6.3.2 - Rio Douro - Barra - Meios para a fazer menos perigosa
Planta do Castelo da Foz
Desenho de Joaquim Vilanova – 1833
Em O Tripeiro Série VI, Ano IX encontramos esta interessante descrição:
“Tem servido de baliza, ponto de referência, a navegantes, depois de destruída a velha Torre da Marca, expressamente destinada a esse fim. (A Torre da marca foi destruída em 1832 durante o Cerco do Porto pela artilharia miguelista situada em Gaia). Serviu muito anos de ponto de esculca da chegada, à barra, dos navios correios que não entravam no Douro; e inspectação logo seguida da transmissão da notícia aos interessados no correio estrangeiro, para que apressassem o seu recebimento e aprontassem as respectivas respostas, dado ser de muito curta duração a estadia, na barra, dos navios carteiros. Mal descortinados ao longe, pela sentinela, logo se fazia o aviso à cidade pelo içamento de duas bandeiras laterais no alto da torre; isto no tempo enxuto, porque em tempo pluvioso as bandeiras eram substituídas por dois balões de lata, pintados com as mesmas cores das bandeiras. Estes balões de folha flandrina polícroma, deram lugar a uma troca de correspondência, entre atentos leitores de O Tripeiro na sua primeira série (1908/9). Um deles comunicava aos outros, ser possuidor de uma gravura em que se via o alto da torre flanqueado por dois rotundos objectos que não poderiam ser senão “dois sacos cheios de café”…
Comentário de um leitor de O Tripeiro, Volume I – 10/10/1908
Capela Mor da antiga Igreja da Foz que se encontra dentro do Castelo de S. João da Foz do Douro
“Fortaleza de S. João da Foz, 1527-1653 Planta do piso térreo (esq.) e do 1.º piso, com as fases de construção.
Fonte: Reinaldo Oudinot e a intervenção na Barra do Douro prova final Andreia Raquel Neiva Coutinho Faup 2006
D. Miguel da Silva - Igreja e Paço 1527/1546. D. Sebastião – fortaleza de Simão de Ruão 1570/1578
D. João IV - fortaleza de Charles de Lassart 1643/1653”. Planta e texto do blogue Do Porto e não só.
Amarelo - D. Miguel da Silva - Igreja e Paço 1527/1546
Rosa - D. Sebastião – fortaleza de Simão de Ruão 1570/1578
Verde - D. João IV - fortaleza de Charles de Lassart 1643/1653
C. A. Pinto - 1850
Para o posto de Casteleiro era sempre escolhida uma personalidade prestigiada e de valor, dentro das melhores famílias da cidade. Era um lugar muito desejado pela sua grande importância. Durante a época filipina foi sempre um espanhol, segundo informação do Sr. Professor Doutor Ribeiro da Silva.
Pormenor do mapa de Teodoro de Sousa Maldonado – Capela de S. Miguel o Anjo (29) e rocha do Touro (11).
Capela-Farol de S. Miguel o Anjo – o rochedo da Cruz de Ferro está indicada com o nº. 19 - pormenor do mapa de Teodoro de Sousa Maldonado.
Neste texto o número da Capela do Anjo está errado; é o 29
In O Tripeiro, Volume 5
História do Porto – Tempos Modernos - Francisco Ribeiro da Silva
“Mappa da barra e rio da cidade do Porto, com todas as pedras que tem o dito rio na baixa-mar. Feito por José Monteiro Salazar mestre piloto, aprovado e lente da aula náutica, na dita cidade em 1779. Copiado por António Martins Alvares de Almeida, no Porto, aos 30 de novembro de 1774”. In O Tripeiro – volume 2
Este projecto apresenta 4 obras:
1 – um molhe partindo do Sul do Castelo da Foz até aos rochedos de Felgueira.
2 – esporão partindo das proximidades do castelo até à rocha do Touro.
3 – molhe partindo da Capela de S. Miguel O Anjo, para Sul, até ao canal chamado de Culhe-Culhe
4 – Na margem Sul, um dique partindo da Afurada, na direcção Este/Oeste, atravessando o Cabedelo e terminando em frente ao Castelo da Foz.
O autor esperava conduzir as águas afastando-as da margem Norte e a sua corrente desfazer a parte Norte do Cabedelo.
Este projecto não passou disso, porque Reynaldo Oudinot, encarregado em 1790 pela Raínha D. Maria I de tornar a entrada do rio mais fácil e menos perigosa, rejeitou-o.
Projecto de Reynaldo Oudinot e por si indicado: “Estes são os próprios mapas approvados por Sua Alteza Real o Príncipe Regente, Nosso Senhor, quando os apresentei em Mafra ao mesmo Senhor no dia 23 de Setembro de 1791”.
O Tripeiro – volume 2
Note-se o profundo conhecimento dos homens do mar do séc. XVII. Este cais, construído entre 1792 e 1805, é o que hoje existe a bordear o Passeio Alegre, este só inaugurado em 1886. O Molhe de Felgueiras começou a ser construído em 1790 e o primeiro farolim só em 1886.
In Portugal Antigo e Moderno – 1875
Em 1880 Moser ainda apresentou um projecto para um porto de abrigo em frente a Lavadores com entrada pelo Sul e uma passagem para o Douro. Teria uns cais onde seria descarregada mercadoria que seguiria para o Porto por caminho-de-ferro, desviado de Valadares.
A intenção deste porto era evitar a construção do de Leixões, pois os interesses comerciais continuavam a influenciar a passagem para Leixões; muito longe, obrigando á deslocação de muitos trabalhadores e a grandes investimentos particulares.
Projecto da regularização da barra do séc. XVIII – original no Hotel da Boa-vista, da Foz – um dos muitos que foram estudados e não executados.
Desde pelo menos D. Fernando que o Porto “estudou” diversas formas de defender a cidade das invasões dos norte-africanos ou piratas.
O Rio Douro era a única entrada e saída dos passageiros e mercadorias da cidade, pelo que não podia deixar de ser o principal ponto de atenção e preocupação. Ainda no séc. XIII se pensou na regularização dos canais de navegação de forma a tornar menos perigosa a passagem dos navios. Chegou a pensar-se construir, no séc. XIV, duas torres na zona de Massarelos e Gaia para abrigo de besteiros e uma corrente metálica a liga-las que impedissem a entrada de navios incómodos ou inimigos. Porém as autoridades de Gaia opuseram-se
No séc. XVI foi mandado ao Porto o Arquitecto Simão de Ruão para estudo da barra a fim de fazer obras necessárias e urgentes. Mas nada foi feito até ao séc. XIX.
Olá
ResponderEliminarJá estamos à espera do próximo lançamento. Bem hajam.
Cumprs
Augusto
Muito obrigado. Poucos dias demorará, esperamos nós.
ResponderEliminarCumprimentos
Maria José e Rui Cunha