segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CONVENTOS DE RELIGIOSOS - II

3.12.1 - Convento de S. Domingos - II


Explicação
As letras A. B. C. D. na Planta mostrão huma pequena Praça publica, Projectada por baixo de S. Domingos. A. D. I. G. mostrão outra Planta de uma Praça Projectada triangularmente e de mayor tamanho, em que se inclui a direcção da Rua S, João atté à esquina da Igreja da Misericórdia, terminada pela letra X. Na mesma Planta: e afin de effectuar a execução deste último projecto he preciso cortar as casas, incluídas nos três triângulos = D.C.I. = G.M.L. = e A.E.F. na planta ou escolher a pequena praça por baixo de S. Domingos. Foi projectado em 1774 pelo cônsul de Inglaterra.”


Largo de S. Domingos – a Sé ainda tem o relógio entre as torres – Foto Domingos Alvão


Neste largo existiu a Fonte de Santa Catarina…


… que mais tarde foi colocada no interior da loja da papelaria Araújo & Sobrinho.



Na actualidade


Em 1834 iniciaram-se obras de adaptação à filial do Banco de Lisboa, depois Banco de Portugal. 
“Em virtude dos melhoramentos que se anda procedendo na parte do extinto convento de S. Domingos, onde se acha estabelecida a caixa filial do Banco de Portugal, e que hoje pertence ao mesmo banco, a direção mandou apagar a inscrição latina que se lia numa pedra situada na porta principal. Essa inscrição continha o seguinte:
HOC OPUS EGREGIUM CO~VENTUS PRAE ARTE SACRATO
MIRA ATEIO INSTRAVIT SUMPTIBUS ISTE SUIS.
NOBILIS URBS QUOD HABET GAUDENS IN CORDE
SUPER BUM ORDINIS HOC CLARVM STEMMA CORANT OPUS
SUB PRIORE P.F. ANTONIO CARDOTE 1749
O que traduzido em português quer dizer:
Este convento fundou, a expensas suas em sagrado átrio, este edifício, notável pelas maravilhas da arte. O emblema da ordem que o decora serve de fecho à obra, à qual o Porto, já nobre em si, muito folga de possuir entre as melhores. Sendo prior P.F. António Cardote, 1749". In O Comércio do Porto de 30 de Julho de 1865 – do blog A Porta Nobre



Uma curiosidade: no Largo de S. Domingos, 80 existiu o primeiro elevador mecânico do Porto. Foi mandado construir por José Gaspar da Graça em meados do séc. XIX. A sua casa tinha 5 andares e era uma das mais altas do Porto. Era movido por homens que usavam uma manivela para movimenta-lo. Porém, com medo de algum acidente os moradores preferiam subir e descer a pé. Assim, não teve grande uso. A casa foi mais tarde ocupada pela firma Araújo & Sobrinho, que o ofereceu, já em meados do séc. XX, ao malogrado museu de Etnografia e História do Porto, onde ainda pudemos aprecia-lo. Só tinha capacidade para uma pessoa.



Na planta de 1813 ainda estão o convento e a cerca na totalidade.
Na de 1839 já está implantada a Rua de Ferreira Borges e a Igreja dos Terceiros Dominicanos cortada por esta rua. Ainda existe a Rua das Congostas que foi destruída para a construção da Rua Mouzinho da Silveira.
Na de 1892 já não existe o Convento e está construído o Mercado Ferreira Borges. A Praça de S. Domingos tem a traça actual. Já está aberta a Rua de Mouzinho da Silveira. Aparece a Praça do Infante, ainda sem o monumento ao Infante.
Na planta de 1955 já está construído este monumento. A Rua de S. Domingos já é mostrada como Rua de Sousa Viterbo.   


Em 1940 foi aqui instalada a Companhia de Seguros Douro -foto de 1961 




Actualmente o edifício é ocupado pela Fundação da Juventude 


“Os Padres Dominicanos, desde 1937 instalados junto do Jardim do Carregal, vinham então celebrar a Eucaristia e confessar, aos domingos, dias santos e primeiras sextas-feiras do mês, na capela da casa do Conde de Vizela, na Rua de Serralves. E pensou-se que estavam naturalmente indicados para se incumbirem de ocorrer em melhores condições às necessidades espirituais dos novos moradores desta zona, edificando-se para tal efeito uma igreja e convento onde se fixassem. Foi o superior de então, Fr. Tomás Videira quem nesse sentido iniciou conversações, mas havia de ser o seu sucessor, Fr. Estêvão da Fonseca Faria, incentivado aliás pelo Bispo D. Agostinho de Jesus e Sousa, o promotor entusiasta e incansável dessa iniciativa. A ideia teve logo o melhor acolhimento por parte do Presidente da Câmara Municipal, Prof. Dr. Luís de Pina, que até frisou quanto era justo ceder à Ordem de S. Domingos um terreno para a sua casa, em reparação do convento que no século anterior o Estado lhe tinha tirado, nesta cidade do Porto… 
Foram necessárias várias diligências junto do Ministério das Obras Públicas, a que deram o seu apoio o Engº Daniel Barbosa e o Dr. José Nosolini, para que o terreno (cerca de 7.000 m2) fosse finalmente cedido para esse efeito em 1950…
Escolheu-se a invocação de Cristo-Rei para a igreja e convento. E acabou por ser aprovado pela referida comissão e pelo Vicariato da Ordem de S. Domingos em Portugal o projecto que deu origem à actual construção… 
Foi assim, no Domingo de Ramos, dia 6 de Abril de 1952, que a cripta foi benzida, sob a presidência do Pro-Vigário Geral da Ordem de S. Domingos em Portugal, Frei Luis Maria Sylvain, seguindo-se procissão e bênção dos ramos e missa solene em que se cantou a Paixão… 
E cerca de dois anos e meio depois do começo da obra, chegou, enfim, o dia tão esperado da conclusão da Igreja de Cristo-Rei…
Veio sagrá-la festivamente, em 22 e 23 de Maio de 1954, um frade dominicano de profundo saber e notável actividade apostólica, pouco antes elevado ao episcopado, D. Frei Francisco Rendeiro, então Bispo coadjutor do Algarve. E nesse dia 23, domingo, pelo meio-dia, com o novo templo repleto de gente, nele celebrou solene pontifical o Bispo da diocese, D. António Ferreira Gomes”. Abel Campos em Boletim de Cristo Rei.

1 comentário:

  1. Olá
    Mais um excelente exemplo de Serviço Público...
    Obrigado

    Cumprs
    Augusto

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