terça-feira, 13 de setembro de 2016

ARTES E OFÍCIOS - XIV

6.24.14 - Artes e Ofícios - Fotógrafos II - Emílio Biel


Emílio Biel - jovem


Anos depois

«Emílio Biel nasceu em Amberg, Baviera, em 1838 e faleceu no Porto em 1915.
Comerciante e industrial. Em 1857 estabelece-se em Lisboa, como empregado da casa Henrique Schalk, mas em 1860, vai para o Porto, como representante dessa firma de Lisboa. Em 1864 estabelece-se por conta própria, como negociante, fundando uma fábrica de botões. Para além desta atividade estabeleceu-se como representante de diversas empresas alemãs. Integrou várias associações de comerciantes da cidade, tais como a Associação Comercial do Porto e o Centro Comercial do Porto. Como industrial empreendeu, por exemplo, a eletrificação de Vila Real, as estações de caminho de ferro de Lisboa e Porto, entre outros. Iniciou-se na fotografia na década de 70 e em 1873/4 adquiriu a casa "Fotografia Fritz", estúdio fotográfico na Rua do Almada, n.º 122, Porto, que veio a dar origem ao seu segundo estabelecimento a “E. Biel & C.ª” (1890), no Palácio do Bolhão, no n.º 342 da Rua Formosa. Rapidamente se tornou um dos maiores estúdios do país. Em 1877 integrou a comissão encarregada de preparar a participação da cidade do Porto na Exposição Universal de Paris de 1878. Em 1880 casa com Edith Katzenstein, filha do cônsul do Império Alemão no Porto, e devido às estreitas relações que mantinha com o rei D. Fernando de Saxe Coburgo, torna-se o “Photographo da Casa Real". Mantinha, também relações com várias personalidades ligadas à cultura e à arte, os pintores Silva Porto, Marques de Oliveira, Henrique Pousão, entre outros. A par do trabalho de estúdio (retratista), a Casa Biel iniciou a atividade de edição fotográfica recorrendo à fototipia, processo fotomecânico, que Biel apreendeu com Carlos Relvas, seu introdutor em Portugal. Os seus trabalhos com este processo começaram com a edição de "Os Lusíadas" (1880), comemorativos do tricentenário da morte de Camões, tornando-se assim uma importante editora de fototipias em Portugal. Em 1883, por ocasião da Exposição Distrital de Aveiro, ocorrida em 1882, edita o "Álbum da Exposição Distrital de Aveiro -1882", da autoria do historiador Joaquim de Vasconcelos, colaboração que dará muitos frutos. Da sociedade, desde 1900, com o fotógrafo Cunha Morais, como responsável pelas secções de publicações e fotografia, começa a publicação, em gravuras, na revista "O Ocidente" daquilo que virá a ser "A Arte e a Natureza em Portugal". Por incentivo de Joaquim de Vasconcelos, entre 1902 e 1908, é publicada em 8 volumes, a obra propriamente dita "A Arte e a Natureza em Portugal", dirigida pelo seu sócio e fotógrafo Fernando Brutt e por Cunha Morais. Obras como "Album Phototypico de vistas e Costumes do Norte de Portugal", e os álbuns que documentam a construção do caminho de ferro em Portugal (Linha do Douro, Minho e Beiras), ou ainda os álbuns de temática religiosa, além de postais ilustrados, são também da edição da Emílio Biel & C.ª. Participou nas Exposições Universais, foi-lhe atribuída Medalha de Ouro no Rio de Janeiro e de prata em Viena. Com o advento da I Grande Guerra, em 1914, Biel é obrigado a ausentar-se para o estrangeiro e os bens do fotógrafo alemão, que entretanto falece em 1915, são confiscados pelo estado em 1916. Cunha Morais e Marques de Abreu, a quem o primeiro se associara, terão comprado parte desses bens em hasta-pública (1920). A outra parte, segundo as herdeiras, foi adquirida por compra pela "Companhia Portuguesa Editora, Lda." (sucessora de antigas livrarias do Porto), de José Augusto da Costa. Foram herdeiras de José da Costa, Maria Eugénia Samaritana Pedrosa da Costa Simões e a Margarida Madalena Macedo Costa Soares.» Texto do Centro Português de Fotografia.






Estabeleceu-se no Porto em 1860, com apenas 22 anos. A par do trabalho de estúdio da Casa Biel, dedicou-se também à fotografia paisagística e de grandes obras de engenharia. Foi o inventor do processo fotográfico do daguerreótipo. Em 1885 iniciou o levantamento documental e fotográfico da construção do caminho-de-ferro em Portugal assim como do Porto de Leixões entre 1884 e 1892. As fotos abaixo são todas deste autor. Foi um comerciante e industrial muito activo. Entre outras coisas foi sócio da Fábrica de Moagem Harmonia, junto da Palácio do Freixo.



Cordoaria


Coro alto do Convento de S. Bento de Avé Maria


Abertura do túnel D. Carlos em S. Bento


Estação de S. Bento antes da construção


Igreja da Trindade



Feira das cebolas


Ribeira de Gaia


Tanoeiros de Gaia



Início da Ponte Maria Pia - em cima o Seminário, depois Colégio dos Órfãos


Ainda em construção



Feira do gado na Corujeira


Passeio Alegre e Igreja de S. João da Foz



Tratando das redes de pesca - c. 1900


Estação de Campanhã


Zona do Freixo


Afurada


D. Carlos - 1872


1910






Douro


Quinta do Vesúvio


Carregando um rabelo


Rabelos


2 comentários:

  1. Olá
    Mais um excelente documento.
    Obrigado pela partilha.
    VCumprs
    Augusto

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  2. Muito obrigado pela sua fidelidade ao nosso trabalho e á cidade do Porto.
    Maria José e Rui

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