6.24.14 - Artes e Ofícios - Fotógrafos II - Emílio Biel
Emílio Biel - jovem
Anos depois
«Emílio Biel nasceu em Amberg, Baviera, em 1838 e faleceu no Porto em 1915.
Comerciante e industrial. Em 1857 estabelece-se em Lisboa, como empregado da casa Henrique Schalk, mas em 1860, vai para o Porto, como representante dessa firma de Lisboa. Em 1864 estabelece-se por conta própria, como negociante, fundando uma fábrica de botões. Para além desta atividade estabeleceu-se como representante de diversas empresas alemãs. Integrou várias associações de comerciantes da cidade, tais como a Associação Comercial do Porto e o Centro Comercial do Porto. Como industrial empreendeu, por exemplo, a eletrificação de Vila Real, as estações de caminho de ferro de Lisboa e Porto, entre outros. Iniciou-se na fotografia na década de 70 e em 1873/4 adquiriu a casa "Fotografia Fritz", estúdio fotográfico na Rua do Almada, n.º 122, Porto, que veio a dar origem ao seu segundo estabelecimento a “E. Biel & C.ª” (1890), no Palácio do Bolhão, no n.º 342 da Rua Formosa. Rapidamente se tornou um dos maiores estúdios do país. Em 1877 integrou a comissão encarregada de preparar a participação da cidade do Porto na Exposição Universal de Paris de 1878. Em 1880 casa com Edith Katzenstein, filha do cônsul do Império Alemão no Porto, e devido às estreitas relações que mantinha com o rei D. Fernando de Saxe Coburgo, torna-se o “Photographo da Casa Real". Mantinha, também relações com várias personalidades ligadas à cultura e à arte, os pintores Silva Porto, Marques de Oliveira, Henrique Pousão, entre outros. A par do trabalho de estúdio (retratista), a Casa Biel iniciou a atividade de edição fotográfica recorrendo à fototipia, processo fotomecânico, que Biel apreendeu com Carlos Relvas, seu introdutor em Portugal. Os seus trabalhos com este processo começaram com a edição de "Os Lusíadas" (1880), comemorativos do tricentenário da morte de Camões, tornando-se assim uma importante editora de fototipias em Portugal. Em 1883, por ocasião da Exposição Distrital de Aveiro, ocorrida em 1882, edita o "Álbum da Exposição Distrital de Aveiro -1882", da autoria do historiador Joaquim de Vasconcelos, colaboração que dará muitos frutos. Da sociedade, desde 1900, com o fotógrafo Cunha Morais, como responsável pelas secções de publicações e fotografia, começa a publicação, em gravuras, na revista "O Ocidente" daquilo que virá a ser "A Arte e a Natureza em Portugal". Por incentivo de Joaquim de Vasconcelos, entre 1902 e 1908, é publicada em 8 volumes, a obra propriamente dita "A Arte e a Natureza em Portugal", dirigida pelo seu sócio e fotógrafo Fernando Brutt e por Cunha Morais. Obras como "Album Phototypico de vistas e Costumes do Norte de Portugal", e os álbuns que documentam a construção do caminho de ferro em Portugal (Linha do Douro, Minho e Beiras), ou ainda os álbuns de temática religiosa, além de postais ilustrados, são também da edição da Emílio Biel & C.ª. Participou nas Exposições Universais, foi-lhe atribuída Medalha de Ouro no Rio de Janeiro e de prata em Viena. Com o advento da I Grande Guerra, em 1914, Biel é obrigado a ausentar-se para o estrangeiro e os bens do fotógrafo alemão, que entretanto falece em 1915, são confiscados pelo estado em 1916. Cunha Morais e Marques de Abreu, a quem o primeiro se associara, terão comprado parte desses bens em hasta-pública (1920). A outra parte, segundo as herdeiras, foi adquirida por compra pela "Companhia Portuguesa Editora, Lda." (sucessora de antigas livrarias do Porto), de José Augusto da Costa. Foram herdeiras de José da Costa, Maria Eugénia Samaritana Pedrosa da Costa Simões e a Margarida Madalena Macedo Costa Soares.» Texto do Centro Português de Fotografia.
Estabeleceu-se no Porto em 1860, com apenas 22 anos. A par do trabalho de estúdio da Casa Biel, dedicou-se também à fotografia paisagística e de grandes obras de engenharia. Foi o inventor do processo fotográfico do daguerreótipo. Em 1885 iniciou o levantamento documental e fotográfico da construção do caminho-de-ferro em Portugal assim como do Porto de Leixões entre 1884 e 1892. As fotos abaixo são todas deste autor. Foi um comerciante e industrial muito activo. Entre outras coisas foi sócio da Fábrica de Moagem Harmonia, junto da Palácio do Freixo.
Cordoaria
Coro alto do Convento de S. Bento de Avé Maria
Abertura do túnel D. Carlos em S. Bento
Estação de S. Bento antes da construção
Igreja da Trindade
Feira das cebolas
Ribeira de Gaia
Tanoeiros de Gaia
Início da Ponte Maria Pia - em cima o Seminário, depois Colégio dos Órfãos
Ainda em construção
Feira do gado na Corujeira
Passeio Alegre e Igreja de S. João da Foz
Tratando das redes de pesca - c. 1900
Estação de Campanhã
Zona do Freixo
Afurada
D. Carlos - 1872
1910
Douro
Quinta do Vesúvio
Carregando um rabelo
Rabelos
Olá
ResponderEliminarMais um excelente documento.
Obrigado pela partilha.
VCumprs
Augusto
Muito obrigado pela sua fidelidade ao nosso trabalho e á cidade do Porto.
ResponderEliminarMaria José e Rui