quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

DIVERTIMENTOS DOS PORTUENSES - XLIV

3.5.18 - Clubes desportivos - III

Clube Fluvial Portuense


“Numa época em que o desporto, na região Norte, era praticado somente por jovens Ingleses residentes no Porto, e que o Remo era a modalidade de eleição, um grupo de portuenses decide organizar uma regata a 20 de Julho de 1875.
Esta primeira experiência, em que participaram os escaleres: Diana, Elegante, Tamisa, Nelson, Douro, Garrett, Diu, Gladiador e Mariposa, foi o ponto de partida para um caminho de entusiasmo sem volta. A 25 de Maio de 1876 foi realizada outra regata. Após a sua realização, entre os seus promotores surgiu a ideia de fundar uma colectividade desportiva dedicada às modalidades de Remo, Natação, e Vela.
Surgia, assim, o Clube Fluvial Portuense a 4 de Novembro de 1876, na Rua Cimo do Muro da Ribeira. Trata-se da colectividade desportista mais antiga da cidade do Porto, da região norte e a terceira de todo o País.
O Fluvial nasce, cresce e torna-se glorioso a partir do Rio Douro, pela organização de regatas, cortejos fluviais, travessias a nado, jogos de Pólo Aquático e assistência nos socorros a náufragos.
O mérito do Clube Fluvial Portuense foi reconhecido por sucessivos Governos que lhe concederam as várias medalhas de Mérito Desportivo e, recentemente, por ocasião das celebrações do 125.º aniversário, o Colar de Honra ao Mérito Desportivo, mais alta condecoração atribuída pelo Governo Português no âmbito do associativismo desportivo.
Reconhecido como uma das mais dedicadas associações de Remo o Fluvial Portuense desde sempre demonstrou ser um Clube ecléctico, tendo implementado, ao longo dos seus 126 anos de existência, secções de diversificadas modalidades desportivas: Boxe, Luta, Pesos e Halteres, Pólo Aquático, Futebol, Basquetebol, Bilhar, Andebol de 11, Tiro Reduzido, Voleibol, Ginástica, Pesca Desportiva, Actividades Subaquáticas, Montanhismo, Ténis, Tiro com Arco.
Em 1881, o Rei D. Luís concede ao Clube Fluvial Portuense o título de “Real”.
Desde 1931 que o Fluvial é reconhecido como instituição de utilidade pública, conforme despacho publicado no Diário do Governo, IIª Série, de 2 de Janeiro de 1931”. Site do Clube Fluvial Portuense
Este clube foi fundado no Botequim do Amaro, no muro da Ribeira, pelos entusiastas do remo David José de Pinho e proprietário do botequim José Pereira de Santo Amaro, onde se manteve durante dois anos, passando para a Travessa de S. João, 13 - 2º andar.


“Em 6/8/1921 o Fluvial convida a Associação e o Clube Naval de Lisboa, vencedores do último campeonato de Portugal de Remo, a tomarem parte na próxima disputa, em provas a realizar no Rio Douro, da Taça “Labor et Veritas”… convite que, aliás, representava um repto aos referidos campeões, os quais, no citado campeonato, haviam corrido em barcos que, pela sua leveza, lhes davam absoluta vantagem sobre as representações portuenses do Sport Clube do Porto e do Fluvial, visto os organizadores do referido campeonato terem fornecido a estas – obrigando as duas a protestar com indignação contra a deslealdade e o Fluvial a desistir das provas, - os mais pesados e ronceiros barcos que encontravam”. O Tripeiro, Série VI, Ano XI



Shell de 8


Mais tarde foi construído o posto náutico do C. F. Portuense que foi destruído por derrocada do prédio vizinho, em 22/8/1932. Com ajuda de vários clubes e federações foi construída uma nova sede, festivamente inaugurada em 14/11/1948.


Troféus



A C.M.P. cedeu a preço simbólico 7.000 m2. de terreno para a construção da piscina na zona do Ouro.




Remo – vencedores de Shell 8 em 2011

Clube Fluvial Portuense - história 


Sport Club do Porto


Uma dissidência entre sócios do C. Fluvial Portuense deu origem à criação do Sport Clube do Porto.
“O Sport Club do Porto, fundado em 30 de Junho de 1904 completou 109 anos de existência. Os seus fundadores foram José Marques Barbosa e José Meirelles, ambos inseridos na modalidade de Remo. Os seus estatutos expressam: “ O Sport Club do Porto, visando o engrandecimento do desporto, tem por objectivo: promover a cultura física dos seus associados; desenvolver entre eles a prática dos desportos em qualquer modalidade, com total obediência ao ideal olímpico e amador; fomentar a acção social, recreativa e cultural dos seus sócios.” É seu lema “MENS SANA IN CORPORE SANO” sobrelevando a prática desportiva aos resultados das competições. Sempre dentro de um integral e intransigente amadorismo, nunca praticando desportos de “bilheteira” e sem qualquer espécie de profissionalismo, dedicou-se já a mais de 30 modalidades entre as quais se destacou a nível nacional e internacional em: remo, ginástica, atletismo, vela, andebol, tiro, hóquei em campo, hipismo, natação, automobilismo, halterofilismo, karaté, ténis e esgrima”. Site do S. C. Porto.


