quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DIVERTIMENTOS DOS PORTUENSES - XLII

3.5.18 - Clubes Desportivos - I

Futebol Clube do Porto



JN – 8/10/1893

F. C. do Porto – 1893 ou 1906?


História do início do F. C. do Porto – Textos e fotos do maior interesse para se conhecer como nasceu e cresceu este clube.


O fundador do F. C. do Porto António Nicolau de Almeida, à esquerda, com o jogador Romualdo Torres – 1907


Emblema original e o adoptado a partir de 1922, desenhado pelo jogador e artista gráfico Augusto Baptista Ferreira, O Simplício.




Futebol Clube do Porto – Campo da Rua da Raínha, actual Rua Antero de Quental – 1906-1913 – Terreno e Tribuna de Honra – Neste local existiu, desde 1849, a Companhia Hortícola-Agrícola Portuense de José Marques Loureiro – ainda hoje o terreno não foi ocupado.


Jogo entre o F. C. do Porto e o Boavista Foot-Ball Club  - 1917 




Foto de 1925
Campo da Constituição – inaugurado em 1913


Em 27/1/1913 iniciou-se o 1º. Torneio Internacional de Futebol, promovido pelo F.C. do Porto, a favor das vítimas do naufrágio do vapor Veronese. Participaram, além do FCP, o Benfica, o Oporto Cricket Club e o Vigo. Foi vencedor o Benfica, campeão de Lisboa, tendo o F.C.P. ficado em 2º. Lugar.
Em Junho de 1922, arranca a primeira edição do Campeonato de Portugal, prova criada pela União Portuguesa de Futebol, antecessora da F. P. de Futebol, com o objectivo de juntar os campeões regionais de Lisboa e Porto. É o FC Porto quem leva a melhor, ganhando ao Sporting por 3 a 1, na finalíssima. No ano da primeira edição do Campeonato da I Liga, em 1934/35, o FC Porto vence a mesma, com dois pontos de avanço sobre o Sporting, graças ao húngaro Joseph Szabo. Numa época em que o Campo da Constituição aumenta a lotação para 30 mil lugares, o FC Porto volta a ser campeão nacional em 1938/39, e no ano seguinte é bicampeão.


Campo da Constituição - campo de futebol e rinque de patinagem 


Em 29/5/1933 o F. C. Porto venceu o Benfica por 8-0. Um jornal portuense deu a notícia, justificando a razão de tal victória.


Entusiástica recepção à equipa de F. C. do Porto na sua chegada de Coimbra onde tinha conquistado o Campeonato de Portugal de 1936/1937. Como se vê já vem de longe o entusiasmo e alegria das victórias.


Campo de Ameal.


Estádio do Lima - anos 40



O célebre jogo de 6/5/1948 em que o F. C. do Porto venceu o Arsenal por 3-2, que nessa época era campeão inglês e considerado o melhor clube do mundo – o "pequeno/grande" Araújo marca o terceiro golo – 2 fotos blog Os Filhos do Dragão.




“Corria a época de 1947/48 e o FC Porto convidou o Arsenal, considerado na altura o melhor clube do mundo, para um jogo particular. Foi a 6 de Maio de 1948, no Estádio do Lima e ficou FC Porto 3 - Arsenal 2. Apesar do carácter amigável da contenda, o triunfo teve também um sabor especial porque foi conseguido pouco tempo após a selecção de Inglaterra ter esmagado por 10-0 a selecção portuguesa.
Já um ano depois da realização do inesquecível duelo com o Arsenal, alguns sócios do F. C. Porto entenderam perpetuar o feito através da feitura de um troféu. Decidiram chamá-lo Taça Arsenal e após uma subscrição pública a que centenas de simpatizantes aderiram, foi recolhido dinheiro suficiente para fazer do ceptro algo de majestoso.
O troféu divide-se em duas peças: o relicário, que pesa mais de 120 quilos e tem 2,8 metros de altura; e, no interior, uma taça totalmente em prata… No total, este grupo de associados investiram 200 contos, na antiga moeda, no ano de 1949. Uma fortuna, está bom de ver. Registe-se que esta gigantesca peça ainda hoje pode ser vista no museu do F.C. Porto.
Concepcionada pela Ourivesaria Aliança, na sequência de um esboço dos escultores Marinho Brito e Albano França, este é sem margem para dúvidas um dos troféus mais bonitos e imponentes que figuram nas vitrinas do FC Porto.” blogue Pronúncia do Dragão



Lenço alusivo à inauguração


Inauguração do Estádio das Antas - 28/5/1952
Na foto ainda se vê a Igreja das Antas em construção – Recordámo-nos bem do jogo inaugural em que o FCP perdeu com o Benfica por 8-2. Dizia-se que antes do jogo tinha havido um almoço de confraternização e que os jogadores estavam "tocados".


