6.3.10 - Matosinhos, Leixões, Leça da Palmeira - II
Rio Leça quando se iniciaram as obras de doca nº. 1 – anos 30, séc. XX
Construção da doca nº. 1
“Em Fevereiro de 1895 estavam dados por concluídos os trabalhos da construção do porto de abrigo. Era no entanto evidente a utilidade e necessidade de o transformar num verdadeiro porto comercial. O número de navios que, como vimos, ainda durante a sua construção se socorreu de Leixões, cresce de uma forma esmagadora desde então. Os 409 navios entrados no porto em 1893 ascenderiam, dez anos depois, a 665. Duas décadas mais tarde, em 1913, o seu número mais do que duplicara (876 navios). E em 1926 o Douro já só movimentava 22% do tráfego do conjunto portuário.
Não deixa, contudo, de ser marcante o apego resistente, quase teimoso, da cidade do Porto aos seus antigos ancoradouros do Douro. Não obstante a construção em finais do século XIX do porto de abrigo de Leixões e a sua posterior adaptação a porto comercial, e fazendo por esquecer os naufrágios que continuavam a ocorrer na barra, como o do vapor alemão «Dieister» em 3 de Fevereiro de 1929, no qual pereceu toda a sua tripulação constituída por 24 homens, o Douro mantinha ainda, em 1931, uma actividade significativa, magistralmente registada por Manoel de Oliveira no seu primeiro filme: Douro, faina fluvial”. Site APDL
Cais de embarque – antes do porto estar terminado os passageiros eram levados para os vapores em lanchas.
Uma vez desembarcados, os passageiros e tripulantes dos “vapores” eram sujeitos a uma inspecção sanitária no posto, sendo este o primeiro edifício no qual entravam quando chegavam a terra firme. Se alguma patologia perigosa fosse detectada, seguia-se um período de quarentena. Esta era uma prática bastante comum a nível internacional, com vista a evitar a disseminação de doenças transmissíveis.
Também era a alfândega de mercadorias. Foto de 1910.
Maqueta do Porto de Leixões exposta no Palácio de Cristal em 1949 – foto Alvão
“Ter-se-ia no entanto que esperar pela República para que tal plano se concretizasse. Data, com efeito, de 1912 o projecto do Eng. Henrique Carvalho de Assunção. A doca nº.1 foi iniciada em 1932 e inaugurada em 4/7/1940.
Os números são elucidativos quanto… ao que a doca nº. 2… representou para o crescimento do porto: as 340 mil toneladas que movimentou em 1941 ascenderam rapidamente a 700 mil em 1949 e a 900 mil em 1959… tem 5 Km de cais, 60 ha de terraplenos e 120 ha de área molhada.
Representando 25% do Comércio Externo Português por via marítima e movimentando 16,4 milhões de toneladas de mercadorias por ano, Leixões é um dos portos mais competitivos e polivalentes ao nível nacional, já que passam por Leixões cerca de 3 mil navios por ano, e todo o tipo de cargas, das quais se destacam: Têxteis, Granitos; Vinhos; Madeira; Automóveis; Cereais; Contentores; Sucata; Ferro e Aço; Álcool; Aguardente; Açucares; Óleos; Melaços; Produtos Petrolíferos e ainda Passageiros de Navios de Cruzeiro.” Site APDL
1934
Fundações da doca n.º 1 – 26/11/1936
Apenas dois anos depois da conclusão do cais acostável no molhe sul era, em 1932, iniciada a construção da doca n.º 1 (na fotografia é visível o início das obras), concluída oito anos depois e solenemente inaugurada em 4 de Julho de 1940 com a entrada do navio da marinha de guerra "Bartolomeu Dias". Durante este período foi iniciada também a construção, na entrada do porto, de um extenso quebra-mar. A empresa responsável por tal intervenção foi a Anglo-Dutch Engineering and Harbour Works Cº Ltd enquanto a Sociedad Metroplitana de Construcción, de Barcelona, ficou com a empreitada da construção da nova doca.
Porto de Leixões – construção da doca nº. 1
1927 - Extraordinário filme da Cinemateca Portuguesa sobre Matosinhos, Leça e área até Leça do Balio, Construção do Porto de Leixões e actividade de pesca a partir do minuto 21 - um verdadeiro documento histórico.
Doca nº. 1 – inaugurada em 1940
1945
1950
Doca Nº. 1 já em funcionamento
Entrada no Porto de Leixões - 1952
Guindastes antigos - foto Victor Monteiro
Construção da ponte móvel - anos 50
Construção da ponte móvel – 1958 – foto Beleza
Ponte móvel - inaugurada em 1961
1973
Ampliação do Porto Comercial de Leixões.
Plano Geral (esc. 1:5000 no original).
Engº Henrique Schreck, 1955.
Arquivo da APDL
“Os números são elucidativos quanto ao que esta nova doca representou para o crescimento do porto: as 340 mil toneladas que movimentou em 1941 ascenderam rapidamente a 700 mil em 1949 e a 900 mil em 1955.
Este processo de expansão impulsionou um programa audacioso do Eng. Henrique Schrek que, com uma rara visão, previu a evolução do tráfego marítimo e propôs, em 1955, uma ampliação das estruturas portuárias ao longo do vale do Leça. Nasceria assim a Doca nº 2, programada para ocupar uma área de cerca de 500 mil metros quadrados e cujas obras, iniciadas em 1956, se prolongariam até meados da década de '70. Durante esse período de tempo, no entanto, a fisionomia do porto e da cidade iria ser alterada, significativamente. Com efeito Henrique Schreck, prevendo também o desenvolvimento da crescente articulação do tráfego portuário com o rodoviário, prestou particular atenção às áreas envolventes do porto, nomeadamente do ponto de vista das acessibilidades. Assim, além dos canais de acesso e ligação à doca, e dos longos cais de acostagem, multiplicar-se-iam os armazéns, as amplas avenidas circunstantes, os viadutos, pontes...” Site APDL
Os textos do site da APDL que transcrevemos são de autoria de Joel Cleto.
Terminal de contentores
https://www.youtube.com/watch?v=zHZKwhg-HH4
Construção do viaduto de Leça
Viaduto de Leça e via rápida (actual A28) em construção. Em primeiro plano o rio Leça antes da construção da doca n.º 2; à esquerda e em cima, a área florestal da quinta da Conceição.
Foto Portojo
Por dentro do Porto de Leixões – JN – 24/1/2016
Porto de Leixões – vídeo institucional
Para bem compreender a maior obra de construção civil do século XX em Portugal, é necessário ler a história da construção do porto de Leixões
Olá
ResponderEliminar...como foi e no que se tornou....
Obrigado por mais esta peça de História.
Cumprs
Augusto
Muito obrigado pelo seu comentário.
ResponderEliminarCumprimentos
Maria José e Rui Cunha