quinta-feira, 6 de agosto de 2015

GOVERNO POLÍTICO - X

5 . 4 - Governo Político - X

História e manifestações políticas


MAPA CÔR DE ROSA - "Nome dado ao projeto português para unir Angola a Moçambique, apresentado no Congresso de Berlim de 1884 e que provocou forte reação da Inglaterra. 
Na segunda metade do século XIX, a Europa conheceu um elevado crescimento económico que se traduziu num forte desenvolvimento da indústria com um consequente aumento vertiginoso da produção. Esta situação exigiu não só a exploração de novos mercados para escoamento dessa produção, como novas fontes de matéria-prima para alimentar a indústria. Daí o crescente interesse por parte das grandes potências europeias pelo continente africano neste período. 
Assim, os projetos para conhecer as regiões africanas intensificaram-se a partir do fim do século XIX. De 1850 a 1880 fizeram-se grandes viagens de exploração ao continente negro, como foram os casos, entre outros, de Stanley, de Livingstone e de Brazza. As viagens intensificaram-se ainda a partir da Conferência de Berlim (1884-85). Porém, nesta altura, a concorrência era já grande por parte dos alemães, dos ingleses e dos bóeres. Esta corrida das potências europeias às colónias africanas viria a originar conflitos mais ou menos graves.
Alertados para essa política, que, aos olhos de Portugal, era abusiva e lesiva dos nossos direitos históricos em África, surge na mente de alguns políticos - Luciano Cordeiro, Pinheiro Chagas, Barros Gomes, entre outros - a ideia de formar um vasto território na África Central, a partir do litoral que dominávamos; ou seja, ligando os litorais de Angola e Moçambique. Este ambicioso plano aparece já numa convenção luso-francesa de 1886 e figura a cor-de-rosa, daí advindo o nome para a questão. 
No entanto, este nosso plano chocava frontalmente com os planos de expansionismo inglês para esta área, sobretudo com as iniciativas de Cecil Rhodes, cujo plano pretendia ligar o Cabo ao Cairo, sempre por solo britânico, ao mesmo tempo que punha em jogo o critério, formulado em Berlim, de que só a ocupação efetiva seria prova do domínio colonial. Por isso, o Governo apressou-se a organizar expedições de vária ordem aos territórios em litígio, enquanto se desenvolviam esforços para a obtenção de apoios no plano diplomático. Pensou-se que um desses pontos de apoio fosse a Alemanha, visto também ter disputas coloniais com a Inglaterra. Porém, não só não conseguimos o apoio da Alemanha, como não conseguimos provar a nossa procedência na ocupação dos territórios em causa. 
De resto, esta disputa colonial com a Inglaterra acabaria por culminar no humilhante Ultimato feito a Portugal, em Janeiro de 1890". In Infopédia


Mapa Côr e Rosa - vídeo 


In O Tripeiro – Volume 6 

Esta iniciativa foi dissolvida poucos meses depois porque, lamentavelmente, os políticos não se entenderam, os partidos não se uniram, enfim, a nação não se soube unir tão importante movimento. 
Então como agora, ou melhor agora como então! 
A grave tensão entre os portuenses e os ingleses veio a culminar na revolta do 31 de Janeiro de 1891, que já tratámos no nosso lançamento 2.3.3 - Bairro da Santo Ildefonso – III de 26/10/2012. 


Visita da Raínha Isabel ao Porto - 22/2/1957


Tapetes de flores na recepção da Rainha Isabel II em 1985 – Rua da Alfândega


Manifestação do 1º. de Maio em 1908 na Rua de Saraiva de Carvalho - foto Aurélio Paz dos Reis


