2.3.3 - Bairro de Santo Ildefonso - V
Na Toponímia Portuense de Eugénio Andrea da Cunha Freitas pode ler-se “No ano de 1662, havia em Fradelos uma quinta que era senhorio directo o Dr. João Freire de Melo, com uma capela de invocação de Santa Catarina Martir. Essa quinta partia de banda de nascente “ com o caminho que vai de Fradelos para a Porta de Cima de Vila”. Este caminho é o mais remoto antepassado que conhecemos da actual Rua de Santa Catarina… Já designada Rua Nova de Santa Catarina a encontramos mencionada em certo documento da Misericórdia em 1748. No Plano de Urbanização proposto por João de Almada e Melo em 1784, inclui-se o prolongamento da rua até à Aguardente (hoje Praça Marquês de Pombal). A este novo troço da artéria se chamou Rua Bela da Princesa… Também por urbanizar estavam todos os terrenos compreendidos entre Santo António, Santa Catarina, a viela da Neta e a das Pombas (onde está hoje o Grande Hotel do Porto). Eram quintas e terrenos pertencentes a D. Antónia Adelaide Ferreira, a “Ferreirinha”, e a Francisco da Cunha Guimarães, onde mais tarde se rasgaram as ruas de Sá da Bandeira e Passos Manuel.”
Rua de Santa Catarina em 1911 - foto pintada
Ourivesaria Reis - in blog Do Porto e Não Só
Livraria Latina – inaugurada em 1942 - Obra de António Cruz
Existe outro busto de Camões na Foz, da escultora Irene Vilar, que mostraremos qundo tratarmos este local.
Grandes armazens Nascimento, inaugurados em 1927 - Projecto do Arq. Marques da Silva
Entre os anos 40 e 70 foi Café Palladiun
“O café Palladium, aberto em 4 de Novembro… cujas obras foram da autoria de Mário de Abreu. Tinha salão de jogos, salão de chá e um cabaret. Atraía uma clientela ligada às artes e às letras, como Jorge de Sena, José Régio, Adolfo Casais Monteiro, Sant’Ana Dionísio, Alfredo Pereira Gomes, Alberto Serpa, Nadir Afonso, Júlio Resende, Manuel Pereira da Silva, entre outros, e foi encerrado nos anos 70 – em Comunidade.sol.pt . Actualmente C&A e Fnac
Rua de Santa Catarina, esquina com a Rua de Passos Manuel - 1913
Photographia Alvão - ficava no nº. 120
Café Majestic – sobre este café trataremos em lugar próprio
No último quartel do séc. XIX, António da Silva Cunha, abriu uma pequena casa de retalho em que montou um atelier com máquinas de costura. Foi crescendo e rapidamente deu origem à Camisaria Confiança, que ficava antes do Grande Hotel do Porto. Chegou a empregar mais de 1000 operários.
Interior em 1899
Confecção em 1899
Histórico filme da saída do pessoal da Fábrica Confiança feito por Aurélio Paz dos Reis em 1896 Supomos ser o primeiro feito em Portugal
Grande Hotel do Porto – Projecto do arquiteto Silva Sardinha abriu portas a 27 de Março de 1880. Era o hotel mais luxuoso da cidade. É o hotel mais antigo em funcionamento. Sempre que vinha ao Porto, Eça de Queiroz, alojava-se neste hotel nele fazia o seu escritório. Escrevia amiudadas vezes aos seus amigos do Porto, em especial a Oliveira Martins.
Em 28/12/1889 faleceu, no quarto 16, a Imperatriz do Brasil Teresa Cristina. Estava, com seu marido, o deposto Imperador D. Pedro II, de passagem para Paris. D. Pedro II comprou a cama em que sua mulher faleceu.
Neste hotel esteve preso o Primeiro-Ministro Afonso Costa em Dezembro de 1917, aquando do golpe de estado de Sidónio Pais. Quando veio ao Porto houve uma grande arruaça contra a sua presença. O estadista saiu por uma janela das traseiras da casa onde se encontrava e fugiu pelos telhados vizinhos. No Porto ficou a adivinha “Qual é a coisa, qual é ela, que entrou pela porta e saiu pela janela?”
Interessante publicidade - Em 1895 havia tempo para se ler todas as palavras do anúncio.
Caminhos da História - Joel Cleto
http://videos.sapo.pt/buNQsWIknTYqI4lNvFZE
Parabéns pelo blogue que é muito interessante.
ResponderEliminarPermitam-me uma observação, a propósito do busto de Camões na Livraria Latina. Há no Porto outra homenagem artística ao poeta, uma escultura de Irene Vilar na Avenida do Brasil.
Muito obrigado pelo seu comentário. Vou alterar o meu texto, pois na verdade não conhecia.
EliminarBoa tarde!
ResponderEliminarHá uma outra versão acerca da adivinha respeitante a Afonso Costa:
Segundo esta, quando viajava de eléctrico, em Lisboa, o veículo teve um princípio de incêndio e o político, em pânico, atirou-se pela janela do mesmo, tendo ficado internado no Hospital de S. José.
Este acidente é verídico, e veio relatado na "Ilustração Portuguesa".
Abraço tripeiro!
Alberto Guimarães.
Pelos vistos era um homem muito perseguido...e se calhar com razão!
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