6.12 - Real e Imperial Chapelaria a Vapor de Costa Braga & Filhos
“A firma Costa Braga & Filhos, Lda. engloba em si uma história de 140 anos. Muitas pessoas, das mais variadas idades passaram por esta casa, tendo chegado a trabalhar nela gerações de famílias. É que falar da história desta firma, obriga a recuar até meados do século XVIII. (ou MELHOR, SÉCULO XIX).
Com efeito, foi em 1866 que surgiu na Rua Firmeza, no Porto, no edifício hoje ocupado pela Escola de Artes e Ofícios Soares dos Reis, a fábrica então denominada “Real e Imperial Chapelaria a Vapor de Costa Braga & Filhos”, só mais tarde se conjugando loja e fabrico nas actuais instalações da Rua 31 de Janeiro.
Quatro vezes ao ano publicava um catálogo, em forma de revista – “A Moda”, definida pelo Diário Popular – Lisboa, a propósito do número 5 de A Moda, em 1884, como sendo “uma publicação trimensal, elegante, distincta, que sob bella forma nos dá, com algum artigo interessante àcerca das relações do estado com a indústria nacional, uma estampa de figurinos em phototipa”.
A Moda demonstra o elevado grau de prestígio industrial desta firma.
Nessa publicação constavam então artigos de opinião; referências aos clientes mais importante como a Casa Real – “os chapéus que ultimamente vieram para Sua Alteza o Sereníssimo Senhor Infante D. Affonso, estão bons, tanto na medida como no feitio e qualidade” (nº 5 d’A Moda) – bem como cartas de agradecimento de alguns clientes – “Acuso a recepção (...) relativa a um caixote contendo três chapéus que v... me fazem a honra de offerecer-me, e que gostoso acceito como uma recordação da perfeição dos seus artefactos, que de certo rivalizam com os melhores do mesmo género de Londres e Paris (...) – Luiz de Quillinan, Lisboa, 27 de Dezembro de 1883”.
De facto, este reconhecimento público da qualidade empresarial e industrial desta firma, mereceu-lhe a atribuição da Comenda de Mérito Industrial – Labor, que ainda hoje, orgulhosamente, ostenta.
Importa igualmente relembrar
os anos em que trabalhava com as ex-colónias, para as quais fabricava e exportava o chamado chapéu colonial. Também a farda era aqui confeccionada por medida.
É pois grande, a responsabilidade dos actuais proprietários, na defesa e continuidade do prestigio desta casa, granjeado ao longo de gerações. E esse espírito de prossecução na qualidade e seriedade, continua sempre presente, quer na garantia oferecida pelos seus produtos, quer nas relações com o mundo empresarial que a rodeia”. In site desta empresa
A Moda demonstra o elevado grau de prestígio industrial desta firma.
Nessa publicação constavam então artigos de opinião; referências aos clientes mais importante como a Casa Real – “os chapéus que ultimamente vieram para Sua Alteza o Sereníssimo Senhor Infante D. Affonso, estão bons, tanto na medida como no feitio e qualidade” (nº 5 d’A Moda) – bem como cartas de agradecimento de alguns clientes – “Acuso a recepção (...) relativa a um caixote contendo três chapéus que v... me fazem a honra de offerecer-me, e que gostoso acceito como uma recordação da perfeição dos seus artefactos, que de certo rivalizam com os melhores do mesmo género de Londres e Paris (...) – Luiz de Quillinan, Lisboa, 27 de Dezembro de 1883”.
De facto, este reconhecimento público da qualidade empresarial e industrial desta firma, mereceu-lhe a atribuição da Comenda de Mérito Industrial – Labor, que ainda hoje, orgulhosamente, ostenta.
Importa igualmente relembrar
os anos em que trabalhava com as ex-colónias, para as quais fabricava e exportava o chamado chapéu colonial. Também a farda era aqui confeccionada por medida.
É pois grande, a responsabilidade dos actuais proprietários, na defesa e continuidade do prestigio desta casa, granjeado ao longo de gerações. E esse espírito de prossecução na qualidade e seriedade, continua sempre presente, quer na garantia oferecida pelos seus produtos, quer nas relações com o mundo empresarial que a rodeia”. In site desta empresa
Meu pai cantava uma música que terá sido composta pelos operários desta empresa numa homenagem ao seu fundador e que tinha a seguinte letra:
Francisco José da Costa Braga. pum, prrum
Nosso amigo e protector, pum, prrum
Mandou fazer uma fábrica
De chapelari’á vapor
Chap, chap, chap, chap,
Chapelari’á vapor (bis)
E a vapor, e a vapor, e a vapor.
