sobre o dorso do animal, tão cómodos que muitas vezes adormeciam no trajecto e só acordavam às portas de suas casas. Os jumentos já sabiam o caminho e não se enganavam.


Foto de Emílio Biel

Padeiros de Valongo – Os padeiros de Valongo traziam o pão para o Porto, que era vendido na Praça do Pão, actual Guilherme Gomes Fernandes. 
Evidentemente que no Porto também se cozia o pão, mas a qualidade era inferior, bem como o preço.


“Regueifa! Quem quer regueifa?
Quem quer regueifa comprar?
Apregoa a “valongueira”
De alvos dentes a brilhar.
Regueifa de alva farinha,
Das moendas do Ferreira,
Regueifa, pão de rainha,
Coada em fina peneira.
Pão branco, cheirando a povo,
Pão de hóstia consagrado,
Pão de fartura e renovo, E Valongo semeado,
E em Valongo amassado,
Pão por Deus abençoado!” (Lavandeira, 1993)

Os padeiros de Valongo saíam de madrugada e costumavam juntar-se na Cruz das Regateiras (em frente ao Hospital do Conde de Ferreira) para descansar, beberem numa fonte ali existente e partirem para os diversos lugares de venda. O pão mais típico e apreciado era, e ainda é, a regueifa. Ao fim da tarde voltavam a reunir-se no mesmo local para seguirem todos juntos de forma a defenderem-se de possíveis assaltos, pois já lá chegavam de noite. 


Usavam um chapéu preto de abas largas e copa baixa no interior do qual para amortecimento do peso das canastras, metiam a respectiva rodilha.


“Padeiras de nome – a Bitela, a Jacó, a Sá e as Cacelheiras – fabricam-na em suas próprias casas e depois, por volta das quatro horas da madrugada, era a broa (sic) levada em canastras por experimentadas criadas para os barcos que a elas pertenciam e que faziam paragem no caneiro de Avintes, para chegarem à Ribeira às primeiras horas da manhã.
Esta saborosa broa, um pouco mais cara que a vulgar, de milho, era distribuída pelas mercearias, casas de pasto e particulares, às terças, quintas e sábados e encontrava-se também à venda, nos dias de feira, nos antigos e desaparecidos mercados do Bolhão e do Anjo, a qual era vendida, salvo erro a pataco o quilo.” O Tripeiro, série V, Ano VI – Manuel Pedro


Padeira – tipo de canastra das padeiras que vendiam pão de porta a porta - 1966


Pastor em Canelas (Peso da Régua) – foto de Pires de Castro – anos 50 do séc. XX


Guardando o rebanho – Silva Porto - 1893 

Pastor e queijeira - vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=K-NwCne1jEc


Pescadores na Cantareira


Bateira no Douro - 1900


Pescado da Foz do Douro - 1900



Foto de João Ramoa – 1954


Pedreiros medievais


Ferramenta de pedreiro


Marcas de pedreiro no postigo do carvão - em muitas obras de pedra cada pescador fazia a sua marca para poder provar que era o autor e receber de acordo com o trabalho feito.



Pedreira de S. Gens - foi desta pedreira que saiu a utilizada para a construção do Porto de Leixões.


1888



Ribeira - 1942


Ribeira


Blog Dias que Voam

domingo, 25 de setembro de 2016

ARTES E OFÍCIOS - XIX

6.24.19 - Artes e Ofícios



Leiteira - 1908



O leite era entregue em nossa casa e vinha dentro de um recipiente em folha - de - Flandres. Era medido ao quartilho (1/2 litro). 



Leiteiras da Quinta do Paço vão distribuir o leite ao domicílio


Leiteiras a passar no posto de cobrança da Ponte Luis I


Leiteira do Douro



Limpa - chaminés - Photo Guedes - 1900


Lixeiros da CMP – foto Alvão


Carro do Lixo


1923


1930


1936


Livraria Moreira da Costa - Feira do Livro



Avenida dos aliados


Palácio de Cristal - 2015 - teve mais de 350.000 visitantes em 2016

Mestres de língua portuguesa
Métodos de ensino da Língua Portuguesa e História através dos tempos – escolas e colégios do séc. XX - Blog Restos de Colecção



