2.13.21 - Quinta de S. Gens
Esta quinta também é referida como Quinta do Viso por aí ter existido, na época romana, um posto de vigia (ou “Viso”).
Na Idade Média, terá sido erguido um pequeno templo em honra de S. Gens de Arles. Pertenceu no passado à freguesia de Ramalde e, antes da criação desta, à de Cedofeita.
“A Quinta de São Gens parece ser uma das que andaram ligadas durante séculos ao morgadio instituído em Ramalde, um pouco antes de 1542, por João Dias Leite. Até à data da intervenção de Nasoni nas quintas de Ramalde e de São Gens, o morgadio de Ramalde foi administrado sucessivamente pelo fundador e por seus descendentes. Terá sido durante a administração de D. Maria Leite (falecida em 1738), ou de seus filhos, que nas Quintas de Ramalde e de São Gens se realizaram as obras credivelmente delineadas por Nasoni, sendo notável a similitude entre ambas as casas.
Num percurso ainda residencial, na década de 1920, a Quinta de São Gens foi vendida a um brasileiro, o qual executou na casa diversas obras de remodelação, depois desta ter sido alvo de um incêndio; em 1928, a Quinta foi adquirida pelo Estado para nela instalar a Estação Agrária do Douro Litoral, sendo hoje uma das quintas de apoio à acção da Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho…
Conforme se afirmou anteriormente consta que, na década de 1920, a casa sofreu um incêndio, vindo a ser remodelada, ao que parece, pelo brasileiro que a comprou aos antigos proprietários; terá sido então que lhe foi acrescentado um prolongamento para o lado N. E que se ampliou o pátio para o mesmo lado, suprimindo as escadas exteriores e ajardinando o terreiro fronteiro, com canteiros abiscoutados, plantados de palmeiras e arbustos, em obediência ao gosto então expandido entre nós por numerosos emigrantes enriquecidos no Brasil…
(as 4 fotos acima foram recolhidas no blog LuadMarfim)
… podendo-se levantar a hipótese de ter sido nessa altura que se realizou a transferência das estátuas, tanque e bancos atribuídos a Nasoni. Na década de 1930, o ajardinamento do pátio foi, de novo, remodelado, sob a orientação do Engº Ruela e plantado com fruteiras; finalmente, já em fins da década de 1980, sob a orientação do Arq. Ilídio de Araújo, foi realizado novo arranjo do jardim”. Elvira Rebelo –IGESPAR
As 4 estátuas acima são atribuídas a Nicolau Nasoni e representam as quatro estações.
2.13.22 – Quinta de Villar d’Allen
“Situa-se esta frondosa quinta na Rua do Freixo, no sítio também conhecido por Campanhã de Baixo.
A designação de Vilar d'Allen foi dada a um conjunto de várias propriedades constituídas pelo núcleo da antiga quinta da Arcaria (também chamada Fábrica Nova) e vários terrenos contíguos, nos Montes de Além e Fonte Pedrinha. Adquirida a quinta em 1839 por João. Allen, imediatamente se iniciou a construção do palacete que serviria para residência de Verão. Isto mesmo é testemunhado por um pequeno painel de azulejo existente por cima da porta traseira do palacete e onde para além do já referido ano de edificação da casa se podem ler o nome do proprietário, João Allen e sua mulher, D. Leonor Amsink Allen. Em 1869, foi a propriedade acrescida pela compra da quinta de Vila Verde e, três anos mais tarde, foi a vez da quinta da Vessada ser integrada no património da família. 0 palacete da quinta, embora majestoso não apresenta pormenores arquitectónicos dignos de realce.
Já os jardins e a frondosa mata merecem algum destaque. Com efeito, os jardins planeados e executados por João Allen e sobretudo por seu filho, Alfredo Allen, granjearam justificada fama em todo o burgo portuense. Alfredo Allen, notável paisagista (foi o responsável pelos jardins da Cordoaria e do Palácio de Cristal) e botânico (foi um dos grandes impulsionadores de exposições nos campos da Torre da Marca e no já referido palácio) introduziu nos jardins vários elementos então muito em voga e que ainda hoje subsistem, embora sem o esplendor de outrora. Mas ainda vale a pena apreciar a balaustrada, fontanários, cascatas, arcadas, o torreão e deleitar-se com os repuxos, lagos. e pontes existentes. Chamou-nos ainda à atenção um pedestal, um fogaréu e um jarro de frutas, esculpidos em granito e de traça bem delineada.
É natural que tão sólidos conhecimentos (teóricos e práticos) de horticultura e jardinagem se traduzissem na introdução de novas variedades de plantas, árvores e arbustos. Algumas foram mesmo introduzidas pela primeira vez em Portugal. Particularmente famosas foram as camélias desta quinta que participaram em várias exposições e que obtiveram importantes prémios. Ainda hoje funciona na quinta um horto particular, o horto de Vilar d'Allen que de certo modo é o responsável pela preservação deste importante património natural”. Site Quintas de Campanhã.
A concluir vamo-nos deter sobre o belo portão de ferro situado na principal entrada da quinta. O portão ostenta no cimo um pequeno brasão em ferro representando os símbolos heráldicos dos Allen:
Composição - Pleno.
Classificação - Heráldica de família.
Leitura - Allen.
O elmo é coroado com timbre e sem paquife. O escudo é inglês.
Refira-se que a quinta ainda se encontra na posse desta família.
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