sábado, 24 de outubro de 2015

RIO DOURO - XVII

6.1.17 - Rio douro, Ribeira


Manoel de Oliveira trabalhando, na ribeira, no filme Aniki Bobo – 1942



Com 104 anos


1937

Manoel Cândido Pinto de Oliveira (Porto, Cedofeita, 11 de Dezembro de 1908 – Porto, Foz, 2 de Abril de 2015) foi um cineasta português e era, à data da sua morte, o mais velho realizador do mundo em actividade e o mais velho de sempre com a mais longa carreira da história do cinema com uns notáveis 88 anos ao serviço do cinema. Foi autor de trinta e duas longas-metragens. Manoel de Oliveira nasceu na freguesia de Cedofeita na cidade do Porto no seio de uma família da alta burguesia nortenha, com origens na pequena fidalguia. Foi registado como Manoel, mas a revisão ortográfica da I República mudou-lhe a grafia do nome para Manuel. Voltou a assinar Manoel no final dos anos 70.
É filho de Francisco José de Oliveira (Mosteiro, Vieira do Minho, 1865 - ?), industrial e primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal, e de sua mulher Cândida Ferreira Pinto (Santo Ildefonso, Porto, 13 de Abril de 1875 - Porto, 2 de Julho de 1947). Os seus pais casaram-se na freguesia de Lordelo do Ouro, na cidade do Porto. Tinha dois meios-irmãos, de uma relação do pai anterior ao casamento.
Ainda jovem foi para A Guarda, na Galiza, onde frequentou um colégio de jesuítas. Admite ter sido sempre mau aluno. Dedicou-se ao atletismo, tendo sido campeão nacional de salto à vara e atleta do Sport Club do Porto, um clube de elite. Ainda antes dos filmes veio o automobilismo e a vida boémia. Eram habituais as tertúlias no Café Diana, na Póvoa de Varzim, com os amigos José Régio, Agustina Bessa-Luís, Luís Amaro de Oliveira, João Marques e outros. Cedo se interessou pelo cinema, o que o levaria a frequentar a escola do cineasta italiano Rino Lupo, quando este se radicou no Porto.
Manoel de Oliveira faleceu na madrugada do dia 2 de Abril de 2015 às 11:30, vítima de parada cardíaca. Era considerado o realizador mais velho em actividade.

Jornal Público
http://www.publico.pt/manoel-de-oliveira

Douro, faina fluvial - Manoel de Oliveira
http://www.dailymotion.com/video/x22ml40_douro-faina-fluvial-manoel-de-oliveira-versao-1994_shortfilms

Porto 1956 – Manoel de Oliveira



Que gozo! - foto Teófilo Rego – anos 60?