Moedeiro da idade média


Local onde se fazia moeda - séc. XIV... na Casa do Infante

Durante o reinado de Dom Fernando I este edifício albergou a Casa da Moeda, a qual se manteve em actividade até 1587, sendo finalmente extinta por alvará de 1607 e reactivada em 1688.
“A Casa da Moeda do Porto - 1ª Fase (1369 a 1590): Entre 1369 e 1371 o rei D. Fernando esteve envolvido em guerras com Castela. Para fazer face às despesas da guerra, foi mandada cunhar muita moeda, quer no Porto, quer em Miranda do Douro, bem como em Zamora, Corunha, Tui, Quiroga e Valência. E é, como já foi referido, possível identificar pela primeira vez os locais de amoedação, porque as moedas exibem letras.
As moedas cunhadas no Porto apresentam um P. 
Como a cunhagem estava directamente relacionada com a necessidade de fazer os pagamentos de guerra, quando o conflito acabou (em 1371) acabaram as cunhagens, só permanecendo, numa base de continuidade no Porto.
O rei D. Fernando concede uma carta de privilégios aos oficiais e moedeiros da Casa da Moeda do
Porto, em 1370.
“Em 1370, D. Fernando concede ao Alcaide, moedeiros e oficiais da Casa da Moeda do Porto, carta de Privilégio e isenção de várias taxas e tributos, municipais e régios, concedendo, mais ainda, um foro especial em actos civis e criminais. Estes mesmos privilégios e abusos ocasionaram ao longo dos séculos seguintes, inúmeras queixas e processos por parte do Município, obrigando a sucessivas intervenções régias. A imagem que prevalece sempre é a dos moedeiros como um grupo privilegiado constituído como uma classe à parte vivendo num bairro próprio.”
Esta carta é depois confirmada pelo rei D. João I, em 1385, e revela o estatuto privilegiado que, de facto, gozavam os oficiais e moedeiros que até formaram uma corporação à parte e viviam no seu próprio quarteirão.
O regimento da Casa da Moeda concedido em 1391, pelo rei D. João I, permite conhecer a organização interna e o funcionamento da Casa da Moeda, cuja localização se conhece desde 1390.Porto - 2ª Fase (1688 a 17221):
Voltando à história da Casa da Moeda no Porto. Esta destaca-se pela sua importância, quer na quantidade de moeda emitida, quer pelo facto de ter emitido, numa base de continuidade, durante muito tempo. A sua extinção oficial consta de um decreto assinado por Filipe III, em 1607. Isto é, cunhou-se moeda no Porto desde 1369 (desde o reinado de D. Fernando) século XIV, até ao final do século XVI, só acabando a sua actividade, porque Espanha e Portugal se fundiram em 1580 num só reino.
Dela se sabem muitas coisas:
- a localização: perto do rio, na parte baixa da cidade, junto à Alfândega;
- os nomes e as funções de um grande número de oficiais, alguns oriundos das mais importantes famílias da cidade.
Durante o reinado dos Filipes, até 1640, Lisboa passa a ser a única Casa da Moeda a cunhar moeda”. Site da FACM


Pataco carimbado


Mário Bruno Carvalho Pastor - U. do Minho


Moleiro – foto de Jorge Órfão



Azenha no Rio Leça


Azenhas em Amarante - 1900



Banda da Guarda Municipal junto da Câmara na Praça D. Pedro – era dia de festa pois o edifício está com colchas às janelas e varandas. 


Concha acústica do Palácio de Cristal

O Porto musical no início do séc. XX 

Uma escola com memória e futuro 
A actividade actual do CMSM- Curso de Música Silva Monteiro e a história da sua fundação em 1928 por três irmãs: Carolina, Ernestina e Maria José, netas do Conde Silva Monteiro. Uma encomenda do CMSM à Filmes Liberdade, integrada nas comemorações do seu 85º aniversário. 



Oleiros


Caixa do ourives Luis Ferreira


Brincos Porto Coroa


Jóia antiga do Porto


Fabrico de um coração barroco – Lugar do Real - Gondomar


Fabrico de coração em filigrana – Lugar do Real - Gondomar


Coração de Sharon Stone feito em Gondomar

História da ourivesaria em Portugal