terça-feira, 26 de março de 2013

DOS GUINDAIS A MASSARELOS - III

2.7 - Dos Guindais a Massarelos III + beira rio de Gaia 


Desde 1895 a electricidade para as linhas de tracção eléctrica do Porto era produzida na Central da Arrábida. Dada a insuficiência desta, em 1909 foi projectada a Estação Central Geradora de Massarelos que, começada a construir em 1912, foi inaugurada em 1915. O projecto foi do Engº. Luis Couto dos Santos (1872-1938), professor da U.P. Na década de 30 foi ampliada em capacidade dado o aumento das necessidades de energia. A energia aí produzida era conduzida até ao veículo por um condutor de cobre isolado da terra – a linha – servindo os carris de condutor eléctrico de fecho do circuito – o retorno. Informações recolhidas numa conferência do Eng. Manuel Vaz Guedes em 1995, site da U.P.



Central termoeléctrica de Massarelos de 1951 a 1970


Pessoal da Central de Massarelos - foto de Teófilo Rego 


Zorra de transporte de carvão desde as minas de S. Pedro da Cova à Central Termoeléctrica de Massarelos. Também transportava outros materiais para as obras da Carris.


Encontramos em vários sites e blogs as informações seguintes: Massarelos, é a mais antiga representação das fábricas de faiança criadas no Porto. Fundada em 1766 por Manuel Duarte Silva, na Rua de "Sobre o Douro", em Massarelos. A sua existência foi explorada por diversos proprietários e industriais... Entre 1766/1819 o combustível utilizado era a carqueja. A decoração prendia-se com cores azul, verde, amarelo e cor de vinho. Entre 1819/1845, a fábrica foi arrendada a Rocha Soares, da fábrica de Miragaia. Uma vez que entre estes existia um relacionamento familiar, a fábrica de Massarelos continuou, como de inicio, uma empresa familiar… No 3º período, inicia-se o fabrico de faiança utilizando o esmalte plumbífero, pintura monocroma azul, e na decoração aplica-se a estampilha. A fábrica emprega barro vermelho de Valbom de Baixo (Gondomar). Este período situa-se entre o ano de 1845 e o ano de 1873. No 4º período (1873/1895) houve uma tentativa de maior industrialização na fábrica produzindo-se azulejos lisos e em relevo, além de louça sanitária e várias peças artísticas. O 5º período vai de (1900/1920). De 1904 a 1912 pertenceu à Empresa de Cerâmica Portuense, Ldª. A partir de 1912 a gestão da fabrica pertence à firma Chambers & Wall. O edifício da fábrica de Massarelos, na Restauração, é devastado, em 10/3/1920, por um incêndio de grandes proporções, contudo esta transição não afecta o prestígio da marca "Massarelos - Porto" que continua a ser utilizada na produção da fábrica da quinta do Roriz, em Quebrantões Norte, perto da ponte Maria Pia, alongando-se face à margem do Douro. Da Fábrica de Massarelos restam para memória, dois fornos transplantados que se podem observar na margem da Avenida Gustavo Eifel.



Fornos da Fábrica de Cerâmica de Massarelos antes e depois do restauro - hoje encontram-se na Avenida Gustavo Eifel, perto da Ponte Maria Pia


Massarelos – vêm-se os fornos da Cerâmica de Massarelos, construídos em 1901, a Igreja do Corpo Santo e, ao longe em cima, o Palácio de Cristal. Destacam-se as velas enfonadas de um possível grande bacalhoeiro. 


“O exemplar hoje exposto apresenta duas decorações distintas. Por um lado é um exemplar apelativo à cidade do Porto; e por outro, celebra a memória dos Descobrimentos Portugueses Portugueses. Trata-se de um prato produzido pela Fábrica de Massarelos no Porto no final do séc. XIX. Relativamente à sua decoração. Comecemos pela decoração apelativa à cidade do Porto. O desenho central presente no prato apresenta estampa de tonalidade monocromada a negro, com o desenho da Estátua Equestre de D. Pedro IV, situada na Praça da Liberdade. Na aba existe decoração arquitectónica baseada nos desenhos do palácio de Cristal, Palácio da Bolsa e Ponte Maria Pia. No que diz respeito à decoração dos Descobrimentos Portugueses, estão presentes na aba, os bustos de Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Infante D. Henrique, enquadrados por esferas armilares. Exemplares desta decoração foram produzidos para a Casa Adrião, sediada na Rua da Assunção nº. 20 no Porto e que devem ter sido oferecidos como brinde aos melhores clientes. Esta suposição explica o facto da escolha de apenas monumentos presentes na cidade do Porto, aliado ao período de produção do prato em causa (final do séc. XIX), por onde se comemorou o IV Centenário da chegada à Índia e Brasil por Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, respectivamente”. In blog A Memória dos Descobrimentos na Cerâmica Portuguesa. 