Regata em 1908


Tripulação vencedora da Taça de Lisboa – 1916 ?


Em 1924 realizou-se o primeiro sarau de ginástica do Sport que foram seguidos de outros sempre muito concorridos. Esgotavam as bilheteiras e, se o recinto fosse maior mais bilhete venderiam. 


Na foto pode ver-se uma aula de ginástica em que estão presentes o meu pai (1) e meu tio Carlos (2), em 1926, com 19 e 21 anos respectivamente. Nos anos 60 e 70 também os nossos filhos frequentaram este clube em ginástica e natação.


Nos anos 30, teve este clube um atleta de excepção, referente ao qual, muito amavelmente, seu filho nos enviou uma biografia de que retiramos alguns dos seus muitos sucessos desportivos:

“António Alexandre Sarsfield Rodrigues, nasceu em Leça da Palmeira, em 27.10.1905. Faleceu a 17.7.1994. Atleta Olímpico, Campeão Nacional de 100 metros durante 32 anos. Director de Sport Club do Porto, foi distinguido como Sócio de Mérito do Sport Club do Porto; (1931) Prémio de Honra do Sport Club do Porto; (1932); Sócio de mérito da Associação Portuense de Atletismo; (1976); Medalha de Mérito Desportivo por portaria do Ministério de Estado, 6.8.1982. (D.R. II serie-IV 180 folha 16132)
Em 1926 bateu o recorde nacional dos 100 metros, no mesmo ano conquistou o título de campeão nacional de seniores e ajudou o seu clube a alcançar o título de campeão nacional da estafeta 4x100 metros. Em cinco anos conquistou nove títulos de campeão nacional, e foi recordista em várias provas – 100, 200, 4x100 metros.
Depois de haver sido seleccionado para as representações atléticas do Porto e do País, viu satisfeita a ambição máxima de um praticante do atletismo: - tomar parte nos Jogos Olímpicos, tendo ido aos jogos de Los Angeles, em 1932.
Ao Primeiro de Janeiro recorda LOS ANGELES 1932 e a atribulada viagem de 16 dias….De Lisboa a Paris, de comboio; de Paris ao Havre, de comboio; do Havre a Nova Yorque, de barco; de Nova Yorque a Los Angeles, de comboio, mas passando por S. Luis, fronteira do México, todo o estado do Texas, deserto do Arizona e por fim Los Angeles. Jamais esquecerei os momentos de rara satisfação que vivi em Los Angeles com um acto deslumbrante e o cortejo da Aldeia Olímpica até ao Memorial Coliseum, uma autêntica marcha solene e triunfante da aprumada juventude dos cinco continentes, desfilando garbosamente por ruas pejadas de incontáveis milhares de pessoas que aplaudiam sem desfalecimento os atletas de todas as raças que estavam em Los Angeles.
1929 – Record Nacional de Júnior de 80 metros em 9”; Campeão Nacional de 100 metros; Campeão Nacional de 4X100
1930 – Campeão Nacional de 4X100
1931 – Campeão Nacional de 100 e 200 metros
1932 – Record Nacional de 100 metros em 10,6 (10,3/5) e 200 metros em 22,3/5; Campeão Nacional de 100 metros; Campeão Nacional de 200 metros
1933 – Campeão Nacional de 100 metros; Campeão Nacional de 200 metros
Como já dito o recorde Nacional de Seniores homologado em 1932 era de 10,3/5 (10,6) nos 100 metros., e nos 4X100 numa equipa mista em 1931 num festival de “os Sports”, fizeram 44,3/5 batendo o recorde (A. Sarsfield, José A. Carvalhosa, Mário Porto e José Maria Santos)”.


Sport Clube do Porto – distribuição de prémios de tiro – 1933


Vela – prova de Optimist - Leixões




Fundado em 1945 o Centro Hípico do Sport tem as suas instalações na Rua Silva Porto, 201. Sendo o único Centro Hípico existente no Porto, cabe-lhe a função de ensinar a jovens a partir dos 7 anos a arte de cavalgar. Para tal conta com a colaboração permanente de professores qualificados.
O Centro Hípico possui 2 picadeiros cobertos, um deles olímpico e um campo de saltos com medidas olímpicas. Para além do ensino, o Centro Hípico organiza todos os anos, desde 1950, diversos concursos de saltos que contam sempre com os melhores cavaleiros do ranking nacional.


Ginástica acrobática


Tem ainda outras actividades desportivas indicadas no mapa.

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