8.1.10 – Invasões Francesas - Segunda Invasão IV - Mapa das defesas dos franceses, General Arthur Wellesly, Proclamação de Wellesly, Exército anglo-luso atravessa o Douro, Fuga dos franceses para a Galiza, Doentes franceses deixados no Porto, Senhor de Matosinhos
Como acima referimos, os franceses destruíram a Ponte das Barcas em 12 de Maio de 1809, com receio de que o exército anglo-luso invadisse o Porto, atravessando-a. A linha verde, neste mapa, indica a linha de defesa de Soult à volta do Porto, com vigias intervaladas de 25 metros. Ia da Foz do Douro e, passando por Aldoar, Monte Pedral e Aguardente (Praça. Marquês de Pombal), terminava na zona do Seminário (Colégio dos Órfãos).
A vermelho está indicado o trajecto de Murray e o local onde os anglo-lusos atravessaram o Douro, perto do Freixo, donde não eram avistados pelas tropas francesas sediadas no Porto.
General Arthur Wellesly – Duque de Welligton
Seminário visto da Ponte Maria Pia
Medalha Comemorativa da travessia do Douro
Anverso – Arthur of Wellington
Reverso – Passage of the Douro – 1809
Rio Douro representado por um velho de barbas
Na noite de 11 para 12 de Maio, os portugueses apoderam-se de quatro barcos rabelo que estavam na margem norte em poder dos franceses. Transportaram os barcos para a margem sul, onde os britânicos entram a bordo, atravessando assim o rio às primeiras horas da manhã, sob o comando de Hill. Não foram imediatamente identificados pelos franceses, que os tomaram por tropas suas aliadas, dando tempo a que os ingleses transportassem homens e material, reforçando a sua testa-de-ponte a Norte do Douro. Identificados como inimigos, os franceses marcham sobre os ingleses, mas estes contaram com o apoio da artilharia que se encontrava na Serra do Pilar, entretanto abandonada pelos franceses, e que disparava contra as forças francesas, por cima das posições britânicas.
Com o ataque, os residentes da cidade começaram a transportar militares de sul para norte e ao mesmo tempo, a brigada de Murray começara a atravessar o rio mais a montante, preparando-se para atacar também o flanco esquerdo das defesas francesas. Com a passagem do rio por parte das forças de Wellesley, os franceses consideraram que estavam em desvantagem táctica e Soult dá ordem para os franceses retirarem do Porto. As forças aliadas sofreram 150 baixas contra 600 dos franceses, a que se juntam mais 1500 feridos que foram abandonados nos hospitais da cidade.
Fuga dos franceses – 1809 – legenda “Fugida de Soult da cidade do Porto, Welleslei persegue o exercito francez; o qual na fugida que faz, abandona a sua artilharia; centos de francezes se entregão prizioneiros ao exercito portuguez”
História de Portugal de Artur de Magalhães Basto
In As populações a Norte do Douro e os franceses em 1808 e 1809 – Carlos Azeredo
O paisagista francês Le Notre qualificou esta vergonhosa fuga de "GLORIOSA RETIRADA"
“Como quer que seja, com ou sem culpas do Duque da Dalmácia (para Le Noble, Soult, como dissemos, não merece senão elogios), a verdade é que o Marechal teve que retirar precipitadamente do Porto, não sem antes destruir tudo o que pudesse atrasar a marcha (incluindo o produto de saques e património valioso roubado aos portugueses durante a campanha), optando por romper pelo Vale do Sousa e reunindo os corpos do seu exército lá mais adiante nos altos de Guimarães, seguindo por Póvoa de Lanhoso, Salamonde, Misarela, Peneda, atingindo terras da Galiza em 19 de Maio. A decisão de avançar para Lugo teve em conta informações sobre a localização do general Ney e o cerco que naquela cidade padecia uma guarnição francesa”. Prof. Francisco Ribeiro da Silva
Apesar de tantos sofrimentos e tragédias que os portuenses passaram…os doentes franceses, abandonados por Soult…
“Senhor de Matosinhos que Vos dignastes excluir já três vezes do Nosso Pais o Inimigo declarado da nossa felicidade, sêde Nosso Amigo sempre contra este Perseguidor astuto do Gênero humano: fazei ver mil vezes a todo o mundo que só Vós sois o Senhor dos exescitos, e das Victorias, para glória do Vosso Poder, e benefício dos Portugueses, que tem sido objecto particular das Vossas Misericordias.”
Os generais franceses Quesnel (1808) e Soult (1809) foram visitar o Senhor de Matosinhos para mostrar ao povo do Porto a sua boa vontade e não violência… diremos melhor, para fazer a sua promoção na esperança de apaziguar e conquistar a confiança do povo.
Em 1813 o Príncipe Regente D. João premiou o Porto com uma alteração no seu brasão, “pela Honra, Valor e Fidelidade” nos pavorosos tempos das Invasões Francesas, “acrescentando-lhe, sobre cada uma das duas torres, um braço armado sustentando um a bandeira das armas reais e o outro uma espada enramada de loiros”
Esta pedra encontra-se no Museu Soares dos Reis e pertenceu a uma fonte que existiu na Praça da Batalha.
Invasões Francesas – Vídeo – A Alma e a Gente – José Hermano Saraiva – 4-10-2010
A Invasão de Soult e A Reconquista de Chaves aos Franceses. Uma análise operacional.
https://www.revistamilitar.pt/artigopdf/509
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