No site das Memórias da Fábrica de Loiças de Sacavem encontram-se peças muito belas com marcas de Massarelos:



Terrina de decoração Papoula e marca da Empresa Cerâmica Portuense,Lda. – 1904-1912



Terrina de decoração Cedro e marca da sociedade Chambers & Wall (1912-1936)


Massarelos – Fins Séc. XIX






Estrada de Massarelos à Foz do Douro - Nota-se a sua evolução 

No texto acima ARC “sonha” com um contínuo “cais” que, “em breve tempo”, irá até S. João da Foz! Só há poucos anos este “sonho” se realizou. Por muito espantoso que pareça, João de Almada e Melo planeou, em 1784, a construção de um cais entre a Ribeira e a Foz do Douro. Pelas gravuras se vê o estado lamacento e esburacado em que se encontrava a estrada por onde, mesmo o carroção, que levava os veraneantes encurralados, como Camilo dizia, “crucificados nas suas próprias cruzes”,tinha dificuldade em passar.


Segundo Camilo o carroção já existia no séc. XVII. Porém, foi após as invasões francesas que, por falta de cavalos, aumentou muito o seu uso. A este incómodo meio de transporte dedicaremos um largo espaço com pormenores muito interessantes. 

You Tube – Da Ribeira à Foz

A beira rio do lado de Vila Nova


Cais de V. N. de Gaia – construído em 1791



Estaleiro do Rei Ramiro – Estes estaleiros ainda existem - Foto do Barão de Forrester – 1860 - este grande amigo do Porto e do Douro morreu afogado nas águas do Douro em 12/5/1861, no Cachão da Valeira – na Descrição de Abril de 1758, da Freguesia de Santa Marinha pode ler-se: “Defronte deste convento (Convento de Corpus Christi) está a grande Praya em que há um grande estalleiro de fazer navios, que dizem ser o milhor, que se tem visto em toda a Europa, onde se tem feito já sinco juntos, e se podem fazer mais. Tem mais na vizinhança, que parte com a Cerca do Convento das Freiras a chamada Tercena, que he hum Lugar bem emparedado, e fechado, que dizem ser obra mandada fazer pelo Senhor Rey Dom Manoel para recolher a fabrica das suas galeras, q entravão neste Porto, e hoje serve para recolher as madeyras e fabrica real; domina nelle o Supeo Intendente da Ribeyra do Ouro.”



Descarga de pipas vindas do Douro



Cais de Vila Nova - Carregamento de vinho do Porto e outras mercadorias – de notar a camionete antiga - na Descrição de Abril de 1758, da Freguesia de Santa Marinha pode ainda ler-se: “Tem esta villa varias Companhias de de Arraezes de barcas, que todas tem 37 barcas grandes, que carregão 20 pipas cheas: e servem continuamente para carga, e descarga do todos os navios portugueses, e de varios reynos, que aqui entrão e para ajudar, e valer nas entradas, e sahidas, e em todos os perigos de naufragio, que succedem, e em muytas cheas, que hão no tempo de Inverno, as quais todas se amarrão nesta parte da villa. Tem para cima de cem barcos na passagem da Villa para a cidade e de Gaya para a Porta Nova, Banhos e Lingoeta a toda a hora que se, querem e são precizos de dia, e de noite. Aqui chegão todos os dias muytos e varios barcos de cima do Douro com vinhos, sumagre, e frutas, que pela mayor parte se recolhem nos armazens desta villa”.


Polo aquático no rio – Pelos chapéus de palha parece ser dos anos 20 ou 30 do passado século. Lemos, em tempos, que o F. C. do Porto tinha uma secção que jogava no rio.


Sam Paio – casa do Sr. Anthero


Teleférico de Gaia – do lado de Gaia existe uma ligação da parte alta ao rio, inaugurada no lado de Gaia em 1/4/2011 – Foto Grande Porto on line



Vista de Gaia tirada do teleférico



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