3.12.3 – Convento de Santo Eloi e Igreja de Nossa Senhora da Consolação
Planta dos Convento e Igreja de S. Elói – José Champalimaud de Nussane - 1790
A- Igreja, B-Cerca do Convento, D- Torres projectadas, E- Muralha
O convento dava para o Largo dos Loios. Ocupava o terreno desde esta praça até à Porta de Carros, hoje Praça Almeida Garrett. Havia uma pequena passagem entre o convento e a Muralha que foi fechada devido aos perigos, assaltos e prostituição que aí havia. Quando a muralha foi demolida o convento ocupou este espaço até à Praça Nova das Hortas. Nesta ainda existe a Fonte da Natividade. Sobre esta importante fonte ver o lançamento de 19/4/2013 "Fonte da Arca ou da Natividade".
Igreja de uma só nave mais alta e uma capela-mor destacada. A Torre ficava do lado Norte e era desgraciosa. Em 1/11/1755 o terramoto fendeu a torre de alto a baixo. Ainda se encontra o Postigo dos Loios, onde depois foi aberta a Porta do Almada.
Convento de Nossa Senhora da Consolação dos Cónegos de S. João Evangelista ou Loios – gravura de Joaquim Vilanova – 1833 – D. Violante Afonso mandou construir em terreno seu, para sua sepultura, uma capelinha dedicada a Nossa Senhora da Consolação. Em 1490 o Bispo do Porto D. João de Azevedo, tendo vontade de construir um mosteiro para a Congregação de S. João Evangelista, recebeu os terrenos, por doação, e aí construiu o Mosteiro e Igreja de Santa Maria da Consolação ou de Santo Elói, fundado em 6 de Novembro de 1491.
Tendo-se tornado insuficiente foi decidido proceder á sua demolição e reedificação que, tendo começado em 1593 continuaram no séc. XVII.
Em 1794 os frades foram autorizados a demolir a muralha que dava para a Praça Nova das Hortas e a construir um majestoso edifício com a frontaria para esta praça. ARC já não escreve sobre este novo convento inacabado, pois escreve em 1788: “é o mais pequeno e velho, assim no seu claustro como nos seus dormitórios”.
Em 1833, por decreto de D. Pedro IV, foram os seus bens confiscados, não estando ainda terminadas as obras. A igreja e o mosteiro, virados para a Praça dos Loios, foram destruídos, em 1833, por estarem em estado ruinoso.
Esta gravura foi feita em plenas lutas liberais e vários dos personagens parecem ser militares ou guardas municipais. As pirâmides serão de material militar para a artilharia.
Nesta foto já não existe a Fonte da Natividade, pois D. Pedro IV mandou-a destruir assim que chegou ao Porto, em 1832, para alargar a praça.
Mapa de Teles Ferreira - 1892 - nesta data a ocupação do terreno já é muito semelhante à que permaneceu até 2006. Era ocupada por habitações e lojas comerciais, além da grande Casa das Cardosas, a Norte. A zona interior era ocupada por armazéns.
Em 1834 o convento foi adquirido por Manuel Cardoso dos Santos, brasileiro de torna viagem, que o comprou por oitenta contos de reis com obrigação de concluir o palácio segundo o antigo projecto, tendo sido terminado, em 8 de Junho de 1853, pela sua viúva. Daí, segundo Horácio Marçal, dever-se-ia chamar “Palácio da Cardosa e não das Cardosas”. Este grandioso edifício tem na sua totalidade 117 janelas e 39 portas. Em 1970 este prédio ainda pertencia aos descendentes da mesma família. – Apontamentos tirados de O Tripeiro Série VI, Ano X.
O passeio em frente ao palácio era, nos meados e finais séc. XIX, o conhecido “Real Clube dos Encostados ou pasmatório público”, onde se reuniam, na cavaqueira, os artistas, jornalistas e boémios do Porto. Dedicavam-se à má língua, às conversas sobre política e mulheres e também a negócios. Muitas das notícias acabadas de chegar de Lisboa eram aqui conhecidas. Tem interesse reparar nas portas e tabuletas, bem como no bonito candeeiro.
Vista aérea do quarteirão antes da requalificação de 2006 a 2011
Após a requalificação
Após as grandes obras realizadas no edifício, e quarteirão adjacente entre 2006 e 2011, está nele instalado o luxuoso Hotel Intercontinental.
Largo dos Loios em 1967
2009
Apreciei devidamente.
ResponderEliminarBoas fotos, sim senho !
E um bom trabalho do Rui Rio !
Olá
ResponderEliminarMais um belo exemplo de requalificação de edifícios antigos e respectivos terrenos adjacentes, dando-lhes novas funcionalidades.
Obrigado por no-lo dar a conhecer.
Cumprs
Augusto
Muito obrigado aos nossos amigos leitores. O que nos for possível mostrar do nosso Porto, fa-lo-emos com muito gosto e orgulho.
ResponderEliminarGostei, fiquei a conhecer mais um bocadinho da história do Porto, obrigado
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