quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

VÍVERES QUE ANUALMENTE SE GASTAM NA CIDADE - III

3.8 - Consumo de peixe - I



Valboeiros e saveiros no areínho de Gaia 


Pesca do Sável – Areínho – anos 10 do séc. XX


No século XVIII as peixeiras só podiam aprovisionar-se junto dos barcos dos pescadores duas horas depois de estes chegarem, pois nesse espaço de tempo os particulares compravam-lhes directamente por preços mais altos que os pagos pelas vendedeiras. Estas tinham bancas em vários lugares que eram reservados e cuja ocupação era paga ao senado logo no mês de Janeiro. Todas as regateiras dos géneros que tinham que pesar eram obrigadas a dependurar as balanças, e não era permitido segurarem-nas nas mãos pelo engano que poderia resultar aos compradores. A multa era de 2.000 reis.


Mercado do Peixe - Inaugurado em 1/3/1874
Ao lado do Mercado do Peixe encontra-se a Roda dos Expostos – à direita o hospital de Santo António e a chaminé das caldeiras. À esquerda vê-se o Palácio dos Carrancas, já Palácio Real e atrás deste o quartel.


Mercado do peixe em dia de grande movimento e Igreja de S. José das Taipas. 


Interior - 1908


1908


Mercado do peixe – Foto Alvão – Neste local existiram os antigos celeiros da cidade que foram desactivados e lá se instalou o quartel da Companhia de Infantaria e a cavalaria da Guarda Real da Polícia, destruídos por um incêndio em 19/3/1832. O mercado foi construído por ordem do Presidente da Câmara Francisco Pinto Bessa e inaugurado em 8/3/1874. 
“Inaugurado em 1874, no sítio dos celeiros públicos de velha data. É um difício cómodo, elegante, sólido e mesmo pomposo, em quatro pavimentos, bem ornados de portadas e janelas colunatas e terraços, que deitam para a rua ocidental do jardim da Cordoaria…


Criada de servir



...animação entre os frequentadores que pela diversidade de trajes e maneiras apresentavam aos olhos do curioso os tipos característicos da gente da cidade e suas vizinhanças, desde a vendedeira de largas ramagens no lenço, cujas pontas vão à copa do chapéu, até à criada de avental rufado em pregas e lenço caído nos ombros em ar de xaile, com um nó sobre o peito; desde a peixeira de Valadares, Crestuma ou Avintes, com o seu chapéu de alto bordo, o lenço garrido, cruzado sobre o peito, mangas arregaçadas e saia de grande roda, até à mulher da Maia ou de S. Cosme, com as orelhas e o pescoço a regurgitarem de arrecadas em arco, grossos e pesados trancelins, corações desmedidos, tudo em oiro rendado e finíssimo, e o cabelo muito bem caído sobre os ombros”. O Tripeiro, Volume 3.


1958




Martins Barata - partida da armada para Ceuta

O mercado foi destruído em 1952, para dar lugar ao actual Palácio da Justiça, inaugurado em 28 de Outubro de 1961, com projecto de autoria do Arq. Rodrigues Lima.


Do lado Norte da Cordoaria, perto da Cadeia da Relação, havia muitas vendedeiras a fazer concorrência ao Mercado do Anjo - 1930






Ribeira – vendedeiras de peixe - anos 50


Fim de feira na Ribeira – 1958 – as condições de falta de higiene mantiveram-se, pelo menos, até aos anos 60.


Peixeira – blogue Dias Que Voam



Venda de peixe na Afurada


Pregões do Bolhão
https://www.youtube.com/watch?v=sX8ilwTDKxg

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