7.4.1 - Defendeu muitas vezes este reino - Muralha Fernandina - descrição ilustrada
A Muralha Fernandina foi iniciada por D. Afonso IV em 1336 e terminada por D. Fernando em 1376. A área da cidade murada era de 44,5 Ha.
“Começando a descrição do seu traçado pelo troço que melhor se preserva, da escarpa dos Guindais, sobre o rio, até junto do mosteiro de Santa Clara,
tinha logo a seguir o Postigo do Carvalho, mais tarde de Santo António do Penedo e depois Porta do Sol. Seguia pelo local onde se encontra o Governo Civil e o Teatro de S. João,
passando depois à R. de Cimo de Vila, onde existia uma Porta do mesmo nome.
Continua depois, já na direcção E. / O., pela Calçada de Sta. Teresa e Viela da Madeira, onde se conservam alguns restos encobertos,
até ao Postigo, depois Porta, dos Carros.
Continuava ao longo do extinto convento dos Lóios, actual edifício das Cardosas,
onde estava a Porta de Santo Elói.
Seguia pela calçada dos Clérigos e R. da Assunção até à Cordoaria (o actual Campo Mártires da Pátria), onde existia a Porta do Olival, principal saída para Braga e Viana do Castelo.
Restos da Muralha Fernandina no Café da Porta do Olival – foto de A Vida em Fotos
Deste último troço e da porta existem também restos encobertos pelas construções. Descia depois em direcção ao rio,
existindo ainda bons troços conservados atrás das casas que tem frente para as R. das Taipas e Dr. Barbosa de Castro. Junto do Lg. das Virtudes existia outra porta com aquele nome. Continua depois, sempre em direcção ao rio, pelas traseiras do Palácio de S. João Novo, junto do qual existia a Porta de N. Sra. da Esperança.
Também aqui ainda se preservam bons troços da muralha tal como ao longo das Escadas do Caminho Novo que terminam já junto ao rio.
Antes da muralha inflectir para seguir paralelamente ao rio na direcção O. / E., existia o Postigo da Praia, depois transformado em Porta, Nova ou Nobre, e da qual se preservam, no Museu Soares dos Reis, no Porto, duas lápides com o escudo Real.
Porta dos Banhos
No troço paralelo ao rio existiam numerosos postigos dos Banhos, do Pereira ou Lingueta, da Alfândega,
do Carvão, o único que ainda se preserva, o do Peixe,
a Porta da Ribeira,
e depois outros quatro postigos, o do Pelourinho,
O Postigo da forca e a Forca da Ribeira - 1791
o da Forca, o da Madeira e o da Areia, junto da escarpa dos Guindais por onde subia em direcção a N. Ainda que muito alterada pela abertura de numerosas passagens, ainda se conservam muitos troços da muralha nesta zona ribeirinha,
sendo aí conhecida por Muro da Ribeira ou dos Bacalhoeiros.
Cronologia - 1336 - início da construção da cerca nova do Porto sob reinado de Afonso IV; 1348 - data da inscrição que existia sobre o Postigo do Carvão; c. 1376 - conclusão da cerca nova sob o reinado de D. Fernando; 1409 - construção do Postigo dos Carros; 1521 - construção da Porta Nova dos Carros; 1522 - a Porta Nova ou Nobre substituiu o Postigo da Praia; 1529 - foi necessário proceder a reparações urgentes no troço entre a Porta de Santo Elói e a do Olival pois tinham ruído 360 braças de muralha.
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