quinta-feira, 4 de julho de 2013

CARÁCTER, GÉNIO E COSTUMES DOS PORTUENSES - IV

3.2 - Carácter, Génio e Costumes dos Portuenses


Nos anos 60 do séc. XIX o Presidente da Câmara, 1º. Conde de Lagoaça, mandou instalar os primeiros urinóis nas esquinas de ruas. Foi motivo de galhofa nas gazetas e no povo, mas a decência triunfou e os sumidouros ficaram e foram multiplicados e sofisticados.


Largo António Calém (Ouro)


Largo Soares dos Reis


Rua de Contumil


Avenida Rodrigues de Freitas

As más instalações sanitárias públicas e privadas, seja nas casas como nas tabernas a isso obrigavam. Ainda hoje se encontram alguns destes exemplares, que esteticamente eram muito variados e alguns bem bonitos. Tinham o inconveniente de serem muito mal cheirosos.





No Passeio Alegre existem uns lindíssimos sanitários do séc. XIX ou inícios do XX 

Vídeo sobre o urinol do Ouro



Bomba de incêndios braçal – séc. XIX

Em 1722 foi inaugurada a Companhia de Incêndios ou Companhia da Bomba. Em acórdão de 17/10/1722 determina-se a eleição de 100 homens para acudirem aos incêndios, que tinham a regalia da isenção do serviço militar. A partir de 1856 começaram a receber soldo.



Caixa de toque de incêndio no Campo Pequeno - Fotos Manuel José Cunha

Em O Tripeiro Série V, Ano V, encontra-se a lista dos toque de sinos indicativo dos locais onde deflagravam incêndios. Ainda se encontram destas caixas em S. Lázaro, S. Lourenço, S. Nicolau e Victória. Foi em 1853 que a Câmara mandou colocar caixas em ferro fundido, com indicação na porta, dos locais e correspondente número de badaladas que indicavam o local de um incêndio. Assim era fácil aos bombeiros e populares saberem onde tinha deflagrado o incêndio. 
Nos anos 60 do séc. XX ainda existiam 6 caixas de toque a incêndio e que estavam nos seguintes locais: Igreja de Nossa Senhora da Esperança em S. Lázaro, Igreja de S. Lourenço, Igreja de S. Nicolau, Igreja de Victória, Lago da Maternidade e Quartel dos Sapadores Bombeiros.



Em 1875 foi criada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, no Pátio do Paraíso da Rua do Bonjardim, depois destruída aquando da abertura da Praça de D. João I. Um dos fundadores foi Guilherme Gomes Fernandes, que pela sua qualidade técnica foi nomeado, em 25/8/1875, Inspector Geral e chefe do Corpo de Salvação Pública.



Carro no Pátio do Paraíso - Rua do Bonjardim


“Nasceu na Baía a 6 de Fevereiro de 1850. Aos 3 anos de idade veio viver para a cidade do Porto e aos 13 partiu para Inglaterra, com o intuito de frequentar os estudos liceais. Com 19 anos, este jovem abastado e culto fixou residência no Porto. Entusiasta do desporto, acumulou diversas vitórias na disciplina de Ginástica. Anos mais tarde, ajudou a fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e do Corpo de Salvação Pública e foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspector de Incêndios do Porto em 1885. De seguida, transferiu-se para a Companhia de Incêndios (designada Corpo de Salvação Pública a partir de 1889 e Batalhão de Sapadores Bombeiros de 1946 em diante), assumindo o cargo de comandante. Guilherme Gomes Fernandes notabilizou-se, entre outras acções, no combate ao trágico incêndio do Teatro Baquet, ocorrido em 1888 e no Concurso Internacional de Bombeiros de 1900, realizado em Vincennes, onde, sob a sua direcção, os bombeiros do Porto alcançaram o 1.º prémio. Desenvolveu, igualmente, actividade empresarial na área do material de combate aos incêndios, mas também no âmbito do jornalismo, tendo criado e dirigido o jornal "O Bombeiro Voluntário", publicado entre 1877 e 1890. O seu contributo para o progresso dos bombeiros do Porto e do país valeu-lhe o tratamento de "Mestre", assim como condecorações nacionais e internacionais de prestígio. Guilherme Gomes Fernandes morreu em Lisboa, no Hospital de S. José, a 31 de Outubro de 1902.” In Universidade do Porto - Seu corpo foi trasladado para o Porto em 1950.


Publicidade ao concurso de Paris (Vincennes)


Notícia, no Blog do Bombeiro, sobre o primeiro prémio do Concurso em Paris, 1900



Corpo de Salvação Pública do Porto – Blog Diário do Bombeiro


1900 - Photo Guedes


Inauguração do busto a Guilherme Gomes Fernandes, em 1/5/1915 – o nome da praça de Santa Teresa passou para o deste ilustre bombeiro.


Busto de Guilherme Gomes Fernandes


Homenagem a G. G. Fernandes – vê-se a chamada casa esqueleto em que os Bombeiros Voluntários faziam os seus treinos.


Casa esqueleto do B. S. Bombeiros

Exercícios em 1927


Quartel dos Bombeiros na Rua de Gonçalo Cristóvão - 1911


Carros de 1911 – Foto Beleza


Ambulância


B. V. do Porto - Autotanque Kelly – 40 CV


No Passeio Alegre existiu um posto dos Bombeiros Voluntários do Porto, de que bem nos lembramos. Muitas vidas foram salvas por estes heróicos voluntários. 

No site do Arquivo Distrital do Porto pode ler-se: "Pouco depois do naufrágio do vapor Porto, ocorrido no ano de 1852, criou-se e regulamentou-se por decreto de 23 de Dezembro do mesmo ano o estabelecimento denominado Salva-vidas, administrado por uma comissão a que presidia o Governador Civil do Porto. É extinta em 13 de Março de 1928 pelo decreto nº 15172, e passa a Instituto de Socorros a Náufragos".  
Porém, no site do Instituto de Socorros a Náufragos a versão é diferente: “Em Fevereiro de 1892 um violento temporal assolou a costa Portuguesa, tirando a vida a 105 dos 900 pescadores que estavam em faina. Perante tal tragédia, e por insistência de S. Majestade a Rainha D. Amélia, foi criado por Carta de Lei de 21/4/1892 o Real Instituto de Socorros a Náufragos, mantendo-se como sua Presidente a sua fundadora, até à implantação da República em 1910, passando a designar-se como Instituto de Socorros a Náufragos (ISN)” 
Já em tempos tínhamos lido a primeira versão referente sobre á designação do Instituto de Socorros a Náufragos. Se algum leitor nos informar qual delas é a verdadeira, muito agradecemos.


Carro para socorros a náufragos


Promoção para a nova casa dos B. V. Porto


“Um burro baptizado com o nome "500" foi protagonistas de duas histórias com final feliz. O burro caiu nas pedras do Cais do Ouro. Eram quase 23.30 horas de anteontem quando saiu do quartel dos Bombeiros Sapadores do Porto uma equipa de mergulhadores rumo ao Cais do Ouro (Lordelo do Ouro) para um resgate sobre as pedras, junto à margem. A vítima: um burro. O resgate foi concluído com sucesso, o burro foi levado para o quartel, onde pernoitou, apenas com as patas esfoladas. O "hóspede" causou sensação foi baptizado pelos bombeiros com o nome "500", correspondente a um número de sapador.” Do blog Falemos Sinceramente

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