8.1.10 – Invasões Francesas - Segunda Invasão, Percurso do exército francês de Chaves ao Porto, Defesa da Ponte de Amarante, General Silveira, Tumultos e assassinatos no Porto antes da entrada de Soult
Percurso do exército francês na segunda invasão
“O general Silveira dividiu a defesa da linha do Tâmega em três sectores cujo comando atribuiu ao Capitão-Mor de Basto (Sector Norte), depois substituído pelo Coronel de Cavalaria Francisco Guedes de Carvalho e Meneses; ao Coronel António da Silveira, irmão do General Silveira (Sector Centro); ao Capitão-Mor de Tuías e Canaveses, António de Serpa Pinto (Sector Sul). Silveira colocou o seu Quartel-general em Padronelo (Ver mapas).
Com este dispositivo, Silveira pretendia impedir que os Franceses se apoderassem de pontes ou vaus que permitissem a passagem das suas tropas para a margem oriental do Tâmega, em especial a Ponte de S. Gonçalo em Amarante porque servia a principal estrada na região. Os franceses fizeram várias tentativas para passar o Tâmega em vários pontos, sem sucesso. No dia 21 de Abril conseguiram desalojar os defensores do Convento de S. Gonçalo. A 23 de Abril foi feita uma tentativa, infrutífera, de lançar uma ponte de cavaletes junto de uma represa a jusante de Amarante.
No dia 2 de Maio, cerca das 04H00, conseguiram fazer explodir quatro barris de pólvora que destruíram em grande parte as defesas da ponte. Este plano tinha sido cuidadosamente preparado pelo capitão Bouchard. Não foi uma operação fácil porque as forças portuguesas tinham colocado um dispositivo que lhes permitiria fazer explodir uma carga de pólvora suficiente para cortar o arco oriental da ponte. Surpreendidas, as tropas portugueses mal tiveram tempo para reagir pois, imediatamente após a explosão, as forças francesas lançaram o ataque, apoderaram-se da ponte, desarmaram o dispositivo preparado para a inutilizar e rapidamente ocuparam toda a vila de Amarante<AZEVEDO, pag. 176 a 181>. As forças portuguesas retiraram em direcção a Vila Real, Mesão Frio e Entre-os-Rios.
Na defesa da Ponte de Amarante, durante os catorze dias de resistência, as forças do general Silveira sofreram 211 mortos e 114 feridos. Entre os mortos contavam-se 7 oficiais.
Cerca 1900
Após a conquista da Ponte de S. Gonçalo e a retirada das forças portuguesas de Amarante e restantes posições da linha do Tâmega, Soult ordenou que a Divisão Delaborde voltasse para o Porto e que Loison, com as restantes forças (7.000 homens), efectuasse acções de reconhecimento por Vila Real e por Peso da Régua com a finalidade de finalmente abrir as linhas de comunicações com Espanha. As forças de Loison foram detidas antes de atingirem a Régua e, ao tomar conhecimento que as forças do general Silveira ameaçavam cortar a sua ligação com Amarante, aquele general resolveu retirar para aquela vila por forma a manter a posse da ponte de S. Gonçalo.
Escondendo-se por entre as vinhas o povo atacava os franceses com pedras e tudo o que encontrava a ponto de os fazer retirar em desordem durante um almoço.
Nesta retirada, as forças francesas foram perseguidas e flageladas pelas populações e, em resposta, pilhavam e destruíam tudo o que podiam. Além das populações, forças de guerrilha montavam constantes emboscadas e, no dia 12 de Maio, antes de entrar em Amarante, nas proximidades de Vila Chã, foram novamente envolvidos num renhido combate com as forças do general Silveira. O combate foi interrompido à noite e Loison, receando a aproximação das forças do exército anglo-luso que marchava para Norte, retirou por Amarante e dirigiu-se para Guimarães. Na manhã do dia 13, tendo verificado que os Franceses tinham abandonado Amarante, as forças portuguesas ocuparam novamente esta vila”. In Wikipédia
Entrada dos franceses pelo Norte a caminho do Porto – em Amarante
http://ensina.rtp.pt/artigo/a-segunda-invasao-francesa/
General Soult
Objectivos e aspectos estratégicos da invasão de Soult – Francisco Ribeiro da Silva
Entrada do exército francês no Porto em 29/3/1809 – desenho de R. Westall – gravura de T. Fielding
Casa das Sereias
Artur de Magalhães Basto em O Tripeiro, Série V, Ano X
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