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segunda-feira, 13 de março de 2017

O AVIÃO II

6.26.12.2 - O Avião - Aeroporto de Pedras Rubras: terraplanagem, construção, pistas, aerogare - Carreira Porto-Lisboa, Companhia de Transportes aéreos, C. T. A. - documentos da viagem Lisboa Porto


Terraplanagem do aeroporto de Pedras Rubras – 1942


Início da construção – 1942


Pistas de aterragem


Aerogare ainda em construção


As obras de construção começaram em 1942, e em 1945 foram iniciadas as obras da aerogare, que terminaram em 1947. Em 21 de Abril de 1945 pousou pela primeira vez um avião no Aeroporto de Pedras Rubras.


1945


Avião DC3 – foto Alvão

Fotos do aeroporto – Muito completo - TSF

Aeroporto de Pedras Rubras/Francisco Sá Carneiro - história



“Esta, é provavelmente uma das companhias menos conhecidas e faladas que integrou o Grupo CUF, até pela sua singularidade.
Quem é que afinal sabia que a CUF teve uma companhia de aviação?
Arrisco a dizer que certamente serão poucas pessoas as que sabem tal facto, provando mais uma vez o pioneirismo da CUF em muitos sectores, até mesmo o da aviação.
Pois bem, essa é a interessante e curiosa história que hoje aqui vos trago.
A 19 de Julho de 1945, a Sociedade Continental de Transportes Aéreos, é transformada na C.T.A. com o objectivo de explorar linhas aéreas no território nacional ou fora dele.
Aquando da sua fundação o capital desta sociedade era de 5.000 contos, subscrito e divido pelos seguintes accionistas:
- Daun & Bleck, Limitada, 500.000$
- Carlos Eduardo Bleck, 250.000$
- D. José de Saldanha, 250.000$
- Manuel Augusto José de Mello, 300.000$
- Sociedade Geral de Comércio, Industria e Transportes Limitada, 2.000.000$
- José Inácio Castel-Branco, 100.000$
- Dr. Luiz Albuquerque de Sousa Lara, 300.000$
- Sousa Lara & Filhos Limitada, 500.000$
- Fernando Enes Ulrich, 100.000$
- Dr. António Garcês, 100.000$
- António de Sommer Champalimaud, 200.000$
- Dr. José de Sousa e Melo, 200.000$
- João Maria José de Mello, 100.000$
- Dr. Alvaro Belo Pereira, 100.000$
Como se pode ver pela lista atrás apresentada, vamos nela encontrar nomes sonantes da economia nacional, como António Champalimaud, a família Sousa Lara que detinha grandes investimentos no Ultramar, ou os Ulrich ligados a diversos interesses económicos.
A maioria do Capital accionista (2.300.000$) é detida pela Sociedade Geral e Manuel de Mello, colocando assim esta Holding da CUF no comando desta nova empresa.


Será no dia 3 de Dezembro de 1945 (4 meses após a constituição desta sociedade) era oficialmente inaugurada pelo Presidente da República Óscar Carmona e demais membros do Governo a carreira Lisboa-Porto-Lisboa.
Apresenta nesse mesmo ano a filiação na I.A.T.A. (International Air Transport Association, que ainda hoje é a mais alta autoridade internacional do transporte aéreo) sendo esta aceite.


A sua frota era constituída por um Percival Proctor, e


por três bimotores DeHavilland DH-89 cujas matrículas eram as seguintes: CS-ADI, CS-ADJ e CS-ADK, todos adquiridos na Inglaterra.
Posteriormente um destes bimotores foi adquirido pela Aeronáutica Militar em 1950, podendo ser vista hoje no Museu do Ar em Alverca.



Mais tarde são ainda adquiridos à Força Área dos Estados Unidos dois Douglas C-47A(CS-TDX e CS-TDZ) sendo a sua adaptação aviação civil sido feita por pessoal das Oficinas Metalomecânicas da CUF.


Hangar da CTA em Pedras Rubras e o Douglas DH89

A C.T.A. vai construir toda uma infraestrutura de apoio as suas rotas aéreas, para isso constrói hangares privativos nos Aeroportos de Lisboa e Porto, com oficinas, armazéns, operações de voo, equipamento de rádio, salas de pessoal navegante, cantinas etc.
Por essa altura o pessoal ao serviço da C.T.A. deveria de rondar o número de 70 pessoas, número que teria tendências a subir com a expansão da Companhia.
Havia já planos de expansão delineados por fases, em 1946 o objectivo seria inaugurar uma carreira Lisboa-Madrid com um serviço diário, pedindo autorização para tal ao Governo, sendo esta recusada, ficando outros projectos na gaveta, como as Linhas Internacionais no Continente Europeu, e obviamente aquilo que então se designava pelas Linhas Imperiais de modo de ligar a Metrópole com as principais cidades do seu Ultramar.
Para essa expansão tinha já a C.T.A. pensado adquirir 4 Douglas DC-4 "Skymaster" e também Douglas DC-6 aviões já de grande capacidade e com maior alcance aéreo.
Podemos dizer que á C.T.A. de certa maneira foram cortadas as pernas.
Devido à política do Governo, e de homens como o sobejamente conhecido Secretário da Aeronáutica Civil Humberto Delgado, preferiu-se reorganizar o Transporte Aéreo em Portugal, chamando as Autoridades tais responsabilidades, preferindo deixar cair a C.T.A. (talvez por esta estar nas mãos de privados) e criar assim os Transportes Aéreos Portugueses (T.A.P.) cuja metade do capital accionista estava nas mãos do Estado sendo o restante subscrito por privados.
A linha Lisboa-Porto-Lisboa é suspensa em 1947, e a C.T.A. seria liquidada definitivamente em 1949.
E desta efémera e interessante história falta apresentar um interessante e raro lote de documentos respeitantes a esta empresa, isto porque uma tal Madame Silva (que é como está escrito no bilhete) que na época tinha 23 anos, guardou tais documentos, talvez como recordação, e assim chegaram às minhas mãos, sendo um testemunho da breve história da C.T.A.”. Texto recebido por mail, de autor que desconhecemos.


