quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

RIO DOURO - BARRA VI

6.3.6 - Rio Douro - Barra - Capela Santa Catarina - Torre da Marca 


Capela de Santa Catarina em Lordelo do Ouro – pormenor do mapa da barra de Teodoro de Sousa Maldonado

Os pilotos serviam-se de várias balizas ou marcas para melhor guiarem as embarcações até aos cais da cidade. Na margem direita as principais eram: o farol de S. Miguel o Anjo, que já tratámos, a Capela de Santa Catarina, em Lordelo, a Torre da Marca, perto do local onde hoje se encontra a Capela de Carlos Alberto, a Sul da Avenida das Tílias do saudoso Palácio de Cristal e, a partir do séc. XVIII, a Torre dos Clérigos. Segundo o Padre Xavier Coutinho haveria na margem esquerda uma ermida que se encontrava em frente do monte da Arrábida. É possível que a Igreja do Convento da Serra do Pilar também orientasse os pilotos da barra. 
Do lado Sul, em frente à Arrábida existiu uma marca chamada Casa do Facho.


Foto do blog Porto Sentido



In O Tripeiro 

“ Em Lordelo do Ouro existe um bonito largo onde está implantada a Capela de Santa Catarina. Os marinheiros da cidade do Porto pediram ao rei D. João I autorização para aí construírem uma capela, que, além de lhes proporcionar mais uma baliza que orientasse a entrada dos seus barcos na barra do Douro, dava-lhes um lugar onde podiam honrar a santa da sua devoção, visto na cidade do Porto não haver nenhum templo dedicado a Santa Catarina. O rei atendeu a petição dos mareantes.” In Boletim dos Amigos do Porto, Ano 2001, 3ª. Série, Nº 19


Perspectiva das margens do Rio Douro subindo-se para a Cidade do Porto, a Sua Majestade D. Pedro - Imperador do Brasil, Rei de Portugal - ao fundo vê-se a Torre da Marca


Bernardo Xavier Coutinho



In Portugal Antigo e Moderno – Pinho Leal – 1877


Torre da Marca – desenho de Kopke - 1827


Idem 



VISTA DA ENTRADA DA BARRA DA CIDADE DO PORTO
Tomada da posterior Norte da Torre da Marca a tempo em que entrava huma Frota Inglesa e se construía o novo Caes e Fortaleza
Dedicada a Sua Alteza Real o Príncipe do Brasil Nosso Senhor
Pelo seu muito agradecido reverente e fiel vassalo
Manuel Marques de Aguilar
Aberta em Londres no Anno de 1797

Esta torre foi construída em 1542 como substituição de um antigo e grande pinheiro que ali existia, e que guiava os pilotos na rota correcta. Foi destruída durante o cerco do Porto pelo exército miguelista, pois os liberais tinham ali instalada uma bateria. 
Embora se tivesse pensado reconstruí-la com as pedras derrubadas, nunca o foi feito porque a Torre dos Clérigos a substituía, dado estar correctamente colocada para guiar os marinheiros.

“Henrique de Sousa Reis, com a argúcia dos seus apontamentos, chama a atenção para uma das funções da Torre (dos Clérigos) servindo de marca de navegação… por esta fisga ou abertura da Torre da marca enfiando a vista o Prático da barra alcançava muito longe a elevada Torre dos Clérigos, ponto fixo, porém determinado que se escolheu por estremo da linha recta lançada da barra do Douro, para por ela se regular a estrada, que devião seguir os navios na entrada ou sahida: a Torre da Marca formava o ponto médio dessa mesma linha… Tem 75metros d’altura sobre a sua base e a sua altura e a sua forma esguia e audaciosa pode observar-se de toda a parte e a grande distância, quer seja quando do interior nos avizinhamos da cidade, quer seja quando do mar, e ainda longe da costa, demandamos a barra do Porto. Ouvimos dizer que ainda no século passado servia esta torre de mira aos pilotos para a entrada difícil e perigosa da Foz do Douro, sendo para esse effeito enfiada com a vista através da abertura de um arco, que ainda em nossos dias conhecemos, com o nome da Torre da Marca”. In PORTO A TORRE DA CIDADE.
Na verdade, já havíamos lido que após a construção da Torre dos Clérigos os pilotos colocavam o barco no enfiamento da Torre da Marca e de forma a ver a dos Clérigos pela abertura central daquela.


Este desenho foi feito exactamente do mesmo local da gravura de Manuel Marques de Aguilar, acima – as pedras no chão pertenciam à Torre da Marca, destruída pela artilharia de D. Miguel durante o cerco de 1832, pedras estas que foram utilizadas na construção da Capela de Carlos Alberto, no Palácio, a poucos metros. 


Foto Alvão ainda do mesmo local.


Ainda do mesmo local - foto de Iva Carla Vieira - 2012


Local onde existiu a Porta de Banhos após a destruição da Muralha Fernandina 


Vista do Rio Douro tirada do pátio da Igreja de S. Francisco - 1885


Ribeira 1900


Ribeira - Rua de cimo do muro - 1900


Apanhando Sol! - 1939


Barcos no Douro – foto Alvão - 1937


Foto Alvão - 1940


Porto visto de Gaia


A. R. C.

Uma maneira diferente de visitar o Porto

2 comentários:

  1. Olá
    Obrigado por mais este «pedacinho» de História.
    Cumprs
    Augusto

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  2. Muito obrigado e vamos continuar a nossa "saga".
    Cumprimentos
    Maria José e Rui

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