quarta-feira, 1 de junho de 2016

FAZENDAS QUE VÊEM DO ALTO DOURO - IV

6.9.4 – Fazendas que vêem do Alto Douro - IV


Quinta da Pacheca – foto de Nuno Esperanço

António Luís Pinto da Costa, na sua obra «Alto Douro – terra de vinho e de gente» (Edições Cosmos, Lisboa, 1999), escreve que « (…) Os cascos eram transportados pelas empinadas veredas e calçadas alto-durienses em carros de bois, especialmente concebidos para essa função: o cabeçado era ligeiramente encurvado para cima para não estrangular os animais nas descidas; o chedeiro não tinha soalho, ficando com as travessas à vista para ser mais leve; as chedas, levemente encurvadas para dentro, prologavam-se para além da última travessa do leito, para que nelas pudesse assentar-se, atravessado, um pipo de vinho, o penso dos bois ou o que fosse preciso para a viagem; as rodas, embora de madeira, tinham amplos espaços vazios e reforços de grandes pranchetas de ferro (meias-luas ou seitoiras), para se tornarem leves e resistentes; as molhelhas, feitas de couro e forradas a pano vermelho protegiam a cabeça do animal: o chiadoiro do eixo nas treitoiras insensibilizava o animal que puxava para outros barulhos e, segundo a voz do povo, afastava os lobos e os espíritos maus; ao pé do tesão, havia um espaço vazio, formando uma caixa (tabuleiro) para o boieiro guardar a comida".

Vídeo – Vindimas, produção e transporte do vinho da casa Andresen - 1914 - a ver



Enchendo uma pipa num carro de bois - cerca de 1900

Fotos antigas do Douro – Armando Pimentel Guedes


Amendoeiras em flor



“A DOP (Denominação de Origem Protegida) amêndoas Douro abrange duas pequenas áreas na parte nordeste de Portugal, situada logo ao leste da cidade de Vila Real. Algumas das denominações vizinhas incluem a DOP castanha Padrela para o noroeste, e a DOP castanha Lapa que fica a sudoeste.
Esta área tem um clima temperado, caracterizado por verões quentes e invernos frios. As amêndoas são nativas de regiões secas e áridas, no entanto, as variedades cultivadas nesta área são bem adaptadas a estas condições.
A DOP amêndoas Douro se refere à nozes de inúmero cultivares, alguns dos quais são Parada, Casa Nava, Pesianeia e Duro Italiano. Estas amêndoas têm um teor de gordura de 56 a 68% e um teor de proteína que varia entre 12,3 e 27,6%. Elas são vendidas tanto com ou sem casca”. In eatglobe.pt

Amêndoa do Douro - vídeo


Carregando pipas – foto do Barão de Forrester

Quinta do Vallado – vídeo 


Carregando pipas para a linha do Douro

De Barca d’Alva à Foz – espantoso documentário antigo – a ver 


Oliveira centenária


Varejando a oliveira 

“Nem só de vinho se faz uma terra fértil como o Douro. O azeite é uma importante fonte de rendimento da região, sendo apreciado não só em Portugal, mas também a nível internacional. Com um sabor único e benefícios para a saúde é um dos ingredientes essenciais na gastronomia regional.
Os extensos olivais que se estendem pelos montes e vales durienses, erguendo-se para além dos vinhedos que imperam nos socalcos, são fonte de um dos alimentos mais preciosos da região. O azeite integra a maioria das refeições confeccionadas no Douro, não só os pratos principais, mas também algumas sobremesas.
As oliveiras sepultadas em terras xistosas beneficiam do clima da região, dando origem a azeites consistentes, com cores escuras e aromas intensos, embora os Virgens e Extra Virgens sejam delicados, contendo uma acidez de apenas 0,2 graus. Uma grande parte dos azeites produzidos na região é para consumo próprio, tendo os consumidores particulares o hábito de oferecer azeite, e outras iguarias regionais, a familiares e amigos que os visitem. A colheita da azeitona é feita durante os meses de dezembro e janeiro, estando sujeita a interrupções e adiamentos, devido às condições climáticas adversas, típicas desses meses.
Na “apanha da azeitona” estendem-se toldos em volta do tronco da oliveira, para onde o fruto irá cair. Os homens trepam as oliveiras e com uma vara batem nos ramos das árvores, exercendo uma força suficiente para fazer cair as azeitonas. Após caírem para o toldo, as azeitonas são despejadas em barricas, sendo depois encaminhadas para a erguedeira, máquina que separa o fruto das folhas. As azeitonas são levadas para lagares da região onde o azeite é produzido de forma tradicional. No final deste processo o azeite está pronto para servir à mesa. O azeite deve ser consumido até dois anos após a sua confeção.
O azeite é um alimento que comporta grandes benefícios para a saúde, uma vez que contribui para a redução de lipoproteína de baixa densidade (mau colesterol) no organismo. Como é uma gordura monoinsaturada, o azeite não se transforma em colesterol, quando ingerido, reduzindo o risco de enfartes ou acidentes vasculares cerebrais. Além disso, o azeite reduz a formação de radicais livres que são responsáveis pelo envelhecimento e doenças degenerativas como o cancro.
Para conhecer o Douro devidamente, deve-se explorar a fundo a gastronomia regional, que apesar de ser servida em grandes quantidades é extremamente saudável, devido à utilização de alimentos como o azeite. A Rota do Azeite é uma das formas de facilitar esse conhecimento, pois engloba os doze concelhos, da região do Douro, todos eles grandes produtores de azeite”. In Dourovalley.eu

Apanha da azeitona no Douro Superior
https://www.youtube.com/watch?v=AYnlotd_JxM


Azeite do Douro


A caminho do trabalho...


Leiteira do Douro

2 comentários:

  1. Olá.
    ...nostalgia, é o que as imagens me «provocam»....
    Obrigado
    Cumprs
    Augusto

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  2. Muito obrigado.
    Muitas destas fotos vivi-as eu nos anos 40 e 50, ou mesmo mais.
    Um abraço
    Rui

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