domingo, 10 de janeiro de 2016

RIO DOURO - AFLUENTES V

6.2.5 - Rio Douro - Afluentes V - Rio Corgo - Vila Pouca de Aguiar - Vila Real


O rio Corgo é um dos afluentes do rio Douro. Nasce no concelho de Vila Pouca de Aguiar e desagua junto à cidade do Peso da Régua, na margem direita do rio Douro, passando antes por Vila Real e no concelho de Santa Marta de Penaguião.
Perto de Vila Real recebe como afluente o rio Cabril (que tem nascente na Serra do Alvão), além de outros pequenos rios e ribeiros.
Logo abaixo de Vila Real e ao entrar no concelho de Santa Marta de Penaguião, o Corgo tem nas suas margens as vinhas da Região Demarcada do Douro.
Ainda em Vila Real, o Rio tem dois açudes, um para lazer, o complexo do Codessais, com piscinas e praia fluvial, bares e animação nas noites de Verão, e o segundo, a jusante da cidade, com o nome de Terragido, para aproveitamento hidroeléctrico (produção de energia eléctrica) e tratamento de águas e resíduos urbanos.


"Conhecidas nos primórdios da nacionalidade como as terras de Aguiar de Pena, nome tirado do velho castelo roqueiro com a mesma designação, ou seja da Pena, assente num penedo colossal que seria uma das referências da região, com o nome de Aguiar adivinha-lhe do facto de ser um povoado de águias.
A ocupação humana deste território, remonta à época megalítica, muito anterior à ocupação romana, como testemunham as várias, antas, mamoas, sepulturas e o espólio arqueológico encontrado em vários locais, principalmente na serra do Alvão.
Nos finais do século III a.C. começa a colonização romana do território atualmente português. Posteriormente e até à fundação do reino de Portugal, este território foi sucessivamente ocupado por Suevos, Visigodos e Muçulmanos. Após a criação do Reino, é atribuído o primeiro foral à Terra de Aguiar de Pena pelo Rei D. Sancho I, em 1206.
Em meados do século XIX as reformas administrativas efectuadas ao nível autárquico, deram a atual configuração ao município".




"De acordo com a moderna pesquisa arqueológica, a primitiva ocupação humana desta região remonta à pré-história. À época da Invasão romana da Península Ibérica, os conquistadores foram para aqui atraídos pela presença de minérios de ouro, prata e chumbo. Posteriormente foram sucedidos por Visigodos e por Muçulmanos, estes a partir do século VIII. O castelo foi cabeça da Terra de Aguiar, que posteriormente se constituiu no Concelho de Vila Pouca de Aguiar, tendo o seu nome ligado à Independência de Portugal, quando se acredita que o seu "tenens" fosse partidário de D. Afonso Henriques (1112-1185), de acordo com uma referência na hagiografia medieval de Santa Senhorinha de Basto. Por esse motivo a região foi invadida e o Castelo de Aguiar sitiado por uma força leonesa que pretendia sujeitá-lo ao reino de Leão ou, caso contrário, aprisioná-lo e substituí-lo. Na ocasião, D. Gonçalo Mendes de Sousa, senhor de domínios nas terras de Aguiar e de Panóias, companheiro de armas de D. Afonso Henriques, apressou-se a socorrer as gentes do castelo.
Posteriormente, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), Telões recebeu a sua Carta de Foral (10 de julho de 1255). Nesse período considera-se que a fortificação começava a perder importância, uma vez que a partir de 1258 a população passou a se libertar gradualmente dos encargos de manutenção da daquela defesa.
O castelo sofreu diversas alterações em fins do século XIV".


Ponte de Ola em Bragado sobre o Rio de Avelames

O parecer do IGESPAR expressa e caracteriza devidamente o Monumento, segundo o qual, a ponte da Ola, implantada sobre o rio Avelames, assenta «num único arco de volta perfeita, em cantaria, e em dois amplos olhais, também em arco de volta perfeita de tradição construtiva romana».
A ponte da Ola, que os especialistas admitem que remonte à transição do período medieval para o período moderno, possui «especial importância patrimonial» sendo «uma mais-valia para a cultura nacional». A Zona Especial de Protecção vai assegurar a sua preservação e enquadramento paisagístico.


Espigueiro em V. P. Aguiar


A Ponte de Piscais, sobre o rio Corgo, é uma ponte romana situada a norte da cidade de Vila Real na freguesia de Mouçós. Esta obra fazia parte de uma importante via romana que atravessava toda a península ibérica, como ainda está aberta ao tráfego automóvel tem sofrido vários "atentados" entre os quais o uso do cimento para nivelar os característicos e não nivelados pavimentos romanos - (por terem assim sido construídos e por centenas de anos de uso).
Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1977.