"A 28 de maio de 1952, o SL Benfica é o convidado para a inauguração do estádio das Antas, vencendo o FC Porto por 8-2. 
A comitiva do clube partiu de Lisboa na manhã de 28 de maio, num comboio com a equipa principal e cerca de mil adeptos. À chegada à estação de Campanhã, colocaram um painel na cabeça da máquina dizendo: «O Benfica saúda a laboriosa Cidade Invicta». 
Por outros caminhos seguiu uma caravana automobilística, com dezenas de viaturas, com galhardetes de ambos os clubes. O espírito presente era de respeito, amizade e desportivismo. 
O festival de inauguração incluiu uma parada atlética e um jogo entre o FC Porto e o SL Benfica, que terminou com a vitória dos "encarnados". O Benfica conquistava, assim, a Taça General Craveiro Lopes, que pesava 18,5 kg e valia 12 contos na altura.
Dois anos mais tarde, a 1 de dezembro de 1954, o FC Porto retribuiu a "gentileza" e também venceu (3-1) na inauguração do Estádio da Luz".  In Porto Desaparecido


Video – Inauguração do Estádio das Antas



Durante um jogo F. C. Porto - Benfica


1952 - 2003


Estádio das Antas – bancada da maratona


Jogador


Treinador

José Maria Pedroto - (Lamego, Almacave, 21 de Outubro de 1928 - 7 de Janeiro de 1985) foi um treinador e ex-jogador de futebol. Grande jogador do Futebol Clube do Porto, da equipa que foi campeã nacional com Yustrich em 1955/56 e em 1958/59 com Béla Guttman.
Jogou nos infantis do FC Porto, e no Leixões já em idade de júnior. Pedroto compensava a falta de físico com um enorme talento. O serviço militar levou-o ao Lusitano de VRSA, onde começou a despertar o interesse dos grandes.
Em 1950 transfere-se para o Belenenses. Pedroto cedo se afirmou como um dos melhores médios do futebol Português. Em 1951 estreia-se pela selecção nacional, em Paris. Em 1952 a sua transferência para o FC Porto envolveu verbas recorde para a altura. O FC Porto estava a construir uma grande equipa que viria finalmente a quebrar um jejum de muitos anos. Em 1956, comandada por Dorival Yustrich, a equipa do FC Porto conquista o Campeonato e a Taça de Portugal. Pedroto foi uma das principais figuras da equipa.
Em 1959, Pedroto é novamente campeão nacional. Em 1960, Pedroto torna-se o primeiro treinador Português com curso superior. Foi um treinador com excelentes capacidades técnicas associadas a um discurso agressivo, que viria mais tarde a caracterizar outro José (Mourinho).
Enquanto treinador, continuou a evidenciar-se nos "estudos", obtendo uma brilhante classificação num curso de treinadores efectuado em França. Estes resultados, aliados ao bom trabalho nas camadas jovens do FC Porto, levaram-no ao posto de treinador da selecção nacional de juniores. Com Pedroto ao "leme", Portugal conquista o seu primeiro título Europeu!
Pedroto abandona o futebol jovem do FC Porto para ir treinar a Académica. Forjou grandes talentos nessa época, sendo reconhecido por todos a qualidade do futebol apresentado pela equipa de Coimbra. Depois treinou o Leixões, onde foi vítíma da única chicotada psicológica da sua carreira, traído pela falta de condições oferecidas pelo clube. Treinou depois o Varzim, que estava no seu 2º ano na primeira divisão. O Varzim foi a sensação desse campeonato.
Em 1966 realizou um sonho: tornar-se treinador principal do FC Porto, fica até 1969 e vence uma Taça de Portugal. Depois ruma até Setúbal, altura em que o Vitória obtém alguns dos melhores resultados da sua história, sendo uma vez vice-campeão, uma vez finalista da Taça, e obtendo excelentes prestações nas competições europeias.
Em 1974, mudou-se para o Boavista. Em dois anos obtém o 2º lugar no campeonato e vence 2 Taças de Portugal.
Volta às Antas em 1976 para vencer dois Campeonatos (1977-78 e 1978-79) e uma Taça de Portugal.
Falha o «tri» e sai na confusão do "verão quente". Passa a treinar o Vitória de Guimarães, onde esteve 2 épocas, obtendo um 4º e um 5º lugar. Com ele esteve Artur Jorge.
Pedroto regressa ao FC Porto já com Pinto da Costa como presidente. Nesse período ainda venceu uma Taça de Portugal e foi finalista da Taça das Taças. Pedroto e Pinto da Costa criaram as bases para a série de grandes êxitos que se seguíram e que culminaram com a vitória na Taça dos Campeões Europeus. Ao "leme" estava o seu discípulo Artur Jorge, um dos dois treinadores portugueses campeões europeus de clubes, a par de José Mourinho, em 2003/04, também ao serviço do FC Porto.
José Maria Carvalho Pedroto acabou por falecer na manhã do dia 7 de Janeiro do ano de 1985, com 56 anos de idade, sucumbido à doença que o corroía imparavelmente. Durante a madrugada do dia do seu falecimento, já visivelmente debilitado, tentou satisfazer os seus últimos desejos, bebendo whisky por uma colher e tentando fumar o último cigarro.
A título póstumo a 24 de Agosto de 1985 foi feito Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e a 9 de Junho de 1995 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Mérito.


