sexta-feira, 4 de julho de 2014

OUTRAS IGREJAS DO PORTO - II

3.11.7 - Igreja da Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos


A – área da Colegiada de Cedofeita – Massarelos estaria na zona esquerda, junto ao rio.

O curato de Massarelos esteve sob a jurisdição da Colegiada de Cedofeita desde 1148, quando D. Afonso Henriques lho doou, juntamente com o seu amplo couto de Cedofeita. 
Existiu uma pequena capela fundada por mareantes em 1394. No terceiro quartel do séc. XVI a referida capela foi transformada em Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem continuou a pertencer à Colegiada de Cedofeita dado ainda não ser freguesia. 


Trecho das Memórias Paroquiais de 1758

O curato era um pequeno território com um pastor permanente que tinha a obrigação de ministrar os sacramentos aos fieis. Só passou a paróquia em 1862.


Esta Igreja ficava na rua do mesmo nome, junto da Rua do Gólgota.


Extractos das memórias Paroquiais de 1758


A Capela do Corpo Santo foi construída em 1394, junto do cais das pedras, por promessa de navegantes que escaparam a um naufrágio quando vinham de Londres. Foi nessa capela que nasceu a Confraria do Corpo Santo, que desempenhava funções muito importantes, desde a defesa da costa dos ataques dos piratas argelinos a seguros marítimos. Tinha barcos próprios e recebia grandes proventos dos seus negócios e doações. Quando Filipe II organizou a Invencível Armada confiscou-lhe os dois melhores barcos. As tripulações queimaram as velas e a bandeira de Espanha. O cais passou,a partir daí, a chamar-se Cais dos Insurrectos.
Em 1776 a capela foi muito aumentada, tendo permanecido a anterior como capela-mor. Em 1789 a freguesia passou a integrar a cidade do Porto, juntamente com Cedofeita.
Em 1868 a Igreja Paroquial passou para a Capela do Corpo Santo de Massarelos, pois a anterior estava em ruínas. 
No nicho encontra-se a imagem do seu orago de S. Pedro Gonçalves Telmo, mais conhecido por S. Telmo.




Igreja do Corpo Santo de Massarelos – vista virada ao rio Douro


Retábulo – foto de António Sardinha


Altar da Senhora das Dores em tempo de quaresma – foto de E. Rocha


Foto de António Sardinha


Foto de António Sardinha


Cerimónia de entronização de irmãos da Confraria


Procissão do Corpo de Deus


Memória ao Senhor dos Navegantes – séc. XVIII – reconstruída em princípios do séc. XX – foto Jorge Portojo.


Senhor dos Aflitos na Rua do Cristelo – In blog Descobrir o Porto

Restauro de pinturas em Massarelos

Germano Silva fala sobre Massarelos 

Igreja de Massarelos - Vídeo 




A paróquia de Massarelos passou a ter a sua sede na Igreja do Santíssimo Sacramento, nos anos 30 dp séc. XX.

A Paróquia do Santíssimo Sacramento foi criada por provisão de D. António Barbosa Leão, Bispo do Porto, de 31 de Agosto de 1927 com início de funcionamento paroquial a 15 de Setembro de 1927.
O seu primeiro Pároco foi Monsenhor António Augusto da Fonseca Soares (de 1927 a 1976) a quem sucedeu o actual pároco, Monsenhor José Pereira Soares Jorge.
Teve um primeiro projecto, mas este foi abandonado por falta de verbas, tendo sido apenas construída a capela-mor. Em 1931 os arquitectos Korrodi retomaram o projecto, observando-o com olhos diferentes, mais de acordo com as novas modas arquitectónicas dos anos 30. O corpo da igreja foi inaugurado em 15 de Maio de 1938, sendo que a grande novidade estava no tratamento das paredes laterais, rasgadas com enormes janelas guarnecidas de vitrais de Ricardo Leone. A capela-mor da igreja foi ainda enriquecida com um retábulo de madeira, inaugurado em 13 de Agosto de 1939.


Igreja do Bom Jesus de Gaia


Sobre esta capela, não existem dados seguros, e os que se conhecem são contraditórios. Contudo, existem vestígios romanos comprovados, provavelmente até de ali terem existido umas termas em tempos remotos.
O templo possui fundações muito antigas, da alta Idade Média, e sofreu grandes alterações e ampliações ao longo dos tempos Terá sido a sede episcopal dos Suevos, anterior à do Porto, e fundada por S. Basílio, uma figura lendária. Durante muitos anos teve lugar uma procissão das gentes do Porto encabeçada pelo Cabido da Sé, comemorativa daquele facto.
Dentro da capela existe uma imagem de Santa Liberata, uma mártir do século II, cuja lenda está conotada com Gaia.
A igreja compõe-se de dois corpos simples, a que estão adoçadas a sacristia a sul e a torre sineira a norte. O corpo principal é separado da capela-mor pelo arco triunfal, provavelmente refeito no séc. XIX.


Santa Liberata

Há diferentes opiniões sobre a vida de Santa Liberata já que há autores que discordam sobre o lugar do seu nascimento, martírio e local das relíquias. Além disso haverá duas datas, 18/1 e 20/7, em que se celebra esta santa. Serão duas santas com o mesmo nome?
Ocupemo-nos da história da que terá sido martirizada no Porto ou em Gaia.
Filha do régulo Lúcio Caio Atílio e de Calcia Lúcia, nasceu em terras lusitanas, hoje Galiza ou Minho, tendo tido 8 irmãs gémeas. 
Todas terão aderido à Fé Cristã e por esse facto mandadas executar pelo pai que era pagão.
Conta-se que seu pai pretendia casar Liberata com um rei pagão, que por ela se apaixonara pela sua beleza. Tendo feito voto de virgindade, recusou. Pediu a Deus a graça de a tornar muito feia no intuito de ser rejeitada pelo futuro noivo. Da noite para o dia cresceu-lhe a barba e o bigode.
Tendo assim acontecido, foi condenada à crucificação, no ano de 139, castigo imposto pela sua aparência masculina. Terá sido a única mulher crucificada que que há notícia.
As gémeas de Santa Liberata eram: Santa Marinha, Santa Victória, Santa Genebra, Santa Eufémia, Santa Marciana, Santa Basília, Santa Genoveva e Santa Quitéria.

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