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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

FOZ DO DOURO - II

6.1.34 - Foz do Douro, Esplanada do Castelo, Carreiros, Avenida Brasil



Esplanada do Castelo – desenho antigo em que já aparece o Hotel da Boa Vista


Esplanada do Castelo – foto Emílio Biel


Igreja da Foz vista da Esplanada do Castelo


Actualmente

“ Existia nos nºs. 34 e 35 desta esplanada, entre o final do séc. XIX e as primeiras décadas do séc. XX, uma celebre farmácia denominada Amorim, do boticário Francisco José de Amorim. O serviço de atendimento ao público era permanente, o nº. de telefone era o 1 e era uma “…casa seriíssima, de toda a confiança d’onde não sáe um medicamento sem ser inspeccionado pelo proprietário”. In O Tripeiro Série 7, Ano 20.

No livro Recordando o Velho Porto, do brigadeiro Nunes da Ponte (Porto, 1963) pode ler-se:
“No início do séc. XX, na Foz do Douro, um grupo de amigos tinha por hábito juntar-se à porta da Farmácia Amorim, situada na esplanada do Castelo, frente ao Castelo da Foz, todos os dias ao fim da tarde.
Era proprietário da farmácia Francisco José de Amorim, que a dirigia, auxiliado pelo técnico ajudante de apelido Pereira. Destas reuniões nasceu uma agremiação com o nome de Clube Rigollot. De entre as várias personalidades que compunham o grupo, destacou-se o barão de Paçô Vieira, de nome José Joaquim de Sousa de Barros Coelho Vieira, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal da Relação do Porto, fidalgo cavaleiro da Casa real e comendador das ordens de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, que terá sido elevado ao "alto" cargo de presidente da direcção do Rigollot por aclamação. Todas as tardes ali se juntava, junto à farmácia, o grupo de associados em vivos e acesos colóquios que por vezes se prolongavam pela noite dentro, nos quais não entrava política partidária mas se discutiam com calor e entusiasmo assuntos de vária ordem. O nome do clube foi adoptado para homenagem à memória de um benemérito de nome João Paulo Rigollot. Por esta sociedade intelectual, que se tornou famosa por toda a cidade, passaram vários vultos da política, das letras, das ciências, antigos ministros, governadores civis, professores, juízes, banqueiros, etc., que no mais ameno convívio, em conversa tolerante e variada, agradavelmente passavam as tardes. Um dos frequentadores do clube e seu associado foi Francisco Ramalho Ortigão, sobrinho do escritor com o mesmo apelido, homem muito activo e empreendedor que, diga-se a título de curiosidade, chegou a montar nos jardins da sua residência, na rua Alto de Vila, uma fábrica de tapetes. Não terá durado muitos anos esta agremiação. Em Dezembro de 1952, o brigadeiro Nunes da Ponte escreveu na revista O Tripeiro, V série, que nenhum dos sócios do clube Rigollot pertencia "ao número dos vivos".
O barão de Paçô Vieira, muito referenciado em várias iniciativas da Foz de outrora, vivia na rua do Passeio Alegre, numa casa que ainda existe, na esquina com a rua de acesso à Igreja da Foz (lado esquerdo).


Cine Foz – Ficava na Esplanada do Castelo. Inaugurado no princípio do séc. XX, fechou em 1958. Nos anos 40 passei diariamente por esta esplanada, já bastante diferente da foto acima. Fui várias vezes ao Cine Foz não só para ver cinema, o que era raro, mas para assistir a festas e encontros do Colégio Brotero que aí se realizavam. Já se encontrava bastante deteriorado e com poucas exibições, salvo no Verão. Recordo-me muito bem de dois meus colegas mais velhos, Peter Eizel e Fernando de Azevedo que eram excelentes pianistas. A professora de piano vivia no Passeio Alegre, na casa onde hoje é o Twins e chamava-se Maria Amélia Vilar.
“A Foz do Douro, é no princípio do século (XX) uma já consolidada praia de banhos, dispondo de um teatro (Vasco da Gama) na rua do mesmo nome, e desde 1907, na Esplanada do Castelo, de uma sala de projecção de cinema “Au Rendez-vous d’ Élite”, projectada pelo engenheiro Xavier Esteves”. In blog Do Porto e Não Só
Já lemos algures que este cinema deu lugar ao Cine Foz.


Rua da Cerca – foto Teófilo Rego


Rua da Senhora da Luz - 1900


Rua da Senhora da Luz inundada em dia de forte maré


Interessantíssimo vídeo – o último agricultor da Foz 
http://www.youtube.com/watch?v=8j4i5FyJH5w&feature=em-share_video_user


Mulher da Foz


Casa da família Sousa Guedes destruída nos anos 80 e, na altura pertencente à Universidade Católica.



Carreiros - séc. XIX ou inícios de XX


Avenida de Carreiros – 1900 – lindos candeeiros


Casas na Avenida de Carreiros, depois Avenida Brasil – eram do séc. XIX – foto do blog Foi Assim…



Carreiros


Carreiros – de notar, nas 3 fotos acima, as diferenças nas linhas dos eléctricos: Nesta, de baixo, perto da Rua do Castro, existem duas linhas juntas do passeio do lado do mar; na foto acima já só existe uma linha e a afastar-se deste passeio; na primeira, a linha já vai perto das casas. Mostra que, antes da Rua da Senhora da Luz, as duas linhas se uniam, pois a rua é estreita.


