3.5.18 - Clubes desportivos - IV
Sporting Clube Vasco da Gama
O Sporting Clube Vasco da Gama foi fundado em 1920 no Bairro do Herculano. Dedicou-se ao Basquetebol tendo sido 3 vezes campeão nacional de seniores e 6 ou mais de juniores.
Foi, nos anos 40/50 do século passado um clube muito popular, arrastando muita gente aos seu jogos. Vimo-lo em vários locais, mas sobretudo no Parque das Camélias, ainda ao ar livre. Também aí assistimos a “terríveis” exibições de luta livre "catch as catch can", onde muito gritávamos e ríamos. Estamos convictos que muito estava já combinado antes das lutas.
Antiga entrada do Parque das Camélias
Campeões Nacionais de basquetebol 1940/41 - ao centro encontra-se o fundador e jornalista Alves Teixeira, director do jornal O Norte Desportivo - foto J. Portojo
“A rua Alexandre Herculano, que parte da Batalha em direcção às Fontaínhas antes de atravessar a Duque de Loulé, tinha o Parque das Camélias onde mesmo sem flores havia um campo de “basketball” do clube Vasco da Gama…
… que para além da prática deste desporto eram organizados torneios de boxe e luta livre americana onde os “tripeiros” se deliciavam a ver este género de espectáculos. Luta que não era combinada entre os lutadores mas “porrada”, de criar bicho, a sério. Que me lembre de nomes dos lutadores havia o Dom Pipas, o Barrigana (irmão do famoso Frederico Barrigana guarda redes do Porto e depois do Sagueiros) e o “Tigre de Alfara”. Durante os torneios de “pancadaria” o parque das Camélias ficava completamente cheio. A assistência, generosa, por norma não aceitava as incorreções dentro das regras do jogo. E, para estes, pesarosos quando viam o Dom Pipas (homem baixo) a “enfardar” como um bombo de festa que saltava e levantava-se no ring como um boneco teimoso. Depois havia o clássico Barrigana de golpes correctos e o mau e o feio do ring era o “Tigre de Alfara”. Lutador de maus fígados e cruéis instintos, dava urros no ringue e mordia a torto e a direito, sem escolher partes, o corpo do colega de luta. A plateia chamava-lhe nomes feios e gritava: “deixa lá o rapaz ó “insurra”!” Numa luta o “Tigre de Alfara” não gostou dos insultos e, salta do ringue para fora e, por mais incrível que pareça uma boa centena de tripeiros deitam a fugir pela túnel, de saída debaixo da “Garagem da Batalha”, em direcção à Herculano. Mais tarde o Parque das Camélias abriu uma sala de cinema, com preços de vinte cinco tostões a geral e a três e quinhentos a plateia. Na parte de tarde a “canalha” tripeira juntava-se à entrada para ir ver os filmes do “Bucha e Estica”, do “Tarzan” e as “coboiadas” e as fitas do “espadachim” Errol Flyn” produzidas em Hollywood. Os filmes começam a tornar-se populares e, voltam uma droga, entre a juventude tripeira. Um dos atingidos, pelo vício, fui eu e que durante a semana estava lá caído pelo menos em duas matinés. O desenvolvimento do filme era depois tratado em conversas de miudagem na rua e nos bairros onde viviam. As balas nunca mais terminavam nos tambores dos revólveres dos actores e o principal chamado, na gíria, o “artista” que como era óbvio o bom da fita que matava índios a murro e a tiro e jamais caía do cavalo ou morria. Quando um catraio não tinha um tostão, sequer, para a sessão, lá conseguia, dos outros as cinco coroas (uma coroa cinco tostões) para o bilhete.” Em Porto Tripeiro.
Nessa altura ainda se falava muito no maior boxer de Portugal, o José Santa Camarão. Nasceu em Ovar, passou muitos anos no Brasil e nos Estados Unidos, onde casou. Era um atleta de excepção, mas com um carácter muito bondoso. Teve uma carreira muito victoriosa naqueles países e na Europa, em especial na Alemanha.