Bilhete da Madame Silva de 5/6/1946 e  que nesta data custou 303$00 

Esta senhora que viajou para o Porto, fez um Seguro Pessoal de Transportes Aéreos, e qual seria a companhia? 
Só podia ser a Império claro! 
Sendo também ela pioneira neste tipo de seguros, o custo do mesmo já com todas as despesas incluídas era de 20 escudos. 
Aqui fica o envelope enviado pela C.T.A. com a respectiva apólice e o cartão de cumprimentos da seguradora.





Bilhete de viagem



Cartão de bagagem



Mapa da rota Porto-Lisboa - a viagem demorava 1 hora e 21 minutos

sexta-feira, 10 de março de 2017

O AVIÃO I

6.26.12.1 - O Avião - Biplano Farman Maurice em 1912 - Primeiro voo em Portugal, no Porto - Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem a travessia do Atlântico Sul, 1922.


O biplano do Comércio do Porto foi exposto no Palácio de Cristal em 1/9/1912


No Castelo do Queijo


Biplano Farman Maurice que subiu no Porto em 8/9/1912


Subindo…vê-se a sub-estação transformadora da Carris, muitos anos depois o…


C. L. I. P.


… e hoje a Kasa da Praia


Hei-lo no ar

O primeiro avião a descolar em Portugal foi um biplano Farman Maurice com motor Renault de 70 cavalos, Comprado em Paris e transportado para o Poro no paquete Hildbrand. Fe-lo em 8 de Setembro de 1912. O brigadeiro Luis Nunes da Ponte descreve, no seu livro "Recordando o Velho Porto" de 1949, este sensacional acontecimento, da forma seguinte: “ O aparelho ficou em exposição na nave central do Palácio de Cristal. A concorrência foi muito numerosa, pois a receita proveniente da venda de bilhetes e diversos emblemas atingiu a bonita cifra de 625$165 reis. A angariação dos fundos destinava-se à creche Comércio do Porto. A subida do avião ia ser feita no terreno em frente ao Castelo do Queijo entre a estrada da Circunvalação e a estação transformadora que a Cª. Carris ali possuía… O único automóvel de aluguer que então existia no Porto também não ficou inactivo, fazendo frequentes carreiras. Calculou-se em 60.000 o número de pessoas que no local se juntaram… Perante aquele público, verdadeiramente emocionado, o aparelho descolou lentamente às quatro e meia da tarde, para realizar o seu primeiro voo; ergueu-se até à altura de 250 metros evolucionando sobre a Foz e Matosinhos. Às cinco horas realizou-se então o chamado voo oficial… depois de subir à altura de 300 metros seguiu em direcção ao Porto, à velocidade horária de 90 Kms, passando por cima do Rio Douro, Praça da Liberdade, Marquês de Pombal e Torre dos Clérigos. Tinha permanecido 16 minutos no ar… o aparelho seguiu depois para Lisboa… o Porto pode ufanamente orgulhar-se de ter sido a primeira terra do país donde descolou um avião.” 
A aterragem desta experiência foi muito difícil pois uma avaria obrigou o aparelho de planar os últimos 3000 metros e foi aterrar fora da pista com alguma dificuldade. Verificou-se depois que a hélice estava repleta de prospectos de publicidade que tinham sido atirados pelo navegador. Realizaram-se 12 espectáculos até ao dia 15. Dias depois o aparelho , desmontado, seguiu para Lisboa.  (Ver abaixo o filme da Cinemateca Portuguesa sobre este voo)


Revista Aeronáutica – Ano 2, Nº.5 – Set/Out. 1912

Cinemateca Portuguesa – semana da aviação – 1912



Gago Coutinho e Sacadura Cabral iniciando a sua viagem ao Atlântico Sul.


Chegada dos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral ao Porto, junto do Grande Hotel do Porto, em 8/12/1922.


Monumento em honra de Gago Coutinho e Sacadura Cabral no Largo dos Aviadores, em Gaia - foto do A. M.  de Gaia.

Hidroavião em que Gago Coutinho e Sacadura Cabral levantaram de Lisboa para a primeira travessia do Atlântico Sul. No Porto realizou-se uma subscrição pública, para a compra do aparelho, que rendeu a elevadíssima quantia de 400.000$00. Saídos em 30/3/1922 só chegaram ao Rio em 17/6/1922. Tiveram grandes problemas técnicos e o primeiro avião afundou-se numa amaragem. Tendo o navio Carvalho Araújo levado um segundo avião, os aviadores conseguiram concluir a viagem. A chegada dos aviadores ao Rio de Janeiro foi festejada, no Porto, com o ribombar da artilharia, com o repique dos sinos e ruidosos silvos das sirenes das fábricas e dos vapores surtos no Douro e pelo estalejar de milhares de foguetes.


Biplano DH82

O leitor do Facebook José João Roseira escreveu: “Um avião difícil que entrava em "Vrille" com enorme facilidade. Voei nele na segunda metade da década de 60. Este provavelmente pertencia à Aviação Militar que esteve na origem da Força Aérea Portuguesa. Há anos despenhou-se um que pertencia ao Museu do Ar e era tripulado por dois coronéis-pilotos”.