5 . 4 - Governo político - II
Locais onde estiveram as antigas Câmaras do Porto
Planta do Porto em 1833 e vista da Torre da Marca para Nascente – gravura de W. B. Clarke - 1833
Cercas dos Conventos de S. Domingos (A) e S. Francisco (B) – pormenor da carta de Balck – 1813
“ Era no alpendre ou casa segunda do Mosteiro dos religiosos de S. Domingos, no Porto, que em tempos remotos se realizavam certas e determinadas sessões.
Foi ali, naquele local que se efectuou a primeira sessão da Câmara Municipal do Porto, depois que esta Colectividade tomou aquele carácter. Verificou-se essa primeira sessão no dia 24 do mês de Junho da era de 1428, correspondente aos Anos de Cristo de 1390.
Consta na respectiva acta, existente no arquivo da câmara que as suas sessões se verificavam no local que já mencionei. Essa acta está assinada pelos juízes Gonçalo Donis, Affom Moreira e pelos vereadores Domingues Pires, Vicente Donis, João Gomes, procurador Gil Gonçalves servindo de escrivão da câmara o tabelião Vasco Martins.”
Câmara medieval chamada ao tempo de Torre da Rolaçom e, erradamente, designada por Casa dos 24 – fachada posterior antes de 1934
Fachada lateral após 1940
“A Casa dos 24 era constituída originalmente por 24 oficiais, 2 de cada mister eleitos pelos seus pares. A eleição fazia-se não numa sessão plenária em que todos participavam e votavam, mas sim no interior de cada corporação. Difícil é dizer quais eram as que deputavam delegados seus para a instituição. Durante os anos da sua longa e irrequieta vigência no Porto (desde a reorganização em 1518 até à extinção definitiva em 1834) variaram não só os ofícios representados como o número de representantes de cada um deles. Sabemos no entanto que em 1613 o espectro profissional presente na Casa era o seguinte:
Sapateiros – 3 elementos
Sombreireiros – 2
Alfaiate – 1
Barbeiros – 2
Correeiros – 2
Pedreiros – 2
Tanoeiros – 2
Cordoeiros – 1
Carpinteiros – 1
Baínheiros – 1
Sorradores – 1
Ferreiros – 2
Picheleiros – 1
Embora não conheçamos por todo o período aqui estudado nenhuma acta tão pormenorizada, sabemos que o elenco de profissões representada não se manteve fixo” In História do Porto, Francisco Ribeiro da Silva.
A Casa dos 24 foi extinta em 1757, após os incidentes da Revolta da Companhia, quando da vida para o Porto do Governador João Almada e Melo.
Armas do Porto concedidas por D. Maria II - 1834
CMP de 1816 até 1915, destruída para a abertura da Avenida das Nações Aliadas, depois avenida dos aliados. Tinham sido os palacetes de Monteiro Moreira e Morais Alão Amorim.
Ramalho Ortigão diz-nos que os portuenses, em 1850: “Da política propriamente dita tinham uma ideia longínqua e nebulosa, a que a palavra “ladroagem” servia de vaga syntese”.
Será que mudou muito?
Dia de festa, o povo aguarda a chegada de alguma entidade importante. A fachada está engalanada e os trens deixaram políticos à porta - 1900
In Portugal Antigo e Moderno - Pinho Leal
“Em 12/3/1912 são publicados os resultados do senso de 1911, verifica-se que o Porto atingira os 193.312 habitantes, e que a sua população crescera, desde 1900, à razão de cerca de 2600 almas por ano. O senso de 1900 dera ao Porto 167.955 habitantes”.
Cartão de identidade de Vereador – 1914
Início da destruição da Câmara - 1916
A estátua do Porto, que estava sobre a frontaria da CMP foi apeada em 1916
Câmara destruída – 1916
A Câmara já foi destruída – á direita o prédio do Hotel Frankfort e a antiga Rua do Laranjal, nessa data de Elias Garcia – prepara-se a abertura da Avenida das Nações Aliadas, depois dos Aliados.
Demolição da Rua Elias Garcia em 1917
A Câmara já foi destruída – ao centro o prédio do Hotel Frankfort e á direita a Rua D. Pedro ainda com trânsito, pois ainda se vê um eléctrico.
CMP de 3/2/1916 a 24/6/1957.
Em 1911 pela lei da separação da Igreja do Estado, o Palácio Episcopal foi arrancado à Diocese e para lá passou a C. M. P. em 1916, tendo a Câmara alugado este palácio por 300$00 anuais.
Enquanto a C.M.P. esteve no Paço Episcopal O PORTO desceu de categoria…passou a “porteiro”!
Primeiro prédio de habitação social construído no Porto – Rua Duque de Saldanha – 1938
Boa tarde!
ResponderEliminarMais uma vez venho pedir a vossa atenção para uma contradição:
As datas das fotografias que documentam a demolição da Câmara do Porto, em 1916, e o apeamento da estátua do Porto, em 1915.
Na primeira, a estátua ainda está no alto do edifício.
Seria suposto que o apeamento da estátua ser anterior à destruição do mesmo, não é verdade?
Abraço tripeiro!
Alberto Guimarães
Tem razão. Vamos emendar a data do apeamento, que foi em 1816. no início da demolição.
ResponderEliminarUm abraço
Mara José e Rui Cunha