Em 1930 entrou no filme Amor e Ringue com Max Schmeling -Vídeo
https://www.youtube.com/results?search_query=SANTA%20CAMAR%C3%83O%20AMOR%20E%20RINGUE&sm=12
Club Sportivo Nun'Álvares
Piscina do Club Sportivo Nun´Álvares no Carvalhido.
Piscina do Carvalhido – Foto André Moura
O atleta João Costa do F. C. Porto - 1922
O CSNA fundado em 1915, e com o Estatuto de Instituição de Utilidade Pública.Tem neste momento a funcionar várias modalidades e as suas instalações são compostas por 4 cortes de ténis um ringue em relva sintética 3 ginásios 2 squash,6 balneários,Bar/Restaurante, secretaria e edifício administrativo.
Fotos
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=_1xqC6ThCww
Ramaldense Futebol Clube
Existe uma divergência de datas quanto à fundação do Ramaldense F. C. :
Em O Tripeiro, Série VI, Ano XI lê-se que em 10/8/1921, “tendo como primeiros directores António Bastos, Joaquim Ferreira Canastra, Alberto Silva Moreira e Filipe Carqueja, anuncia-se também a fundação do Ramaldense Futebol Clube, nova colectividade com sede na Rua Igreja de Ramalde”.
Porém, no site oficial do clube informa-se que “Fundado a 5 de Abril de 1922 por Silva Neves, Santos Oleiro, Alberto Araújo, Cunhas e irmãos Grilo…”. Quem souber que explique!
Jogava no campo Alberto Araújo, na Rua do Pinheiro Manso, desde 1939, até que o proprietário do campo lhe pôs uma acção de despejo que ganhou. Depois de muitas e graves dificuldades, treina e joga actualmente o campo do Inatel.
Jogos com o F. C. do Porto e o Lousada
Em 1954/55 ganhou o primeiro título de Campeão Nacional de Hóquei em Campo. Foi nesta modalidade que se distinguiu, pois até ao ano 2006/2007 venceu 33 vezes este campeonato.
Entre 1979 e 1986 ganhou 8 títulos seguidos e foi 7 vezes campeão entre 1969 e 1975.
Poucos serão os clubes nacionais que podem apresentar um tão rico e victorioso palmarés.
Jogos com o F. C. do Porto e o Lousada
Em 1954/55 ganhou o primeiro título de Campeão Nacional de
Hóquei em Campo. Foi nesta modalidade que se distinguiu, pois até ao ano
2006/2007 venceu 33 vezes este campeonato.
Entre 1979 e 1986 ganhou 8 títulos seguidos e foi 7 vezes
campeão entre 1969 e 1975.
Ramaldense campeões em 2006/7 - vídeo
Pelas suas escolas passaram dois conhecidos personagens; Humberto Coelho, que o Benfica comprou por 65.000$00, e…
…André Vilas Boas, que ocupou o lugar de guarda-redes suplente. Porém, já nessa altura, preferia analisar os jogos e os jogadores do que jogar. Chamavam-lhe o “cenourimha”.
Estrela e Vigorosa Sport
“Da fusão do “Estrela Sport Club” e o “Vigorosa Sport Club” surge, em Abril de 1924, o Clube Estrela e Vigorosa Sport, que desde logo se afirmou no panorama desportivo da cidade do Porto mercê do cunho pioneiro que imprimia às suas actividades. O Clube das Cavadas, como também é conhecido, dada a localização do seu parque de jogos na Quinta das Cavadas, na zona das Antas, iniciou as suas actividades desportivas dedicando-se ao Futebol, modalidade desportiva mais popular. Foi um dos clubes fundadores das Associações do Porto de Andebol, Basquetebol, Voleibol e Ténis, e o primeiro clube a ter um campo de jogos próprio para a prática do Basquetebol e o primeiro a ter um ringue de Patinagem. Em consequência, nas épocas seguintes o E.V.S. somou um considerável número de triunfos desportivos.
No ano de 1933 o E.V.S. abandona definitivamente a prática do futebol. Em 1935 desfilia-se das diferentes Associações Desportivas e passa a promover um desporto com um carácter mais selectivo e restrito aos seus associados.