Funeral de José Maria Pedroto - 8/1/1985

Memória dos 30 anos da morte de Pedroto
http://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2015/01/07/jos-maria-pedroto-faleceu-h-30-anos


Estádio do Dragão - 2003



Estádio do Dragão – Inaugurado em 16/11/2003

Em divertimentos, no século XX e XXI, é o futebol que atrai maiores multidões. No Porto este facto é especialmente notável, pois o F. C. Porto, desde os anos 80, foi o clube que mais títulos conquistou, e não só em futebol. É o clube com maior número de títulos do futebol português, contabilizando 72 troféus, dos quais 7 internacionais. É o único clube português penta-campeão de futebol, duas vezes tetra-campeão e detentor de cinco triplas (1997-98, 2002-03, 2005-06, 2008-09 e 2010-11). Desde 1984/85 ganhou 19 títulos em 28 possíveis. Possui o deca-campeonato em hóquei em patins e é o clube de futebol europeu com mais títulos desde 1974/75. Se considerarmos todas as categorias de futebol (sénior, júnior e juvenil), o FC Porto é, novamente, quem mais títulos tem, com 127 troféus.

Porto - Campeão Europeu - 1987
https://www.youtube.com/watch?v=HyVgOHfloNM

Porto - Campeão do Mundo - 1987
https://www.youtube.com/watch?v=X3TXUpRaDLo

Porto - Campeão da Liga Europeia - 26/5/2004
https://www.youtube.com/watch?v=co6qk-W8aAQ

Entrevista de José Mourinho após victória da Liga dos Campeões - 26/6/2011
https://www.youtube.com/watch?v=9PW_Zypl_l8

Vídeo com texto e locução de André Vilas Boas


Concerto dos Muse


Também, fora da época do futebol, outros acontecimentos rentabilizam o estádio e distraem os portuenses.


Sala de troféus – 1960


Troféu da época de 1987-88


Troféus da época de sonho


Liga dos Campeões e Taça UEFA


Museu actual

F. C. do Porto a ganhar desde 1893

Saudades do mítico Estádio das Antas

You Tube – Benfica 1 – F. C. Porto 2 - 1997

Chegada dos jogadores após a conquista da Taça UEFA – 2003 


You Tube – F. C. Porto 5 – Benfica 0

O eterno minuto 92 – 17/10/2013 

Blog Os Filhos do Dragão

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

DIVERTIMENTOS DOS PORTUENSES - XLI

3.5.17 - Automobilismo . II



Foto de Francisco Mota

V Circuito Internacional, I Grande Prémio do Porto, 1954 – vencedor Luigi Villoresi, nº. 1 à direita, seguido de Castelloti, número 2, ambos em Lancia.


Foto de Arnold Guilbert


Casimiro de Oliveira – Ferrari – 1954 – foto Arnold Guilbert


Luigi Villoresi – vencedor em Lancia D24 - 1954


Ferrari de Casimiro de Oliveira depois do acidente em 1955 

O “VI Circuito Internacional do Porto”, em 1955, acolheu novamente a quinta edição do Grande Prémio de Portugal. Registou-se a estreia da marca italiana Maserati no Porto, com uma vitória na prova, graças ao piloto francês Jean Behra, que conduzia um modelo 300S.



Borges Barreto (Ferrari 750 S #9) acabou de ultrapassar o Barão de Granferied (Maserati 300 S


Filipe Nogueira caído no chão após acidente com o seu Ferrari.


