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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CONVENTOS DE RELIGIOSOS - X

3.12.5 – Convento dos Agostinhos Descalços, anterior Colégio de S. Lourenço - II


Porta de madeira que pertenceu ao Convento de S. Bento de Avé Maria – foto Portojo

Anexo à Igreja de S. Lourenço está o Museu de Arqueologia e Arte Sacra. Foi criado por D. Domingos de Pinho Brandão em 1958, quando era reitor do Seminário.


Nossa Senhora da Piedade – séc. ? - foto Portojo

“…Entra-se depois, propriamente, no Museu de Arte Sacra e Arqueologia, pela velha entrada do Colégio, onde Garrett terá estado a fazer sentinela durante o Cerco do Porto. Os azulejos e as imagens da escada de acesso indicam a qualidade das peças escolhidas e o gosto do Cónego Dr. Castro Meireles, conservador do Museu. Em destaque a Senhora da Conceição, padroeira do Seminário. 
Uma sala de entrada apresenta, além dos painéis do Convento de S. Bento da Avé-Maria, cálices de Comunhão, esculturas e pinturas, a Árvore de Jessé, e paramentos... até da China. No coro alto, estão antifonários em pergaminho com belas iluminuras, cruzes, anjos, a batina, solideo e manípulo de Leão XIII e o solideo de Pio X.


Antiga sala das confissões do convento – foto Portojo 

O velho corredor das lousas é uma verdadeira galeria de escultura, desde o século XIII ao XVIII, distribuída de forma temática e de muito boa qualidade. Crucifixos, S. Pedro e outros grandes santos, Nossa Senhora com o Menino, com as invocações do Ó ou do Ferro, e as Santas Mães: Maria e Ana…


 Santas Mães



Salvador da Cana Verde


S. João Baptista



…Em duas pequenas salas há excelentes peças de madeira, prata, marfim, vidro e alabastro, e a chamada custódia dos Grilos. 
Em 1962, a Fundação Gulbenkian permitiu ao Arq. Luís Cunha criar um belo espaço, de tipo romano, para a parte arqueológica: um lago com um jacto de água, uma cobertura e alguma vegetação retemperam-nos bem do percurso de salas e corredores. Ali estão poucas peças, mas de qualidade: aras, setas, mos, fragmentos de barro, uma placa de 600 anos antes de Cristo e um mosaico paleocristão. Em breve, poderá ver-se ainda uma sala de numismática…


Árvore de Jessé – foto Portojo


pormenor


Sé, Paço Episcopal, igreja de S. Lourenço, Seminário Maior – antigo Colégio de S. Loureço e Convento dos Agostinhos Descalços – foto Portojo.

…Em meia hora pode fazer-se este interessantíssimo percurso que poderá concluir-se com uma bebida num espaço criado no Largo do Colégio, para descer, depois, pela rua do Arco de Santana até à cidade baixa. 
Desde Julho do ano passado que este Museu está apto a fazer parte dos roteiros turísticos. Ele é um espaço novo, de arte e tradição, metido nas pedras do velho Porto, pleno de tons medievais e com vestígios dos suevos e dos romanos…


Portão do Seminário Maior


Varanda de S. João de Brito – diz-se que aqui meditava este santo português

…Emerge, o Museu, da memória dos trezentos jesuítas que dali partiram para o exílio, do padre António Vieira e de S. João de Brito. Habitado pelos filhos de Santo Inácio até 1759, depois do senhorio da Universidade de Coimbra, este edifício foi ocupado pelos Agostinhos, de 1790 a 1833, para ser depois quartel dos liberais. Mais tarde, foi reconstruído para ali se instalar o Seminário que o Cardeal D. Américo haveria de dotar e onde passaram a formar-se os padres e bispos da Diocese… 


…Em 9 de Março de 1958, D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, assinalou no Livro de Honra da inauguração do Museu, criado pelo então Reitor D. Domingos de Pinho Brandão, a função de Escola que o Museu deve ter: "Viveiro", "lar de Educação", "instituto normal do Magistério eclesiástico na Diocese", compete ao Seminário ser "um centro de Cultura e palestra apuradora de conceitos, imagens e formas, bem como foco de irradiação doutrinal, cultural e social. O Museu de Arqueologia e Arte situa-se no próprio núcleo destes interesses espirituais: ponto de chegada da Arte e Cultura do passado, ponto de arranque da Arte e Cultura do futuro.


Pedra lavrada no Pátio das Laranjeiras



Arco das Verdades – Em 1589 a câmara cedeu ao Colégio dos Jesuítas água da Fonte de Mijavelhas, que alimentava várias outras fontes. Da mais próxima, a das Fontaínhas, saía um aqueduto para o colégio. Este arco, ainda existente, nada tem a ver com a Porta e Capela das Verdades, pois é o que resta do aqueduto. Hoje não corre por lá a água, que foi encanada.