A Ginástica Infantil, Hóquei em Campo, Atletismo e Tiro foram outras modalidades que nestes primeiros anos de actividade atingiram alguma notoriedade dentro do clube, permitindo à sociedade de então uma prática desportiva diversificada. Ainda, em Dezembro desse ano é anunciada a construção de um campo de Hóquei Patins, o primeiro da cidade, concluído no ano seguinte.
Reconhecido como Instituição de Utilidade Pública desde 10/08/84, o Estrela e Vigorosa Sport conta com um valioso património, em títulos e distinções várias, mantendo em plena actividade as secções de Andebol, Automobilismo, Campismo, Desporto Adaptado, Escola de Desporto (Centro de Habilitação e Orientação Desportiva), Ginástica (Acrobática, Educativa, Formativa, Manutenção, Aeróbica, Dança Jazz e de Salão, Ballet, Karaté), Hóquei em Patins, Patinagem, Ténis e Pólo Aquático Feminino”. Site do clube.
Medalha comemorativa dos 85 anos
Sporting Vermelho Rompe e Rasga
Em O Porto de 1900, Arnaldo Leite escreve : “Os rapazes de hoje (1951) não podem fazer ideia do que eram os desportos de há 50 anos. Havia clubes aguerridos e façanhudos, grupos antagonistas, intransigentes e facciosos que se defrontavam todos os domingos, terminando muitas vezes os desafios no meio de enorme pancadaria, com berros, apitos, prisões e umas pranchadas da guarda para acalmar os ânimos febris e entusiastas. Nós pertencíamos ao “Sporting Vermelho Rompe e Rasga” e tínhamos como principal inimigo, o “Desportivo Azul Fia-te Nisso”. Da nossa parte havia muitos clubes simpatizantes, entre eles, “O Sempre Para a Frente”, o “Botabaixo” e o “Bacalhau a Patacos”, este último um dos mais populares e o que contava o maior número de adeptos. O nosso adversário tinha, igualmente, vários clubes amigos que defendiam as mesmas cores, como o “Não-Te-Rales”, o “Come e Dorme”, o “Deixa Correr” etc”.
“O Lawn tennis foi introduzido em Portugal, no Porto, por Oswald Crawfurd, que foi muitos anos cônsul de Inglaterra nesta cidade, e que também tentou introduzir o Polo. Jogou-se na primeira vez na Quinta da Veiga, onde hoje estão os surdos-mudos, aproximadamente no ano de 1874.
A s corridas de cavalos também principiaram em Portugal, no Porto, em Matosinhos em 1871, promovidas pelo Oporto Hunt Club, que nesse tempo existia.
Cinemateca Portuguesa - Concurso Hípico de 1912
A patinagem foi introduzida no Porto por um grupo de rapazes ingleses aí por 1876. Começou na nave central do Palácio de Cristal. O futebol foi introduzido pelo Oporto Cricket Club, há muitos anos”. In O Tripeiro, Volume 3 , 20/8/1910
Arnaldo Leite diz-nos que em 1900 os colégios formavam os alunos em ginástica livre, aplicada nas argolas, barras e paralelas. Ensinavam ainda esgrima que era um desporto praticado só pela aristocracia.
Na natação havia as grandes “piscinas” do Rio Douro e do Atlântico. Mas eram muitos os jóvens que atravessavam facilmente o Douro. O remo, a equitação e o ciclismo eram outros desportos muito praticados, sendo este último o mais popular. Não esqueceu a tauromaquia, sobre a qual já escrevemos.
Em 1917 assistiu-se a um raro espectáculo realizado pelos Puertolanos, pai e filho, em que este trepou à Torre dos Clérigos perante uma multidão entusiasmada. Meu pai, que tinha 10 anos, contava-me que se lembrava nunca ter visto tanta gente em grande algazarra, comprimindo-se a ponto do meu avô ter de pegar nele ao colo.
Um chá nas nuvens – Raúl Caldevila
Hoje em dia levam corda...
https://www.youtube.com/watch?v=lYC47k8yQPU
Em Janeiro de 2007 foi espalhada neve na Rua de 31 de Janeiro para que os portuenses pudessem esquiar.
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