1960


1965


1965




Cesteiros na Rua da Lada


Largo da Lada - 1900


Arco da Ribeira – princípio séc. XX


1950 - note-se a guarita da Guarda Fiscal


1960


Venda de vestuário usado


1939


1942


1950


1960


1960


1960



1960


Anos 60


Foto Emanuel Ramoa de Castro – 1962


Venda de melões - 1970


Castanheira


Castanheira no Rua da Baínharia




Traseiras das bancas - 1990



O Ascensor da Ribeira do Porto - texto e fotos de:
"António Vasconcelos, Especialista em Transportes e Vias de Comunicação (Ordem dos Engenheiros)
O Ascensor da Ribeira do Porto, também usualmente designado por “Elevador da Lada”, marca indelevelmente a paisagem da Ribeira. 
A sua inauguração aconteceu no dia 13 de Abril de 1994, com a presença do então Presidente da Republica, Dr. Mário Soares, do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Fernando Gomes, do Vereador do Urbanismo, Arq. Gomes Fernandes e de outras altas individualidades, numa festiva cerimónia, incluída na Presidência Aberta, dedicada ao Ambiente. Nessa ocasião, o Dr. Mário Soares foi a primeira pessoa a entrar no elevador da Lada e depois subiu intrepidamente até ao varandim da casa da máquina.
Projectado pelo Arquitecto Antonio Moura, a construção do elevador da Lada inseriu-se no plano de reabilitação do Barredo, que se desenrolou durante cerca de 25 anos, ou seja de 1974 a 1999. Este programa designado por CRUARB (Comissariado para a Renovação Urbana da Área Ribeira Barredo), destinou-se a recuperar a degradada zona do Barredo, da cidade do Porto. Já nos anos sessenta o plano Director de Robert Auzelle previa a completa demolição do Barredo para nela serem implantadas áreas verdes, modernos edifícios de habitação e parques para automóveis, obrigando os seus humildes e pobres habitantes a serem deslocados para outras zonas da cidade. 
O plano inicial do CRUARB foi baseado num estudo prévio do Arq. Fernando Távora. A sua concretização foi da responsabilidade de vários arquitetos, um dos quais o primeiro Comissário, o Arq. Jorge Gigante. No CRUARB colaboraram outros prestigiados Arquitectos, entre os quais salientamos António Moura, Paula Silva, Manuel Furtado Mendonça, Alberto Marcos, entre outros.
Hoje pode considerar-se a recuperação do Barredo um exemplo notável de intervenção urbanística, dando lugar a uma zona turística por excelência com habitação social, esplanadas, restaurantes tipicos, hotéis, miradouros, tudo enquadrado por uma magnífica paisagem em frente ao rio Douro e muito visível de Vila Nova de Gaia. Registe-se que a Classificação pela Unesco, em 1996, do Centro Histórico do Porto, como Património Mundial da Humanidade não teria sido possível sem o trabalho de recuperação urbana da Ribeira, realizada pelo programa CRUARB.
Com a construção do “Elevador da Lada” pretendeu-se facilitar o acesso à zona central do Barredo, utilizando meios mecânicos. A solução escolhida foi um elevador vertical panorâmico, funcionando no interior de uma torre metálica reticulada aberta, com 33,9 m de altura, seguida de um passadiço metálico aberto com piso de madeira e cobertura metálica, com 20 m de comprimento. A entrada faz-se pela Rua dos Arcos da Ribeira, n.º 66, junto às “Alminhas da Ponte”.
Importa destacar que a torre está embutida, num prédio de habitação social, ao longo de 14 metros. Assim, a primeira parte da viagem faz-se no escuro e subitamente entra a luz pela cabina totalmente envidraçada com uma vista soberba sobre a ponte Luís I, o Mosteiro da Serra do Pilar e a ribeira de Vila Nova de Gaia. Também o seu passadiço é um local privilegiado para se avistar uma grandiosa e pitoresca paisagem sobre a Ribeira e o rio Douro, muito apreciada pelos turistas. A casa da máquina situa-se na parte superior da torre, com acesso por uma íngreme escada exterior, sendo dotada de um varandim. Uma das particularidades deste elevador é o facto de contrapeso ter uma suspensão diferencial, ou seja com apenas metade do curso. Deste modo, este componente não é visível do exterior, dado que se movimenta na parte embutida do elevador. 
Esta solução arquitectónica obrigou a complexas e custosas soluções técnicas, pois contrariamente a outros casos idênticos, tais como o elevador do Mercado de Coimbra e o elevador de Santa Justa, em Lisboa, que funcionam no interior de torres fechadas, o “Elevador da Lada” funciona numa torre aberta. 
As vantagens são um menor impacto visual, menor exposição ao vento e uma similitude com a estrutura da ponte Luís I. 
As desvantagens são uma grande exposição as intempéries, que obrigaram a complexas soluções técnicas e cuidados na conservação, que mesmo assim não evitam alguma degradação dos equipamentos. O que determinou que esta instalação sofresse já varias importantes obras de conservação, chegando mesmo a estar imobilizada de 2008 e 2010.
O “Elevador da Lada” dá acesso a vários equipamentos urbanos, tais como a um centro de apoio do RSI (Rendimento Social de Inserção), ao Centro Social do Barredo e à sede da Associação Nacional de Treinadores de Futebol. 
Actualmente a viagem é gratuita, estando o elevador aberto de segunda a sexta, das 8:00 as 20:00. Lamentavelmente está encerrado aos sábados e domingos. 
Características técnicas mais importantes do elevador da Lada
- Dono da Obra- C. M. do Porto
- Inauguração - 13 de Abril de 1994 
- Fabricante - Efacec Elevadores, SA
- Remodelado em 2004 pela empresa Schindler Ascensores, S. A 
- Actual empresa responsável pela manutenção - Schmitt- Elevadores, Lda
- Curso – 26,8m, 2 pisos
- Cabina – capacidade - 1600 kg / 21 pessoas, com 2 acessos a 180º, dotada de portas automáticas telescópicas, com uma abertura de 1100 mm e protegida contras as intempéries 
- Velocidade - 1m/s
- tempo de viagem- 35 segundos
- Potencia do motor – 14kW, 920rpm
- Máquina redutora – tipo Planetária com relação de 42,5:1
- Diâmetro da roda de cabos- 900 mm
- Tipo de accionamento – Variação de velocidade por variação de frequência;
- Cabos de suspensão – 6 x Ø15mm
- Suspensão diferencial do contrapeso – Suspensão 2:1 (curso na metade inferior da caixa), 



O Porto de ontem e de hoje

2 comentários:

  1. Olá
    Cá estão mais encantos e recantos da Ribeira.....
    Obrigado
    Cumprs
    Augusto

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  2. Mais uma vez muito obrigado. Esperamos que continue a gostar.
    Cumprimentos,
    Maria José e Rui Cunha

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