Luxuoso almoço de recepção a Afonso Costa no Palácio de Cristal – 1911 


O mesmo dia em 1913


“Comício público na rua de Antero de Quental, nº 371, nos amplos terrenos anexos às extintas "Oficinas Minerva", onde a Câmara Municipal do Porto, então dissolvida pelo governo republicano de Pimenta de Castro, dá a conhecer aos seus eleitores os seus atos administrativos, a 2 de maio de 1915.
"A Câmara Dissolvida dá conta dos seus actos ao povo do Porto (…); os fins do comicio, segundo os proprios convites; a vereação demittida apresenta contas dos seus actos e lavra o seu protesto contra o acto da dissolução.
Á hora marcada (…) já no local se viam algumas centenas de pessoas encontrando-se na tribuna muitos vultos de destaque do partido democratico. Pelas duas horas chegou o Sr. Levy Marques da Costa, presidente da Camara de Lisboa, também dissolvida (…). São recebidos com muitos vivas, sendo também aclamados os nomes do dr. Affonso Costa, a República, etc. Ouvem-se também gritos de abaixo a ditadura (…). Essa dissolução foi apenas uma perseguição feroz aos republicanos, levada a cabo por um governo que amnistia conspiradores, chamando-lhes simples contradictores do regime (…) a dissolução da Camara foi um verdadeiro crime (…). A Camara (…) respondeu á sua intimação que estava prompta a cumprir até ao fim o seu dever, que não se considerava delinquente e que só o governo e o chefe de estado se encontravam fora da lei.
MOÇÃO: (…) Considerando que o brio desta terra é incompativel com uma commissão administrativa imposta pela vontade de qualquer dictador sem escrupulos e sem patriotismo, resolve protestar energicamente contra o acto violento, illegal e brutalmente arbitrario practicado pelo governo e manifestar á camara, legitima representante do povo do Porto, e esbulhada dos seus direitos, toda a solidariedade e applauso. (…).Dentro do recinto do comicio não se encontrava nenhum representante da autoridade. Fora encontrava-se porém, uma força de policia com ordem para não consistir qualquer manifestação de rua (…)" In Porto Desaparecido


“No "Jornal de Notícias", no dia 2 de maio de 1915, foi publicada a notícia da visita de uma das figuras dominantes da primeira República: "Conforme estava annunciado, chegou no rápido da madrugada a esta cidade, o snr. dr. Affonso Costa, chefe do Partido Democrático Portuguez (…). Depois de trocados ligeiros comprimentos, todos tomaram logar em vários automóveis, que para esse fim para ali haviam seguido, vindo depois para esta cidade e hospedando-se os viajantes no Grande Hotel do Porto. D'ali seguiu após alguns minutos, com os amigos que o acompanhavam para o restaurante Lisbonense. (…) O snr. dr. Affonso Costa ao contrario do que se havia dito não vae a Braga, ficando no Porto e assistindo ao comício promovido pela vereação municipal demittida (…). Á noite, pelas 9 horas e meia, assistirá ao Centro Democrático á conferência de propaganda elleitoral que alli realisa (…). O snr. dr. Affonso Costa (…), realisa amanhã, segunda feira, pelas 2 horas da tarde, no Theatro Nacional, á Rua Elias Garcia, uma conferência de propaganda eleitoral, retirando, talvez, na tarde d'esse dia para Lisboa."

Visita do Presidente da República ao Porto – 1916 


Homenagem à República – feito por A Zinquelyto Meneses Costa & Martins – Rua de Miraflôr, 35 a 45 Porto – 1910/1919


Rua do Campo Alegre e a Junta de Freguesia de Massarelos – 1940 – ficamos muito surpreendidos com esta foto, pois julgávamos que a rua fosse mais larga e habitada.


Movimento de Unidade Democrática (MUD) – Teatro Carlos Alberto – 1945 


Formado após o final da II Guerra Mundial, em 8 de Outubro de 1945, com a autorização do governo, o MUD era herdeiro do anterior MUNAF. 
O MUD foi criado para reorganizar a oposição, prepará-la para as eleições e proporcionar um debate público em torno da questão eleitoral. Conseguiu em pouco tempo grande adesão popular (principalmente entre intelectuais e profissionais liberais) e começou a tornar-se uma ameaça para o regime. 
Salazar ilegalizou-o em Janeiro de 1948, sob o pretexto de que tinha fortes ligações ao PCP. Apesar de tudo, viria ainda a apoiar a candidatura presidencial do general Norton de Matos, em 1949.


Mocidade Portuguesa – Liceu Alexandre Herculano – 1940


Desfile da Mocidade Portuguesa na Avenida dos Aliados – 1945


Desfile de 1960 – grupo do Colégio Almeida Garrett com o número 9 na bandeira

A Organização Nacional Mocidade Portuguesa foi uma organização juvenil do Estado Novo criada em 1936 e inspirada em organizações congéneres da Itália fascista e da Alemanha nazi. Pretendia abranger toda a juventude e atribuía-se, como fins, «estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do caráter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares». A ela deveriam pertencer, obrigatoriamente, todos os jovens dos 7 aos 14 anos. 
A secção feminina pretendia cultivar «a previdência, o trabalho coletivo, o gosto da vida doméstica e as várias formas do espírito social próprias do sexo, orientando para o cabal desempenho da missão da mulher na família, no meio a que pertence e na vida do Estado». 
A Mocidade Portuguesa foi extinta após o 25 de Abril de 1974.




Manifestação do 1º de Maio de 1974 – Avenida dos Aliados

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