6.3.5 - Rio Douro - Barra v - Socorros a náufragos
“Em Portugal no começo do século XIX, a farolagem da costa era muito deficiente, levando os estrangeiros a designá-la por "Costa Negra" e a afastarem-se dela. Como a navegação comercial apenas frequentava os portos de Lisboa e Porto, os naufrágios nas barras do Tejo e Douro eram frequentes”.
Catraia dos pilotos – fins do século XIX – Desenho de Rui Amaro – Do Blog O Piloto Prático do Douro e Leixões.
In O Tripeiro, volume 3
Não é de admirar que o texto informe que a casa Salva Vidas estivesse sobre os rochedos, pois nessa altura ainda o aterro do Passeio Alegre não tinha sido feito. In Portugal Antigo e Moderno - 1877
Barco salva vidas de 1828 – tinha 45 palmos de comprimento. A tripulação era de 14 homens mais um piloto que os dirigia.
Colete de salvação usado pela tripulação em 1828
“Diz Alberto Pimentel, em “O Primeiro de Janeiro” de 21 de janeiro de 1909, que D. Miguel mandara construir junto da barra do Porto, no ano de 1830, um edifício destinado a um posto de socorros a náufragos. Custou a construção do referido edifício a, ao tempo, elevadíssima quantia de 6400$000 reis, mas o Governo, por o posto não ter chegado a prestar quaisquer serviços, resolveu acabar com ele, vendendo-o a um particular, em 1835, por 800$000 reis.
Em Março de 1852, deu-se o naufrágio do vapor « Porto », catástrofe que enlutou a cidade e causou extraordinária consternação em todo o país, e tão lamentável como trágico sucesso levou algumas actividades locais, como a Associação Comercial e a recém criada Real Sociedade Humanitária, a instar junto do poder no sentido de a fatídica barra do Douro ser dotada com um serviço de socorros devidamente apetrechado. Do esforço das referidas entidades, resultou a expropriação, por 5.000$00 reis, daquele antigo imóvel levantado por D Miguel, e a construção, que se ficou a dever àquela benemérita Sociedade fundada por Manuel Clamouse Browne, de um alto palanque destinado ao salvamento de náufragos. O referido palanque, que se situava entre aquele posto e a muralha da meia-laranja, era uma espécie de esqueleto de um alto edifício, em cujo pavimento superior se encontravam montados vários apetrechos de socorro e um cabo de vai vem. Era isso o “”dropp””, a que o povo chamava «o hidrópico», caranguejola de pau de pinho que, podre de velho mas com pouco ou nenhum uso, viria a ser demolido alguns anos depois do seu patusco aparecimento no local”. Manuel da Saudade — Porto.
Esta construção, é resultante de várias alterações feitas através dos tempos, a inicial de 1828. Recordámo-nos bem desta, onde havia um posto dos Bombeiros Voluntários do Porto.
Na parede do fundo da varanda, encontrava-se uma lápide com os seguintes dizeres: “Este edifício foi mandado edificar por sua Majestade Fidelíssima o Senhor D. Miguel I (decreto de 21 de Maio de 1828) para sede da “Real Casa de Asylo dos Naufragos” a primeira no género que se estabeleceu na Europa Continental”. Esta lápide foi colocada em 1950 pela CMP.
“…O Real Instituto de Socorros a Náufragos foi criado por Carta de Lei de 21 de Abril de 1892, mantendo-se como presidente a sua fundadora Sua Majestade a Rainha Dona Amélia, até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, passando a designar-se por Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
O ISN começou como uma organização privada, sob a égide da Marinha de Guerra, formada por voluntários.
Por dificuldades de fundos e de pessoal para as suas embarcações salva-vidas passou o ISN a partir de 1 de Janeiro de 1958 a ser um organismo de Estado na dependência da Marinha.” In site do ISN
Antiga casa Salva Vidas
Neste edifício encontra-se em 2014 o OPORTOCAFÉ – foto de José Carlos Cunha
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ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarO meu aplauso para a «criação do Oporto Café.....
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E por falar em novidades, o tal hotel «encravado» na margem direita do Douro, mesmo a chegar à Ponte D. Luis...está praticamente pronto...e até que ficou bem.Quer o Hotel quer as obras na Marginal do Douro desde o Freixo até á Ponte D. Luis.
Cumprs
Augusto
Muito obrigado. Vamos um destes dias lá passar para o conhecer
ResponderEliminarCumprimentos
Maria José e Rui