Imediatamente socorrido por espectadores e por guardas da P.S.P.


Jaguar acidentado - 1956


O grande Stirling Moss. Foi um dos maiores corredores do seu tempo, mas teve o azar de ter como adversário Juan Manuel Fangio.

O “II Grande Prémio de Portugal”, em 1956, foi ganho pelo Marquês Alfonso de Portago, número 9, partindo da segunda linha com um Ferrari 857.


Mário Gonçalves em Austin na corrida de carros sport de 1958 – repare-se na “posição” aerodinâmica dos faróis.





Mike Awthorn – Ferrari 256


Stirling Moss – Vanwall – vencedor do VII Grande Prémio de Portugal - 1958

A 24 de Agosto de 1958, a Fórmula 1 chegava finalmente a Portugal. Uma estreia acompanhada com a vinda de nomes como Stirling Moss, Mike Hawthorn, Jack Brabham, Graham Hill e a primeira mulher a pilotar um Fórmula 1 – Maria Teresa de Filippis. O Grande Prémio de Portugal seria a nona prova a contar para os Campeonatos do Mundo de Pilotos e de Construtores (este último instituído pela primeira vez nessa temporada). Neste ano, Mike Hawthorn e Stirling Moss lutavam de forma acesa pelo título de campeão, com o Porto a assistir a uma emocionante corrida, com Moss a levar a melhor sobre o rival e a manter-se na luta pelo título. A esta corrida de 1958, segundo relatos da época, terão assistido mais de 100 mil pessoas, e dela constando história curiosa. Hawthorn falhou a travagem na saída de Antunes Guimarães para o Lidador e não conseguiu pôr o seu Ferrari a trabalhar. Tentou empurrá-lo no sentido do Circuito, mas era a subir, por isso, virou o carro ao contrário e, aproveitando a ligeira inclinação, conseguiu finalmente pôr o motor do Ferrari a funcionar. No final, os Comissários Desportivos investigaram a possibilidade de ter havido uma violação do regulamento, porque empurrar o carro contra o sentido do circuito era proibido, resultando na desclassificação do britânico. Stirling Moss testemunhou dizendo que Hawthorn empurrara o Ferrari fora da pista e, graças a esse testemunho, Hawthorn acabou por vencer o Campeonato do Mundo, com um ponto de vantagem sobre Moss. Este gesto de Moss ficou na memória de todos como um dos gestos mais grandiosos da história do automobilismo mundial.



Diário de Lisboa



Graham Hill despistou-se em frente ao café Bela Cruz


Acidente de Jim Clark, também frente ao café Bela Cruz, no final dos treinos. O carro foi reconstruído durante a noite e o corredor pôde conquistar o seu primeiro pódio na Formula I. Na foto vê-se Jim Clarck muito abatido e o seu patrão Colin Chapman perto do carro, á direita.
Foi Campeão do Mundo de Fórmula I em 1963 e 1965. Morreu em 1968 numa corrida de Fórmula 2 em Hockenheim, Alemanha.


Stirling Moss (12) e John Surtees ambos em Lotus Climax


Jack Brabham vencedor em Cooper Climax - 1960

Em 1960, o Circuito da Boavista recebeu o “IX Grande Prémio de Portugal”, prova que marcaria a despedida do circuito dos palcos do automobilismo nacional e internacional. Ainda assim, pode dizer-se que foi uma despedida em grande, pois os espectadores tiveram o privilégio de assistir à quinta vitória consecutiva de Jack Brabham nesse ano, a qual se traduziu na conquista antecipada do seu segundo título mundial. Depois do acidente na Bélgica, Stirling Moss participou no GP de Portugal, tendo sido desclassificado por ter circulado em sentido contrário (no mesmo local em que Hawthorn se despistou e muito provavelmente por fazer o mesmo tipo de acção). Mas Moss, primeiro pelo seu intocável comportamento e depois por ainda não se encontrar no melhor da sua forma física, aceitou sem sequer argumentar.


Corrida Gentleman Driver’s – 2005

Vídeos de provas de automóveis pré 1961 – 2007




Nos anos 2005, 2007, 2009 e 2013 houve corridas num circuito melhorado, tendo as três últimas incluído a categoria internacional dos WTCC e em que Tiago Monteiro ganhou uma corrida num SEAT.


Emblema de 1911 

O principal promotor das corridas no Porto foi o Automóvel Clube de Portugal, sobre o qual trataremos em local próprio.