Largo dos Grilos - 1907


Mirante e escadas que desce para o largo da Igreja de S. Lourenço – foto Portojo

Fotos da Igreja de S. Lourenço e Museu de Arte Sacra http://www.portopatrimoniomundial.com/igreja-dos-grilos.html


Capela do Senhor dos Passos ou de S. Sebastião


As imagens do Passo da Rua do Loureiro, destruído em 1900 para a construção da estação de S. Bento, estão na sacristia de Igreja de S. João Novo.


Em baixo, á direita, vê-se a Capela do Senhor dos Passos na antiga Rua dos Ingleses, hoje Rua Nova da Alfândega.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

DA SUA ORIGEM E ANTIGUIDADE - BATALHA, MURALHA ROMÂNICA E SUAS PORTAS



CAPÍTULO I

DA SUA ORIGEM E ANTIGUIDADE

Trata este primeiro capítulo da origem da cidade do Porto, apresentando várias opiniões inverosímeis que no seu tempo eram motivo de polémica. Destacamos, porém, alguns excertos que nos parecem interessantes:



Pelo que hoje se sabe a História do Porto é muito mais antiga e diferente do que a escrita por ARC.


Painel de azulejos, na estação de Rio Tinto representando a batalha de 824


Em O TRIPEIRO, V série, nº. XIII, a páginas 272 e sguintes, o historiador do Porto Horácio Marçal apresenta várias referências à imagem de N. Sª. da Batalha, mas que se contradizem. Por este facto ele próprio afirma que, depois do seu estudo sobre esta, teria ficado na mesma ignorância. Parece ser uma imagem do sec. XIV, em pedra e que estaria numa antiga capelinha junto à porta de Cimo de Vila ou da Batalha. Em 1793 esta capelinha foi destruída por força da demolição da Muralha e da porta/torre de Cimo de Vila. Em 1799 terminou-se a construção de uma nova capela, com o mesmo nome, muito perto do antigo teatro S. João, e para lá passou a referida imagem. Em 1924 também esta capela foi demolida, para dar mais largura à rua que liga ao Hospital do Terço, e a imagem transferida para a Sé.


Segunda Capela deNossa Senhora da Batalha – 1799/1924


Praça da Batalha entre 1799 e 1908 – Vêem-se a Capela da Batalha e o primeiro Teatro S. João, que ardeu em 12 de Abril de 1908





  
Tinha 4 portas: Nª Senhora de Vandoma, perto da Sé, S. Sebastião, Santana das Aldas, tornada imortal por Almeida Gasrrett e da Mentira, até ao sec. XIV, depois chamada das Verdades.



O burgo velho segundo a planta medieval - maquete na Casa do Infante

 

Nª. Senhora de Vandoma – está na Sé


Arco de Vandoma - Desenho de Joaquim Villanova – 1833 - A porta de Vandoma foi demolida em 1855 por ordam da C.M.P.


Oratório e gravura de S. Sebastião - A Porta de S. Sebastião foi demolida em 1819 por ameaçar ruína


Este arco foi eternizado por Almeida Garrett no seu romance com o mesmo nome. Foi demolido em 1821 por ser muito estreita e não permitir passar carros.


Altar do Arco de Santana no local em que esteve a porta - por cima tem escrito "Santana succure miseris" ( Santana socorre os miseráveis

 Capela, altar e imagem de Nª. Senhora das Verdades 

Capela das Verdades - A Porta ou postigo das Verdades, antes das Mentiras, ficava ao fundo da Rua de D. Hugo, por trás da Sé. Era encimada por um nicho com a imagem de Nª: Senhora das Verdades, muito venerada pelo povo da vizinhança. Quando, no século XIV, foi destruída, os fiéis construíram uma pequena capela onde colocaram a imagem. No retábulo, quatro pequenas pinturas do século XVII, de gosto e traço simples, representam São Domingos, São José, São João Evangelista e Nossa Senhora da Rosa. Ao centro, num nicho, está a dita imagem de Nossa Senhora das Verdades, em calcário de Coimbra, do final do século XVI.


















O facto de se chamar Arco das Verdades faz com que haja quem o julgue ligado à Porta das Verdades. Na realidade este arco fazia parte do aqueduto que levava água para o Mosteiro de S. Lourenço, hoje Seminário Maior do Porto. Esta água provinha da grande nascente de Mija-Velhas, no actual Campo 24 de Agosto, que no seu caminho ia alimentando outras fontes.