7.2 - Várias antiguidades - Privilégios de D. Filipe I, Julgamento e sentença de Clara Camello - portuense, Moedas do Porto, Gravuras de Pedro Teixeira Albernaz - 1634
Livro completo
Este livro de 1611, reeditado no Porto em 1878, insere vários documentos assinados por Filipe I confirmando privilégios que D. João II havia concedido aos cidadãos desta cidade.
Moda para o ano de 1658
Descreve o primeiro “TRESLADO DA SENTENÇA” a absolvição, em 23/4/1611, de Clara Camella, mulher de Custódio Afonso, que terá sido presa por usar vestuário descrito como sendo impróprio da plebe.
Porém eles recorreram para a relação justificando que eram ambos cidadãos da cidade do Porto e que, portanto, poderiam usar roupa equiparada à dos nobres. O Rei, acedeu à prova de cidadania, pelo que manda devolver a roupa apreendida mais a multa de seis mil reis e todas as despesa que tenham tido neste caso. Vale a pena ler este documento, cheio de pormenores.
...
e terminava assim a sentença:
Filipe I de Portugal
Durante o reinado de Dom Fernando I este edifício albergou a Casa da Moeda, a qual se manteve em actividade até 1587, sendo finalmente extinta por alvará de 1607 e reactivada em 1688.
“A Casa da Moeda do Porto - 1ª Fase (1369 a 1590): Entre 1369 e 1371 o rei D. Fernando esteve envolvido em guerras com Castela. Para fazer face às despesas da guerra, foi mandada cunhar muita moeda, quer no Porto, quer em Miranda do Douro, bem como em Zamora, Corunha, Tui, Quiroga e Valência. E é, como já foi referido, possível identificar pela primeira vez os locais de amoedação, porque as moedas exibem letras.
As moedas cunhadas no Porto apresentam um P.
Como a cunhagem estava directamente relacionada com a necessidade de fazer os pagamentos de guerra, quando o conflito acabou (em 1371) acabaram as cunhagens, só permanecendo, numa base de continuidade no Porto.
O rei D. Fernando concede uma carta de privilégios aos oficiais e moedeiros da Casa da Moeda do
Porto, em 1370.
“Em 1370, D. Fernando concede ao Alcaide, moedeiros e oficiais da Casa da Moeda do Porto, carta de Privilégio e isenção de várias taxas e tributos, municipais e régios, concedendo, mais ainda, um foro especial em actos civis e criminais. Estes mesmos privilégios e abusos ocasionaram ao longo dos séculos seguintes, inúmeras queixas e processos por parte do Município, obrigando a sucessivas intervenções régias. A imagem que prevalece sempre é a dos moedeiros como um grupo privilegiado constituído como uma classe à parte vivendo num bairro próprio.”
Esta carta é depois confirmada pelo rei D. João I, em 1385, e revela o estatuto privilegiado que, de facto, gozavam os oficiais e moedeiros que até formaram uma corporação à parte e viviam no seu próprio quarteirão.
O regimento da Casa da Moeda concedido em 1391, pelo rei D. João I, permite conhecer a organização interna e o funcionamento da Casa da Moeda, cuja localização se conhece desde 1390.Porto - 2ª Fase (1688 a 17221):
Voltando à história da Casa da Moeda no Porto. Esta destaca-se pela sua importância, quer na quantidade de moeda emitida, quer pelo facto de ter emitido, numa base de continuidade, durante muito tempo. A sua extinção oficial consta de um decreto assinado por Filipe III, em 1607. Isto é, cunhou-se moeda no Porto desde 1369 (desde o reinado de D. Fernando) século XIV, até ao final do século XVI, só acabando a sua actividade, porque Espanha e Portugal se fundiram em 1580 num só reino.
Dela se sabem muitas coisas:
- a localização: perto do rio, na parte baixa da cidade, junto à Alfândega;
- os nomes e as funções de um grande número de oficiais, alguns oriundos das mais importantes famílias da cidade.
Durante o reinado dos Filipes, até 1640, Lisboa passa a ser a única Casa da Moeda a cunhar moeda”. Site da FACM
Moeda sueva na C. M. Porto – Tremissis – site numismatas.com
In História do Porto – Luis Oliveira Dias
Pataco carimbado de 1847
Igreja do Bom Jesus de Matosinhos
A história da freguesia de Matosinhos entronca na do desaparecido Mosteiro de Bouças onde se venerou, durante séculos, a imagem do Bom Jesus de Bouças. No séc. XVI, face à ruína do mosteiro a imagem foi transferida para uma nova igreja que foi construída no lugar de Matosinhos. A sua construção iniciou-se em 1542 por iniciativa da Universidade de Coimbra a quem D. João III tinha concedido o padroado de Matosinhos. Para realizar esta obra foi inicialmente contratado João de Ruão, tendo a obra sido posteriormente completada por Tomé Velho.
No séc. XVIII a crescente importância da devoção ao Senhor de Bouças, particularmente entre aqueles que demandavam as terras do Brasil, vai levar à realização de grandes obras de ampliação da primitiva igreja, que ficaram a cargo do arquitecto italiano Nicolau Nasoni e que lhe deram a sua configuração actual.
Igreja do antigo Convento de Águas Santas – 1120
Igreja de S. Cosme e S. Damião – Gondomar
Decapitação de S. Cosme e S. Damião
Tribunal da Relação – Photo Guedes
Porto, Vila Nova de Gaia, Massarelos, Foz do Douro e Matosinhos até ao Rio Leça - Pedro Teixeira Albernaz - 1634
Porto e Massarelos - Pormenor da gravura acima
“1634 - La descripción de España y de las costas y puertos de sus reinos - Pedro Teixeira de Albernaz"
Pedro Teixeira de Albernaz era filho de Luís Teixeira e irmão de João Teixeira Albernaz, trabalhou em Espanha a partir de 1619, quando para lá se dirigiu com seu irmão João Teixeira, a fim de cartografarem os locais constantes da relação de viagem dos irmãos Bartolomeu Nodal e Gonçalo Nodal. Enquanto o seu irmão regressou a Portugal, findo o trabalho, Pedro optou por ficar em Madrid, onde viria a falecer, no mesmo ano em que a sua carta de Portugal foi impressa. Embora a sua produção conhecida seja escassa, sabe-se que desapareceram várias de suas cartas. Entre elas, destaca-se uma que continha a representação do delta do rio Amazonas, para além da descrição da costa de Espanha, da qual existem várias cópias, mas que não incluem as cartas.
As imagens constantes deste thread foram feitas em 1634, para el rei de Espanha e foram publicadas em Madrid, encontram-se actualmente numa biblioteca em Viena”.
Porto – Gravura de Manuel Marques de Aguilar - 1791
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