8.1.6 – Inundações do rio Douro II - Inundações século XVIII e XIX, Altura das cheias
Num artigo do J.N. de 27 de Dezembro de 2009, Germano Silva recorda alguns pormenores interessantes: “A de Dezembro de 1727 foi a maior do século XVIII. A água subiu a tal ponto que de cima do muro da Ribeira chegava-se com as mãos à água. Foi nesse ano que o Douro galgou a margem esquerda e inundou o mosteiro do Corpus Christi não obstante este ter sido alteado cem anos antes… por causa das cheias. Mas a cheia de maiores proporções, aquela que mais estragos causou e em que as águas atingiram alturas até aí inimagináveis, foi a de 1739.
Foto de 1900
A água atingiu alturas tais que cobriu o cimo do muro da Ribeira e chegou ao até ao altar-mor da capela de Nossa Senhora da Piedade, vulgarmente conhecida por Senhora do Ó, que fica no Largo do Terreirinho. Foi, exactamente há um século, nos começos do Inverno de 1909, que no rio Douro se verificou uma das maiores cheias de sempre. Para se avaliar do que foi o volume dos estragos, causados pela violência da corrente registada no rio, por essa altura, bastará referir que entre vapores de carga, chalupas, iates, patachos, barcos de pesca e de recreio, afundaram-se ou saíram barra fora, desgovernados, por efeitos da enchente, nada mais nada, menos do que quarenta embarcações e mais treze rebocadores.” Já, em tempos, lemos que foram arrastados barcos e uma grande quantidade de destroços até Leixões e alguns mesmo até Vila do Conde.
“O registo histórico refere, em geral, as cheias que se revestiram de carácter "extraordinário", não havendo memória daquelas que, com carácter anual (maior caudal registado), não provocaram prejuizos e, por isso não foram dignas de registo. O critério para a classificação das cheias do Douro em "extraordinárias" ou "normais" está bem definido. Na foz do rio designam-se cheias extraordinárias as cheias que ultrapassam a cota dos + 6,00 m, Z.H., medidos junto à ponte de D. Luis, na margem direita, por serem aquelas que galgam o cais da Ribeira (cota + 5,90 m), embora quando isso sucede, já Miragaia está inundada (+ 4,19 m). Relativamente ao Peso da Régua, são consideradas cheias extraordinárias aquelas que inundam a Avenida João Franco (cota Å 58 m), implicando uma subida do nível do rio de 13 m (caudal Å 6 000 m3/s)”. Faculdade de letras U.P.
INUNDAÇÕES DO RIO DOURO: DADOS HISTÓRICOS E HIDROLÓGICOS
In O Tripeiro – volume 2
Ensaio de salva-vidas – 1880
Lugres depois do ciclone de 5/2/1941
Barcos ancorados no Douro – 1910
Cheia de 1909 – foto Alvão
1909
Agostinho Rebelo da Costa
Cheia de 1860
Fábrica do gás - Lordelo
Ponte D. Maria II – pênsil - foto Frederick Flower
Cheia de 1860 – O Tripeiro – Volume 2
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