sexta-feira, 12 de junho de 2015

GOVERNO ECLESIÁSTICO - VI

5 . 1 - Governo Eclesiástico - VI


O texto abaixo tem algumas descrições já acima expostas. Porém, pela sua qualidade e por apresentar pormenores não incluídos anteriormente, entendemos ser de interesse incluí-lo. Tem fotos repetidas, mas a condizer com o texto: 
“A Casa do Cabido (conjunto dos cónegos que, entre outras funções, ajudam o bispo no governo da sua diocese) do Porto foi construída no séc. XVI, ao lado da Catedral, por iniciativa do bispo D. Frei Marcos de Lisboa (1582/91). Alguns séculos antes, os cónegos, segundo os costumes eclesiásticos do tempo, viviam em comunidade com o bispo, num pequeno paço-mosteiro que com ele partilhavam. No tempo do bispo D. Martinho Pires (1186/89) e após as reformas, por ele introduzidas na organização do Cabido, os cónegos portuenses abandonaram a vida comunitária e a observância da regra de Santo Agostinho, passando a viver secularmente. Mais tarde, construíram a sua própria casa, para administração das rendas do Cabido e para as suas próprias reuniões e actividades eclesiásticas.
Em 1708, após o falecimento do bispo D. Frei José de Santa Maria de Saldanha (1697/1708), o Cabido, argumentando que essa casa já não se ajustava às necessidades de então, mandou demoli-la. 
As obras da nova Casa do Cabido só começaram, contudo, em 1717, quando se iniciou um longo período de “sede vacante” na diocese do Porto (1717/41), embora se tenha respeitado o projecto elaborado, em 1709, pelo arquitecto João Pereira dos Santos. Foi conservada, no entanto, parte da antiga casa, sendo apenas demolida alguns anos mais tarde, quando Nicolau Nasoni construiu a escadaria de acesso ao claustro superior da Sé.


O edifício da actual Casa do Cabido é uma construção rectangular anexa ao lado esquerdo da Sé e tem 3 pisos. O primeiro, previsto inicialmente para nele se instalarem os celeiros do Cabido (onde os cónegos guardavam o trigo e o milho que recebiam das suas rendas), divide-se em 4 compartimentos, comunicantes entre si, cobertos de abóbadas de berço. 
O segundo piso tem planta semelhante e com 5 aposentos, cada um com a sua janela de peitoril. Neste piso será instalado o tesouro da Sé.


O terceiro piso é o andar nobre do edifício e tem 3 compartimentos: o antecabido (ao cimo da escadaria que vem do claustro gótico), o cartório e a sala capitular, sem dúvida a melhor divisão da Casa, com rodapés de azulejos representando cenas mundanas e de caça, colocados em 1719/20 por João Neto da Costa. 


Ao centro da parede fronteira às 3 janelas desta sala, há um retábulo dourado, atribuído a Luís Pereira da Costa, no qual se vê a imagem de Cristo crucificado, pintada por Domingos Rocha. O retábulo é flanqueado por duas portas falsas, ornamentais, que, tal como as duas verdadeiras e as janelas, têm ombreiras de lousa e mármore róseo e sanefas de talha.


O tecto da sala do capítulo é de masseira, com caixotões de talha dourada, exibindo pinturas alegóricas, de estilo maneirista, e figuras de santos. Ao centro, um quadro representa o arcanjo S. Miguel esmagando o demónio (emblema simbólico do Cabido). Estas telas foram pintadas pelo italiano Giovanni Battista Paschini.
O cartório conserva nas paredes os azulejos setecentistas, da autoria de António Vital Rifarto, mais recentes que os da sala capitular. Nesta sala, guarda-se uma imagem em madeira, representando o Anjo da Guarda, esculpida em 1725, e que esteve, anteriormente, na nave da Sé, junto ao baptistério. In blogue Amar o Porto.


O Cabido era proprietário de casas, que alugava. Na Rua das Flores existe o sinal correspondente, que era S. Miguel Arcanjo, no número 228.




Antes de 1910


In O Tripeiro, Volume 7



2012



Com D. Manuel Clemente - 2012


Em Massarelos


Ainda nos recordámos de se falar na desobriga. Tratava-se da obrigação de, pela quaresma, os católicos se confessarem e comungarem. Em muitos locais o pároco passava um documento que o comprovava. 


Pelo que se verifica em algumas paróquias ou instituições ainda se realiza esta cerimónia. Actualmente em muitas paróquias existe a Celebração Penitencial onde, livremente, os católicos se reúnem antes da Páscoa e, depois de um tempo de reflexão, se dirigem a um dos sacerdotes presentes para confessarem as suas faltas. No entanto é mais comum cada um se dirigir a um sacerdote em qualquer época do ano.

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