6.26.4 – O Comboio III - Estação de Campanhã
Foi aprovado o traçado pelo Seminário
Em 1845 o governo de Costa Cabral criou uma companhia com a finalidade de fazer uma linha férrea entre Lisboa e Porto. Mas só em 1852 Fontes Pereira de Melo deitou mão firmes para essa realização, criando a Companhia Central Peninsular de Caminhos de Ferro. Em 1856 a linha chegou ao Carregado. Na ida este primeiro comboio real, que transportava D. Pedro V, demorou 40 minutos a fazer a viagem, mas na volta a máquina avariou e demorou 2 horas! Pelos vistos as máquinas compradas eram já muito usadas e velhas.
O chiste que correu foi que o opíparo banquete servido no Carregado tinha sido tão pesado que as máquinas não aguentaram.
Daí até Gaia, 7/7/1864, houve grandíssimas dificuldades técnicas, mas sobretudo financeiras, chegando-se ao ponto de a companhia ter aberto falência.
Foi criada a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses que terminou o percurso.
Os bilhetes entre Lisboa e Devesas custavam de 6$000, 4$670 e 3$330 reis da primeira à terceira classe.
Os passageiros que alugassem um trem entre a Praça D. Pedro e Devesas pagavam 200 reis, e da Ribeira somente 120 reis.
A viagem demorava 14 horas o que foi uma grande redução em relação à anterior Mala-Posta que levava 34. Saía de Lisboa à 8h e chegava ao Porto às 22.
O comboio parava em Coimbra, às 16 horas, o tempo suficiente para se almoçar e bem, segundo a opinião de clientes.
Só em 1886 foi criado o primeiro expresso que demorava 8 horas!
Uma tal Lady Jackson, inglesa fez, em 1873, uma viagem de Lisboa ao Porto e descreve-a assim (na tradução de Camilo):
In O Tripeiro, Série VI, Ano III
Inauguração da estação de Campanhã em 21/5/1875.
“A história do Porto relaciona-se sua vocação marítima que desde há séculos permite a ligação da cidade e das suas gentes a outros territórios, mais ou menos distantes, do mundo conhecido. No entanto, desde sempre a ligação ao Porto também se faz por terra. Já no período romano era conhecida a via que ligava o “Cale” (Porto) a “Bracara” (Braga). A evolução dos transportes e vias de comunicação terrestres sofreu uma significativa evolução durante o início do séc. XIX com o aparecimento dos caminhos-de-ferro, em Inglaterra.
Em Portugal, o primeiro troço ferroviário foi inaugurado no ano de 1856, ligando Lisboa e o Carregado e tornava-se importante continuar a via-férrea até à cidade do Porto. Para isso o Porto precisava de uma estação ferroviária. Após algumas opções falhadas, optou-se por construir a estação em Campanhã, entre a zona de Godim e da Quinta do Pinheiro. Devido à sua localização a estação ferroviária ficou conhecida como Estação do Pinheiro e o primeiro comboio que circulou a norte do Douro português partiu daí em direcção a Braga a 20 de maio de 1875. Dois anos mais tarde seria inaugurada a Ponte Maria Pia, permitindo assim a ligação por via-férrea entre o Porto e o centro e sul do país. Revestida de grande importância para a cidade e também para o seu comércio e indústrias, a Estação do Pinheiro viu essa importância diminuir devido ao seu afastamento do centro da cidade, que “obrigou” à construção da Estação Central de São Bento. Ainda assim, na entrada do séc. XX e agora já conhecida por Estação de Campanhã, acompanhou a evolução tecnológica e industrial, foi-se mantendo uma estação moderna, com ligação internacional a Espanha e foi ponto de chegada, partida, ou passagem de figuras importantes da História nacional. Além disto, também foi local de armazenagem e controlo de produtos e mercadorias, local de fabrico e arranjo de material circulante com as suas oficinas e os seus ferroviários deram mesmo origem em 1930 a um grupo desportivo. Mais tarde, na década de 1960 a electrificação da linha permitiu que comboios mais eficazes e menos poluentes pudessem circular pela estação. De Campanhã havia ligação de comboio às Linhas do Minho, Douro, ligação a Leixões, ligações de longo curso para o centro e sul, ligações concelhias a São Bento e à Alfândega e ligações à Galiza.
Na entrada para o séc. XXI a Estação de Campanhã, integrou a rede do Metro do Porto recebendo uma estação metropolitana e permitindo, entre outros, a ligação ao aeroporto. Ao longo dos seus 140 anos de história esta Estação soube resistir ao tempo e a uma localização “afastada”, dinamizou uma região, viu a sua importância crescer e serviu a cidade e o país, sempre acompanhando a evolução a diversos níveis. Foi e é um importante ponto de ligação entre locais e pessoas e é actualmente a mais importante estação ferroviária do Norte de Portugal”. Arquivo Municipal do Porto
Desenho de R. Christino – o Americano já ia até lá.
Ainda com a designação de Estação do Pinheiro - Mapa de Teles Ferreira - 1892
1896
Foto de Emílio Biel
1900
Gare - 1900
1910 – este postal tem o carimbo da Exposição Filatélica de Inteiros Postais – 31/1/1981
Casa das máquinas
1963 - ainda não estava electrificada
“A máquina que se vê aqui, deve ser a que rebocava as composições na Ponte D. Maria, que era a carvão. Muito natural que mantivesse essa locomotiva que era muito mais leve que as outras para não danificar e pôr em perigo a travessia única do Douro naquele tempo…” Joaquim Pinto Basto
Na actualidade – foto de Cidónio Rinaldi
Pormenor da fachada
Actualmente o metro do Porto tem uma estação mesmo ao lado – está prevista uma central intermodal nesta zona, mas passam os anos e ainda está muito atrasada…
No dia 15/9/1897 inaugurou-se o primeiro serviço de venda de selos e de recepção da última hora, na gare da Estação de Campanhã.
A correspondência para o norte, desde que fosse colocada nos receptáculos para o fim colocados na gare, até 5 minutos antes da partida dos comboios, seguiria no mesmo dia para os seus destinos.
Estação de Campanhã – vista aérea
Estação de Campanhã - vídeo
Olá
ResponderEliminarO início de uma revolução nos transportes terrestres.....
Cumprs
Augusto