sexta-feira, 3 de outubro de 2014

3.11.09 - OUTRAS CAPELAS - V

Capela e Oratório da Cadeia da Relação do Porto


Na Cadeia da Relação do Porto existiu um Oratório em madeira que dava para o pátio interior onde aos Domingos e Dias Santos era rezada missa para os presos, dado ser visível das janelas das enxovias. Hoje está recuperado.


Existiu também uma capela a que Álvaro de Paiva Faria Leite Brandão de referiu em O Tripeiro, Volume VI, em 15/1/1927:


Este painel, segundo Álvaro Brandão teria sido pintado por Glamma, no último quartel do séc. XVIII.

“O Convento de S. Francisco - Porto tinha a obrigação de celebrar missa todos os dias não feriados no Oratório da Casa da Relação do Porto, pela esmola anual de vinte mil réis. O Governador Pedro Guedes, a 1 de Fevereiro de 1583, escolheu o Convento de São Francisco para realizar serviço de capelania na Casa da Relação, após o restabelecimento desta na cidade do Porto. Por alvará de 5 de Julho de 1585, D. Filipe I determinou que os frades do convento fossem os capelães da Cadeia da Relação. Em 1721, esta benesse foi-lhes retirada e atribuída ao Convento de Nossa Senhora da Conceição de Oliveira do Douro - Vila Nova de Gaia, voltando à posse do Convento de São Francisco - Porto, a 8 de Julho de 1721”.

A S.C. da Misericórdia tinha um capelão que acompanhava os presos religiosa e moralmente. Celebrava missa aos Domingos e dias de preceito. Informava os presos nos dias de jejum e abstinência, administrava a Confissão e salpicava-os com água benta todos os Domingos. Realizava os funerais nas cadeias e dava consolo e presidia às procissões dos condenados à morte. 

O padre Manuel Pereira de Novais, do séc. XVII, refere “donde disimos estar la principal Puerta de la Chancelleria, que hermosea aquella Plaça della en que está la Hermida donde oyen missas los Presos”. 
Sousa Reis supõe ser a de S. Gregório que terá existido no Largo do Olival, perto da cadeia.

Capela do Senhor Jesus da Boavista


Capela do Senhor Jesus da Boa Vista – foto Henrique Matos


“A história do Senhor da Boa Vista teve o seu início em meados do Séc. XVIII.
Por norma, “o símbolo da religião cristã” era erigido como uma espécie de farol, em local bem visível, que fosse alcançado com o olhar dos mais diferentes ângulos ou sítios: uma colina, um monte, ou uma ermida, eram os locais preferidos para erguer a Cruz de Nosso Senhor.
Assim se explica a razão pela qual ainda hoje se venera a imagem do crucificado na nossa Capela que no princípio, aquando da sua fundação, ganhou o título de Senhor Jesus do Fojo, e que anos mais tarde haveria de passar a denominar-se da “Boa Vista”.
Quase no fim da Rua de Montebello, hoje rua Joaquim Urbano, a poucos metros do histórico lugar de “Guellas de Pau”, a nossa Capela foi edificada em 1767, reconstruída e ampliada em 1864 e alvo de uma reconstrução em 1979.
Aquando das invasões francesas em 1809, a defesa da cidade do invasor era feita nas trincheiras montadas desde o monte do Bonfim até à Capela do Senhor Jesus da Boa Vista.
Por outro lado, o nome de Boa Vista também está relacionado com a capacidade visual. Era por isso frequente, os fiéis, com o afecto que tinham a este sítio, implorarem a Deus que os livrasse da cegueira.” Do blog Catequese em Montebelo. 

Capela do Senhor da Agonia, na Ramada Alta





Altar mor

Esta capela começou a ser construída em 28/7/1737. Pela placa acima pode ler-se que em 1883 foi restaurada e que a torre foi construída em 1884. Em 28/5/1907 D. Carlos concedeu-lhe o título de Capela Real.


Vista da cidade do Porto; tomada do mirante da casa de José Pedro Barros Lima, na Ramada Alta. Desenho de Cesário Augusto de Araújo Cardoso de Mendonça - Lisboa 1850.
É a única gravura que conhecemos que mostra o Porto de Norte para Sul e longe do Douro. Lugar privilegiado em que aparece a Colegiada de Cedofeita, os Conventos de S. João Novo e de S. Bento da Victória, a Igreja da Victória, o Hospital de Santo António, a Torre dos Clérigos, a Igreja de S. Lourenço (Grilos e a Sé). Ao fundo, do lado esquerdo, parece-nos pretender ser a Serra do Pilar e, à direita a Capela de Santa Catarina.     

Capela de Santo António de Contumil


Foto de António Amen


“ESTA CAPELA DE S. ANTÓNIO FES ANTÓNIO DE CARVALHO CIDADAÕ DA CIDADE DO PORTO PARA SI E SEUS HERDEIROS ANO DO SENHOR DE 1634”


Quinta de Santo António de Contumil - Foto de António Amen

“…Uma excepção que é a Capela de para realçar a maravilhosa jóia de arquitectura rural Santo António de Contumil, existente na rua do mesmo nome e cuja propriedade é particular.
Parafraseando Helder Pacheco, «é obrigatório ver esta pequena maravilha!» de características e feição populares”.


Banco com inscrição – foto GPMCaminhadas

"1833 
Nessa lucta fratricida 
Que ensanguentou a nação 
Triunfou a liberdade 
Esmagando a reacção”

Capela da Senhora da Luz no Monte da Luz


Mapa de Teodoro de Sousa Maldonado - pormenor



Sousa Reis diz que a capela era muito pequena, mas muito bonita. Tinha apenas o altar da Senhora da Luz. 
A capela era totalmente revestida "em talha de castanho dourado, em alto-relevo, representando as figuras das paredes os mistérios do Senhor, além de querubins e anjos excelentemente esculturados”.
A capela tinha unicamente uma porta lateral virada a Leste.


Imagem da Senhora da Luz em marfim.


Imagem da Senhora da Luz em madeira



In Tesouro Barroco da Foz do Douro do Cónego Rui Osório

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