terça-feira, 12 de maio de 2015

OUTROS EDIFÍCIOS PÚBLICOS - XIV

4 . 13 – Palácio dos Carrancas e Museu Soares dos Reis - II



Declaração de interesse público do Palácio dos Carrancas


Jardim do Museu Soares dos Reis – 1938 - foto Alvão


Os mesmos reformados


O Museu Portuense de Pinturas e Estampas, mais tarde Museu Nacional de Soares dos Reis, foi o primeiro museu público de arte do país, tendo sido fundado em 1833 sob a égide do liberalismo. Destinou-se a recolher os bens confiscados aos conventos abandonados do Porto e aos extintos de fora do Porto (mosteiros de S. Martinho de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra). O saque decorreu durante a guerra civil que opôs absolutistas e liberais, chefiados pelo regente D. Pedro, duque de Bragança.


Convento de Santo António da Cidade – desenho de Joaquim Vilanova – 1833. Já tratamos deste convento e da Biblioteca Municipal nos lançamentos de 15, 20 e 26/12/2014.

"Com a designação de Museu Portuense de Pinturas e Estampas, instalou-se no Convento de Santo António, na zona oriental da cidade (Jardim de S. Lázaro), sob direcção do pintor João Baptista Ribeiro. Seguia um programa cultural e pedagógico inovador, de apoio aos artistas da Academia Portuense de Belas Artes e divulgação da arte mediante a organização de exposições públicas. Foi confirmado por D. Maria II em 1836, no âmbito das reformas da instrução pública levadas a cabo pelo ministro Passos Manuel.
Em 1839 o acervo do Museu transitou para a direcção da Academia Portuense de Belas-Artes, o que levou a um fortalecimento da relação entre o museu e o ensino artístico no século XIX. O contributo da galeria de S. Lázaro consistia na organização das exposições trienais que tiveram como resultado a reunião de pintura e escultura do Porto oitocentista. Esta colecção forma uma das partes mais consistentes do acervo documentando o retrato, a cena de costumes e a paisagem de influência naturalista. Site do M.N.S.R.


Soares dos Reis, jovem 

“No âmbito das reformas institucionais da República em 1911, com uma política museológica descentralizada e tendente à especialização, inscreve-se a criação do Museu Soares dos Reis, evocativo do primeiro pensionista do Estado em escultura pela Academia Portuense de Belas Artes: António Soares dos Reis, o célebre autor do Desterrado.
Com o Estado Novo valoriza-se a conservação do património e acentua-se o papel do museu como lugar de memória de toda uma nação que se quer forte e coesa. É neste sentido que em 1932 o museu centenário adquire o estatuto de Museu Nacional, o que lhe vai proporcionar a independência face à tutela académica e a expansão patrimonial”. Site MNSR


A instalação no Palácio dos Carrancas em 1940 faz parte do percurso recente do Museu, na altura sob direcção de Vasco Valente. O edifício neoclássico foi adaptado a novas tendências museográficas de iluminação zenital (laminar) e dotado de condições de preservação nas galerias de arte, com recurso a critérios de exibição de ambientes no andar nobre, evocativos de estilos ou épocas.


“Esta fase integra-se no âmbito das Comemorações Nacionais de 1940 cujo programa previa certames de grande exaltação patriótica. A inauguração da exposição A Obra de Soares dos Reis celebrou o início de uma etapa importante na história do museu que situava a cultura do Porto num lugar de relevo”.



“ Em 1942 procedeu-se ao depósito das colecções do extinto Museu Municipal do Porto, com secções muito variadas desde a pintura às artes decorativas passando pela lapidária e a arqueologia conferindo ao museu clássico de Belas-Artes um carácter misto. A última década do século XX, na sequência da criação do Instituto Português de Museus, assinala o projecto de remodelação do Museu Nacional de Soares dos Reis da autoria do arquitecto portuense Fernando Távora.” Do site do M.N.S.R.

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