Carreiros – 1909? – eléctrico com dois atrelados – deve ser a linha 1


Descida para a praia


Camões – busto de Irene Vilar – encontra-se na Avenida Brasil perto da Praia dos Ingleses

Mar e Avenida Brasil 


Praia de Gondarém

Mar bravo na praia de Gondarém - vídeo


Avenida Brasil – foto Armando Tavares – 2015


Pavillon Majestic – 1924


No local onde esteve o Pavillon Majestic, em frente à Rua do Crasto esteve, mais tarde, o Bar do Molhe. Ainda nos recordamos desta fase que tinha em baixo bilhares e esplanada virada à praia. Íamos lá poucas vezes pois as nossas mães levavam almoço e lanche de casa.


Pizza Hut – no local em que esteve o Bar do Molhe




Antes da construção do molhe de Carreiros os rochedos formavam, naquele local, um pequeno carreiro natural directo à praia, hoje do Molhe. Foi usada durante séculos como recurso para desembarque de pessoas e alguma pequena mercadoria, quando a foz do Rio Douro não permitia a entrada dos barcos. Também servia para que pequenos barcos aí se abrigassem do mau tempo. Em 1838 foi construído um pequeno pontão para tornar mais seguras estas emergências. Como por vezes era necessário recorrer a expediente de noite e se tornava muito perigoso, já lá tinham acontecido tragédias, decidiu-se, em 1868, instalar dois pequenos farolins para guiar os botes de desembarque. Procedeu-se ainda ao rebentamento de alguns rochedos que, estando na direcção da embocadura causavam acidentes graves.
Também foram colocados dois obeliscos de pedra como indicação do enfiamento da entrada diurna no carreiro. O que se encontra sobre o rochedo, ao lado do molhe, já não é o original que, na segunda foto, se vê caído na praia. Aliás está desalinhado do enfiamento. O outro está na Avenida Brasil, em frente da Rua do Crasto.


Pérgola do Molhe - 1931


Foto de Armando Tavares - 2015

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

DIVERTIMENTOS DOS PORTUENSES - XVI

3.5.8 - Foz do Douro e praias - IV



Entrando na barra do Douro - 1940


Carlos Teixeira da Costa foi um brasileiro de torna viagem que se estabeleceu no ramo da confeitaria. Terá construído o edifício acima em 1911 - á porta está ele e sua mulher Maria Luísa. Já ouvimos alguém afirmar que era avô do Presidente do F.C.P., Pinto da Costa.


Anos 40 do séc. XX


Este edifício sofreu grandes obras. Foram construídas as águas furtadas e ornamentada com a tabuleta Casa Brasileira. Várias vezes lá comprámos os melhores bolos e biscoitos de que nos recordámos.


Vista para a Rua da Senhora da Luz – o 18 era um dos eléctricos que me transportava para o Colégio Brotero, no Passeio Alegre. Havia também o 2 e o 17.



Rua da Senhora da Luz


Rua da Senhora da Luz – vendedor de hortaliça


Antes de a C. M. Porto aprovar o projecto do Largo de Cadouços, 9/8/1866, existia já um circo que era montado na época balnear. Em 29/8/1869 foi lá inaugurada uma praça de touros, com uma grande enchente; estariam 2500 pessoas. O delírio pelas touradas durou 2 anos, após os quais ninguém mais ligou às touradas.


Clube de Cadouços – Inaugurado em 1881 – era frequentado pela elite das famílias que iam a banhos, entre Maio e Outubro. Aqui se reuniam às tardes para conviverem, jogarem cartas, bilhar, dominó. Lugar de leitura e conversa, realizava concertos de música de câmara, árias de ópera e canções; teatro, e reuniões dançantes. A partir de 1884 o clube formou uma orquestra amadora composta por sócios. Eram sempre muito concorridos pelo que muitas vezes o difícil era conseguir bilhetes. Aqui se apresentaram os melhores músicos do Porto dessa época (1881/1910). Era comum músicos amadores, mesmo sócios, também executarem obras com grande sucesso. Este clube também tinha uma finalidade beneficente.
Pagava-se uma jóia de 1$000 reis e 6$000 reis por ano. 





A Máquina em Cadouços



Antigo viaduto da máquina entre Cadouços e a Rua do Túnel, na ponte sobre a Rua da Agra – ao fundo vê-se a Rua da Senhora da Luz e o farol, de que trataremos em local próprio.

“As pessoas que viviam no Porto e que tinham que ir tomar banho para a Foz saíam de casa por volta das 6 horas da manhã, para apanhar o primeiro carro americano que saía do Carmo, ia pelo Carregal, atravessava um túnel (?) para sair na Rua do Rosário e daí seguia para a Boavista. Era ali que encontravam já mais carros americanos atrelados a uma locomotiva a vapor muito pequenina (era a máquina). Então este pequeno comboio, através dos campos, silvados, etc., ia até Cadouços (chamado as sete casas) onde parava. Era ali que as pessoas que iam para a Foz, saíam e desciam uma rampa, onde havia um casino, e dirigiam-se para o mar. O referido comboio seguia para Matosinhos, sendo obrigado a passar por uma pequena ponte muito curiosa.” In O Tripeiro, Série VI, Ano X. 
Desconhecíamos a existência de um túnel entre o Carregal e a Rua do Rosário. Alguém pode dar informações sobre onde começava e acabava?


Rua do Túnel – por este túnel passava a máquina a caminho da Rua de Gondarém – foto do blog ruas da minha terra


À direita a Farmácia de Gondarém – vêem-se as linhas da máquina, que seguia até Matosinhos