Para ouvir clique abaixo:
Bonés de bombeiros
Militares
Bonés de GNR
Bonés de polícias
Todos estes bonés eram de fabrico da Costa Braga
Outros tipos de chapéus:
Chapéu Fedora
Modelo 4TD – Museu de Chapelaria – S. João da Madeira
Cartola - site Fábrica de Chapéus
Chapéu de Coco
“Antigamente era assim, como hoje dizemos que, “me mostre os sapatos de um homem e lhes direi como ele é”, antigamente esse expoente da qualidade masculina era o chapéu. Ele indicava o status social e até mesmo o tipo de personalidade. O chapéu era adquirido e guardado de forma minuciosa, cada um para uma certa ocasião e para um tipo de roupa. Havia quem comprasse combinando com a mesma cor do terno.
Chapéus coco para os tradicionais, chapéus de palha para os tipos esportivos, aba curta, os mais usuais e abas largas para os mais inseguros, nunca se sabe quando pode chover. Para o trabalho no tempo, tecidos leves e palha trançada com aberturas para o ar. Cada tipo indicava alguma particularidade de seu dono.
Não importava o material, sempre elegantes, desfilavam imponentes em nossas ruas, nos cafés e em todas as casas havia, indiscutivelmente, um porta-chapéus ou um cabideiro a beira da porta de entrada. Sendo uma questão de etiqueta e uma delicadeza oferecer um local de descanso para tão digno aparato.
Mas eles sumiram, a moda acabou ou simplesmente se tornaram obsoletos. Existem diversas explicações para a decadência do chapéu. As contínuas recessões do século XX, as grifes famosas começaram a investir em outros acessórios com mais praticidade. Tempos modernos, a pressão diária conduz a pessoa a ter menos tempo em se arrumar e preferir roupas mais simples.
Um marco para o fim do chapéu foi nos Estados Unidos, a eleição de John F. Kennedy como presidente, um homem que se deixava fotografar sem chapéu, apesar dos protestos das Associações de Chapeleiros do seu país. O presidente de uma dessas, enviava a John Kennedy todo os novos modelos que sua fábrica produzia, na esperança de que o jovem presidente americano fosse usar algum. Como o mesmo não acontecia, ele chegou ao cúmulo de suplicar:
- Use um chapéu, qualquer chapéu, mas use um pelo menos!
Fato que realmente não viria a ocorrer e ironicamente o presidente acabaria por morrer com um tiro na cabeça. Não digo que um chapéu o protegeria do projetil, mas que iria pelo menos, atrapalhar a mira de Lee Oswald, isso iria.
De lá para cá, em diversos países, houve a decadência do comércio e a falência da sua indústria. No Brasil, os grandes fabricantes de origem europeia, como o Ramenzoni em São Paulo (capital) e a Cury (Campinas) resistem com a abertura de novos nichos como os jovens sertanejos. A Cury bem que tentou uma sacada de marketing que infelizmente não se pode concluir da maneira esperada. O herói de cinema, Indiana Jones, utiliza no filme, um chapéu Cury que era até mesmo um complemento do personagem, pois tinha até mesmo a história de como ele ganhou o chapéu e mostrava como ele o estimava. Mas os estúdios que detinham a marca não aceitaram uma proposta de um contrato de marketing e uma campanha para um chapéu de nome Indiana Jones.
O fato é que hoje, muitos acreditam que tal indumentária seja para pessoas mais velhas e tradicionais que ainda usam. Mas nem esses podem negar que a presença de um homem de chapéu ainda impõe um certo respeito”. Site Angelino Neto.wordpress.com
Fazendo um chapéu de feltro
Olá
ResponderEliminarSempre a aprender....
E eu que pensava que chapéus era S. João da Madeira...
Cumprs
Augusto
Tem toda a razão. Porém, no Porto, além desta grande fábrica houve várias familiares ou de poucos operários.
ResponderEliminarCumprimentos,
Maria José e Rui
Boa noite!
ResponderEliminarAntes do Porto e de S. João da Madeira era BRAGA a terra dos chapeleiros!
Minha mãe nasceu na casa contígua (pelo poente) à da família Costa Braga, na Rua de Santo António / 31 de Janeiro.
A Casa Costa Braga e a Casa "Au Printemps", fundada por minha bisavó, eram contíguas.
Abraço tripeiro!
Alberto Guimarães
Como são consoladoras todas estas memórias!
ResponderEliminarFico muito grata por tudo isto que leio!!!
ResponderEliminarBem hajam
Muito boa noite, como podemos ouvir a música? O link indicado já não está disponível
ResponderEliminarFrancisco da Costa Braga (1831 — 1902) era o mesmo que trabalhava no teatro?
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