Vila Real – Reconstituição das portas da Villa (segundo os dados históricos) – demolidas em 1873

"A região de Vila Real possui indícios de ter sido habitada desde o paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, revelam a presença romana. Porém com as invasões bárbaras e muçulmanas verifica-se um despovoamento gradual.
Nos finais do século XI, em 1096, o conde D. Henrique atribui foral a Constantim de Panóias, como forma de promover o povoamento da região. Em 1272, como novo incentivo ao povoamento, atribuiu D. Afonso III foral para a fundação — sem sucesso — de uma Vila Real de Panoias, que alguns autores defendem ter sido prevista para um local diferente do actual (provavelmente o lugar da aldeia de Ponte na freguesia de Mouçós). Somente em 1289, por foral do rei D. Dinis, é fundada efectivamente a Vila Real de Panóias, que se tornará a cidade actual. No entanto, ao que parece, já em 1139 se chamava «Vila Rial» ao promontório onde nasceu a Vila Real actual, na altura pertencente à freguesia de Vila Marim.
A localização privilegiada, no cruzamento das estradas Porto-Bragança e Viseu-Chaves, permite um crescimento sustentado. A presença, a partir do século XVII, da Casa dos Marqueses, faz com que muitos nobres da corte também se fixem. Facto comprovado pelas inúmeras pedras-de-armas com os títulos de nobreza dos seus proprietários que ainda hoje se veem na cidade.
Com o aumento da população, Vila Real adquiriu, no século XIX, o estatuto de capital de distrito e, já no século XX, o de capital de província. Em 1922 foi criada a diocese de Vila Real, territorialmente coincidente com o respectivo distrito, por desanexação das de Braga, Lamego e Bragança-Miranda, e em 1925 a localidade foi elevada a cidade.
Conheceu um grande incremento com a criação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986 (embora esse já viesse a acontecer desde 1979, com o Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro, sucessor do Instituto Politécnico de Vila Real, criado em 1973), que contribuiu para o aumento demográfico e revitalização da população".


Vista do Corgo - c. 1900


Casa do Marquês de Vila Real


Antigo Tribunal de Vila Real





Inauguração do Caminho de Ferro da Régua a Vila Real - 12 de Maio de 1906.


Escarpas do Corgo – ponte pedonal e retenção de água.


Vila Real – Rio Corgo


Lavadeiras no Rio Corgo


Plantação de tabaco


Tabaco a secar

Durante alguns anos, sobretudo nos anos de grande crise das vinhas, plantava-se tabaco tipo Burley em Trás-os-Montes. 
 Ainda nos recordamos de ver, em Canelas do Douro, folhas de tabaco, com alguns anos, a secar na eira. Como não era rentável esta cultura desapareceu já no séc. XX.



Câmara Municipal e jardim


Pelourinho


A Casa de Mateus é mandada construir na primeira metade do século XVIII por António José Botelho Mourão, 3º Morgado de Mateus. Substitui-se à casa da família já existente no local em inícios do século XVII. Em 1911 é classificada como Monumento Nacional.
A arquitectura barroca, de gosto italiano, é atribuída a Nicolau Nasoni pela coerência do estilo e semelhança com outras obras de sua autoria. Segundo Robert Smith, especialista na sua obra, o arquitecto terá dedicado à construção da Casa, ou pelo menos à sua fachada central e decoração, os anos entre 1739 a 1743.

Texto sobre a Casa de Mateus

Fotogaleria da Casa de Mateus

Casa de Mateus - vídeo


Ponte sobre o Rio Corgo na Régua

O troço entre a Régua e o Pinhão da Linha do Douro, do qual esta ponte faz parte, foi inaugurado a 1 de Junho de 1880; a inauguração do primeiro troço da Linha do Corgo, que também percorria esta ponte, deu-se a 12 de Maio de 1906. Parece ter uma passagem pedonal quase ao nível da água.


Foz do Rio Corgo, na cidade da Régua.

4 comentários:

  1. Olá
    Mais uma reportagem com paisagens deslumbrantes....
    Isto é o Douro...e as suas gentes...
    Obrigado.
    Cumprs
    Augusto

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mais uma vez muito obrigado pela sua gentileza e persistência na leitura.
      Cumprimentos
      Maria José e Rui

      Eliminar
  2. É maravilhoso como a MARIA JOSÉ e o RUI fazem a divulgação das

    maravilhas de PORTUGAL .BEM HAJAM. Cumprimentos Fernandinha e Carlos Lima Martins

    ResponderEliminar
  3. Muito obrigado pela vossa gentileza.
    É preciso mostrar o que é a nossa querida cidade a todo o mundo, embora seja escrito em português.
    Um grande abraço
    Maria José e Rui

    ResponderEliminar