terça-feira, 12 de novembro de 2013

DIVERTIMENTO DOS PORTUENSES - XXI

3.5.8 - Foz do Douro e praias - IX


Regata ao largo da praia de Matosinhos – ao centro o iate Amélia - 1900



Praia de Matosinhos – Agosto de 1913 – Banheiro Alberto Pinguinhas


Veraneantes na Praia de Matosinhos – Ilustração Portuguesa – 1/9/1913



Foto de Francisco Mota

V Circuito Internacional, I Grande Prémio do Porto, 1954 – vencedor Luigi Villoresi, nº. 1, seguido de Castelloti, número 2, ambos em Lancia. Vêem-se as praias Internacional e da Circunvalação. Ao fundo a refinaria de açúcar Angola e os tanques da Sacor.


Refinaria de Açúcar Angola,Lda.


“No Porto, entre o Castelo do Queijo e o Parque da Cidade encontra-se um grande edifício em ruína que não passa despercebido a quem ali passa. As suas particulares características arquitectónicas fazem com que a sua imagem fique facilmente guardada na memória dos transeuntes: sem cobertura, destacam-se ainda grande parte das paredes exteriores e fragmentos das caixilharias que nos permitem ter noção do aspecto que outrora o edifício teria.A licença para a sua construção data de 1904 e contém a assinatura do arquitecto Marques da Silva que aprovou o projecto apresentado pela Companhia Carris de Ferro do Porto para ali levantar uma sub-estação de abastecimento da rede de tracção eléctrica que então se expandia pela cidade.
Nesta altura os modos de vida da população do Porto modificavam-se progressivamente: o centro da cidade deslocara-se da beira rio para a actual Baixa e cada vez mais pessoas procuravam viver nos aldeamentos da periferia, optando pela separação entre os locais de habitação e trabalho. Esta revolução urbana foi acompanhada pela expansão da rede de eléctricos que durante a primeira metade do século XX foi o principal transporte urbano do Porto e periferia. Os eléctricos circulavam através da energia produzida na central termo-eléctrica de Massarelos – hoje adaptada ao Museu do Carro Eléctrico – e de outras subestações, como a subestação Nº. 1 do Castelo do Queijo.
Em 1911 a subestação foi ampliada, tendo-se-lhe acrescentado um corpo de maior área a norte e assim permaneceu durante o seu período de vida útil. A partir de meados do século XX os eléctricos começaram a tornar-se incompatíveis com o crescente tráfego automóvel e em 1974 a sub-estação foi desactivada. Na década de 90 este edifício albergou ainda o colégio Luso-Internacional do Porto, como o comprovam as siglas CLIP na fachada principal. Após o encerramento destas instalações do colégio a sub-estação n.º 1 do Castelo do Queijo tem-se vindo a degradar até ao estado em que hoje se encontra”. In PPorto dos Museus
Já lá vão quase 40 anos e o triste destino deste edifício continua por definir. Já se pensou fazer a Kasa da Praia, mas o projecto não foi aprovado. Qual será o futuro destas ruínas?


“O edifício do serviço de Transportes Colectivos do Porto (STCP) que serviu, ate 1974, como subestação de electricidade abastecedora de carros eléctricos, vai ser recuperado para albergar o Futuro CLIP Colégio Luso Internacional do Porto O velho e degradado edifício do STCP fica na Esplanada Rio de Janeiro junto ao Castelo do Queijo) e foi emprestado há dias á Fundação Luso-Internacional, a entidade responsável pela Escola Internacional do Norte. No protocolo que consignou o empréstimo ficou assente que o imóvel deverá ser libertado pela Escola mediante pré-aviso feito com um ano de antecedência relativamente ao início da concretização do projecto para a zona envolvente do futuro parque da cidade, dado que o projecto para a zona envolvente do futuro parque ainda não começou a ser elaborado, e também dado que não está ainda prevista qualquer data para que tal começo aconteça - o que dependerá da conclusão do projecto do parque (bastante atrasada) - prevê-se que a ocupação do edifício do STCP pela Escola ocorrerá durante vários anos. O estado de conservação em que se encontram as futuras instalações da Escola Internacional do Norte retrata-se, de forma sintética, assim: fachadas e interiores em profunda decadência, designadamente a placa (em madeira destruída), as portas e a caixilharia (arrombadas), os vidros, louças de cozinha e sanitários (tudo quebrado)”. In O Comércio do Porto – 23/8/1988,


A Norte deste terreno existiu, ainda nos recordámos bem, uma seca de bacalhau.


O Sea Life Oceanário do Porto é muito mais do que de uma simples colecção de aquários...São aproximadamente 5.800 criaturas marinhas e de água doce de cerca de 100 espécies diferentes, desde cavalos-marinhos a tubarões, raias, polvos, peixes-palhaço entre muitos outros. Os visitantes conseguem ter uma perspectiva muito próxima das criaturas marinhas e seus habitats, já que as barreiras são reduzidas ao limite mínimo necessário para sua segurança e preservação.O aquário do oceano é o tanque principal e tem uma capacidade de 500 mil litros de água, mede 10 metros de altura, 9 de largura e tem mais de 6 metros de profundidade. Situado no Parque da Cidade, o Sea Life conta também com uma esplanada exterior com uma vista privilegiada sobre o Oceano Atlântico.




