7.4.2 - Defendeu muitas vezes este reino - D. Afonso IV - construtor da muralha, Guerra entre D. Afonso IV e D. Pedro I, Armada de Ceuta, Conquista de Ceuta, João Ramalho defende o Porto
D. Afonso IV
A propósito da muralha Fernandina, não podemos deixar de referir um interessantíssimo e insólito episódio passado no século XIV quando da guerra entre o rei D. Afonso IV e seu filho o infante D. Pedro. Como é sabido, esta muralha, foi iniciada e quase toda construída por aquele rei e só terminada no reinado de D. Fernando I. Quando da guerra entre o rei D. Dinis e o príncipe D. Afonso, guerra esta terminada pela intervenção da rainha Santa Isabel, este príncipe ficou senhor do Porto, que o havia apoiado activamente nas suas pretensões. Feito rei, D. Afonso IV quis distinguir esta cidade com importantes benefícios, um deles do maior interesse, que foi mandar construir uma muralha para sua defesa, em especial dos árabes e dos piratas que muitas vezes atacavam as cidades perto do mar. Por morte de D. Afonso IV, com a muralha por terminar, D. Pedro I não a continuou. ARC conta o tal episódio da seguinte forma:
“ Eis aqui a razão por-
Nota-se que ARC apresenta D. Pedro como pretendendo tomar e destruir o Porto, o que não seria a sua intenção, mas sim apoderar-se de um privilegiado local de apoio e base dos seus exércitos.
Foi a primeira que lhe enviou para a
V Centenário da morte do Infante D. Henrique – 1960 – construção de uma nau no cais do Ouro.
Nau portuguesa
Conquista de Ceuta – painel de azulejos de Jorge Colaço na estação de S. Bento
Partida a armada para Ceuta – Martins Barata – Palácio da Justiça
Locais onde esteve o açougue Real:
Portugal Antigo e Moderno – Pinho Leal - 1877
FROTA DO INFANTE
CEUTA 1415
Á GREI
Que lhe deu navios
Provisões e nela embarcou
Porto 1960
Monumento ao esforço portuense na conquista de Ceuta – Lagoa Henriques – 1960 – O grupo escultórico compõe-se de três figuras: de pé, um construtor das naus, tendo á sua direita uma quilha; junto a si um carpinteiro com uma enchó prepara uma peça em madeira; atrás um açougueiro junto da rês já esfolada, e que representa a oferta da carne limpa à armada que seguiria para Ceuta, reservando para a cidade as tripas.
O Infante D. Henrique, conhecendo as possibilidades e patriotismo dos portuenses, pediu-lhes que construíssem uma parte importante da armada com que D. João I pretendia, em 1415, conquistar Ceuta. Correspondendo a esse desejo a cidade, com grande esforço e despesa, ofereceu 20 naus e 7 galés. Diz a lenda que “Um dia, o Infante D. Henrique apareceu inesperadamente no Porto para ver o andamento dos trabalhos e, embora satisfeito com o esforço despendido, achou que se poderia fazer ainda mais. Então, o Infante confidenciou ao mestre Vaz, o fiel encarregado da construção, as verdadeiras razões do empreendimento. Pediu ao mestre e aos seus homens mais empenho e sacrifícios. Mestre Vaz assegurou ao Infante que iriam fazer o mesmo que tinham feito cerca de trinta anos atrás aquando da guerra com Castela. Dariam toda a carne da cidade para abastecer os barcos e comeriam apenas as tripas. Comovido, o infante D. Henrique disse-lhe que esse nome de "tripeiros" - alcunha que lhes tinha sido dada há trinta anos - era uma verdadeira honra para o povo do Porto.” (Infopédia)
Tripas à moda do Porto – Joel Cleto
Pormenor da iluminura da biografia do Infante D. Fernando – In História do Porto – Luis Oliveira Ramos.
Ponte romana no Rio Leça
João Ramalho foi um valoroso burguês portuense que a, mando do Mestre de Avis “defensor do Reino”, se distinguiu na luta contra os castelhanos no interregno 1383/1385. Além da proeza relatada por A.R.C., lutou no Porto contra o Arcebispo de Compostela quando este pretendia toma-lo. Os galegos estavam em vantagem na margem Norte do rio Leça. Haveria que passar este rio, que na altura levava muita água. Com grande coragem e esforço os seus homens resolveram atulhar o rio com pedras, troncos e folhagem construindo uma de ponte por onde passaram algumas centenas de homens. Os castelhanos decidiram atacar a pequena força dos portuenses, mas estes lutaram com tal valentia que os invasores decidiram retirar. O Arcebispo terá dito: “Não vedes como esta gente se atiram a nós como homens que não temem a morte? Retiremos, pois “ca elles tragem muito beesteiros… e matamdonos os cavalos, podíamos asinha seer vencidos…” O Tripeiro, série V, ano V, pag. 34.
Mapa de Portugal Antigo e Moderno - 1762
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