domingo, 10 de abril de 2016

MAPAS DOS GÉNEROS QUE ENTRARAM NA BARRA - 1782/1784

6.6 – Mapas dos principais géneros que entraram na barra desta cidade  1782/1784


Gravura, de autor desconhecido, da entrada do Rio Douro e Foz, tirada da zona da Afurada – visíveis o Castelo, o farol da Senhora da Luz, Igreja da Foz e a Capela de S. Miguel o Anjo.


James Holland (1799-1870) - Douro. The Bar (1839). Ao fundo a perfeição das nuvens, do mar e do Cabedelo – Castelo e Igreja da Foz – zona da Arrábida com um barco à vela rodeado de pequenos barcos e muita gente nas margens, possivelmente pescadores. Vista da zona jusante de Vila Nova.



A revolução industrial 

Seguem-se 18 páginas com mapas de importações do Brasil e do estrangeiro que, sendo impossível incluí-los, damos um resumo dos mais importantes países e produtos:
Foi da Inglaterra que maior quantidade e valor de géneros foram importados, sendo os têxteis os mais valiosos. 
Seguem-se as 169.437 aduelas de pipas. 
Da Holanda também os têxteis tiveram a primazia, embora em muito menor quantidade que os de Inglaterra, mas também chegaram 64.782 aduelas. Deste país vieram ainda produtos de metal tais como ferro de verguinha, fio de ferro etc. 
Da França importávamos muito menos que dos países acima. 
De Hamburgo vieram mais produtos que da França, sobretudo bretanhas e cavalim (?). 
Outros produtos importados em quantidades importantes foram: 150.000 quintais de bacalhau, 120.000 arráteis (1 arrátel = 0.459 kg.) de manteiga e 57.600 de queijo da Inglaterra; 116.600 queijos da Holanda; 120.200 frascos e 107.980 garrafas de Hamburgo.


Máquina de fiar inventada em 1764 por James Hargreaves.


Do Rio de Janeiro; 98.494 arrobas de açúcar branco, 97.118 arráteis de algodão em rama, 26.893 arrobas de açúcar mascavado e vários tipos de couro e solas. 
Da Baía; 134.812 arrobas de açúcar branco, 93.290 arrobas de açúcar mascavado. 
De Pernambuco; 51.501 arrobas de açúcar branco, 1524 de açúcar mascavado, couros e solas. Importaram-se destas cidades 45.385 quintais de arroz.
A Professora Drª. Laura Mendes escreve: 
“Os engenhos eram as unidades produtivas de açúcar no Brasil colonial, sendo que o termo se refere a toda a área de produção, desde os locais de plantio da cana e produção do açúcar até a casa dos senhores, a capela e a morada dos escravos. Abaixo temos uma ilustração do que seria um engenho típico do período colonial:


A produção do açúcar no litoral da América portuguesa tinha quatro etapas principais:
1ª.etapa) A cana de açúcar era plantada e colhida (no sistema de plantation).
2ª.etapa) A cana era moída até sair todo o seu caldo.
3ª.etapa) O caldo de cana era fervido até alcançar a temperatura certa, sendo "purgado", ou seja, tendo suas impurezas retiradas.
4a.etapa) O caldo era colocado em utensílios de barro (geralmente em forma de cone) com um furo em baixo, para ser lavado e secado, até transformar-se em um bloco de açúcar.
Esses "blocos" de açúcar eram então enviados a Portugal, onde o açúcar ainda seria refinado para ser vendido para outros países europeus.”


Moinho de açúcar movido por bois. Também os havia movidos a água.


Entraram, além de muitas resmas de papel, pipas de azeite etc., 323.082 rasas de sal e 20.060 arrobas de figos. Saíram para Lisboa 153.691 varas (1 = 1,10m.) de pano de linho, 103.000 alqueires de milho, 89.780 varas de estopa, 11.405 arrobas de presunto, 5200 pipas de vinho etc.


“Dom-xe alvíxaras a quéin incontrar estes dous exemplares”



Todas as mercadorias que entravam no Porto pagavam direitos ou portagens. Nesta foto vê-se uma pipa, vinda de Gaia, a ser pesada para ser calculado o valor a pagar.

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