O Sea Life abriu ao público em 15/6/2009 na zona ocidental do Parque da Cidade. Fomos visita-lo com alguns netos e foi, sem dúvida, uma das tardes mais divertidas que vivemos pelas sua interjeições, admirações, e alegria que lhes vimos.

Sea Life - vídeos 






29/1/1975

“Vindo do meu e acabado de sair do carro eléctrico da linha 1, quando, pelas 12,45h, deparei com um petroleiro descomunal assistido por 4 rebocadores da APDL e sempre a navegar para terra, afim de realizar a rotação para atracar ao posto A do terminal de petroleiros, situado no quebra-mar do porto de Leixões. Achei estranha aquela manobra, não só pelo enorme deslocamento e calado de navio, mas também porque olhando para a restinga da praia, a maré ainda era muito baixa, e além disso o navio estava a aproximar-se demasiado da pedra submersa denominada “Esfarrapada” e também dos destroços do vapor grego Virgínia, 100m/2.350gt, ali afundado desde 24/11/1928… Pensando, disse comigo “ou estarei a errar ou aquele petroleiro indo mais à terra, vai bater no fundo ou vai encalhar. Queira Deus que esteja errado”. Porém, nem por sonhos perspectivava a tragédia que daí a pouco iria ocorrer… junto à praia deparei com um cenário dantesco, e através do binóculo, vislumbrava-se parte da tripulação no castelo da proa, que parecia demorar em abandonar aquele inferno, jamais visto na costa portuguesa, e os rebocadores da APDL arriscando, tentavam resgata-los, até que lá começaram a abandonar aquele braseiro, que poucos minutos depois estendera-se por todo o convés, consumindo todas aquelas 88.000 toneladas de carga, ficando apenas a proa à vista, onde se via a bandeira Portuguesa içada no respectivo mastro e que por muitos dias teimosamente continuava… Note-se que o Jakob Maersk era de 261,8m de comprimento fora a fora. Cerca das 15h00, uma forte explosão a meia-nau, alquebrara o Jakok Maersk junto do castelo da proa e a meia-nau, quando a popa já se encontrava partida… A fumarada negra chegara aos céus de Ponte da Barca e parece que alcançou o Cantábrico. A fuligem e o odor ao crude queimado, mesmo passados alguns dias, eram insuportáveis. As águas do rio Douro junto da ponte D. Luis estavam manchadas de crude queimado. As praias da costa estavam impregnadas de crude, felizmente queimado, caso assim não fosse, o desastre ecológico e ambiental seria terrível. Uma enormíssima quantidade de aves marinhas apareciam mortas. Pessoas houveram que tiveram de deixar as suas casas no litoral e deslocarem-se para o interior. Outras foram assistidas nos hospitais, devido a intoxicação. Parece que o navio ao tentar safar-se da pedra, ou pelos seus próprios meios ou puxado pelos rebocadores, originou fricção no seu fundo, resultando daí inflamação nos seus tanques de combustível, seguido de explosão e incêndio”. Testemunho de Rui Amaro. 
Descíamos a Avenida da Boavista e, perto do Pinheiro Manso, vimos uma grande nuvem de fumo preto a Poente, o que nos fez desconfiar que algo de muito grave estaria a acontecer. Avançámos até ao Castelo do Queijo, mas a quantidade de automóveis e pessoas era de tal ordem que não podíamos ver claramente o que se passava. Da varanda da casa de um familiar assistimos, então, ao incêndio e explosão do navio. Eram imagens violentas e um intenso cheiro de que hoje muito bem nos recordámos.

Incêndio do Jakob Maersk - vídeo



Anémona – Janet Echelman


Blog Surf Porto


Esta praia é hoje em dia muito usada para a prática do surf, desporto muito na moda. Conheço estrangeiros, que estando no Porto a estudar, preferem viver perto do mar para irem diariamente pratica-lo.

Cinemateca Portuguesa – Porto e Foz 1913 



Avenida D. Pedro IV – há já muitos anos que se pretende rasgar uma larga avenida que ligue a Avenida da Boavista, perto da Praça Gonçalves Zarco, à Praça do Império. Destinava-se-lhe o nome de Via Nun’Alvares, mas este foi mudado, em 2012, para Avenida D. Pedro IV. Já se fez concurso (será o último?) que foi aprovado pela C.M.P. e entregue ao projecto do Arquitecto António Marques. Está previsto fazer passar por lá o Metro, seguir para o Campo Alegre e ligar a S. Bento. Até hoje nada foi feito e não nos parece que tão cedo vejamos o começo das obras. No passado verão fizemos o percurso desde a Praça do Império até à Avenida da Boavista e verificámos que existem talhões e campos cultivados, muros em ruína, grandes árvores. Ainda é um pequeno território meio selvagem que dá gosto conhecer e apreciar.

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